Virada do Ano 2012/2013 - O que vocês vão fazer?

by Francisco on domingo, 30 de dezembro de 2012


É apenas uma pergunta. Mensagens de amizade. Toques de suas emoções do bem. Alertas contra os sentimentos do mal. Livres, amigos e amigas internautas escutem sua própria voz interior e a de outros na busca de uma nova espiritualidade do tempo que foge. Nada é estático. O que é a arte de escutar? Descubram o significado de espiritualidade para vocês, nos dias de hoje. Com chaves-tetra-de-ouro, guarde-os no cofre do coração. Desejam receber um bilhete bíblico do profeta Amós? Sentem necessidade de dar e receber? Tem compulsão por comer e de consumir bebidas alcoólicas? Enxergam-se gordos? Vocês se elogiam?

Neste Feliz Ano Novo 2013, vocês serão os artistas do escutarem a si mesmos.
“A arte de escutar é como uma luz que dissipa a escuridão da ignorância. Se você é capaz de manter sua mente constantemente rica através da arte de escutar, não tem o que temer. Este tipo de riqueza jamais lhe será tomado. Essa é a maior das riquezas” (Dalai-Lama).

Descubram o significado de espiritualidade, aqui.
“A essência de toda vida espiritual é a emoção que existe dentro de você, é a sua atitude para com os outros. Se a sua motivação é pura e sincera, todo resto vem por si. Você pode desenvolver essa atitude correta para com seus semelhantes baseando-se na bondade, no amor, no respeito, sobretudo na clara percepção da singularidade de cada ser humano”. (Dalai-Lama)

Leiam e escutem o bilhete bíblico do profeta Amós. Parem e pensem nisso:
Fonte: Bíblia. Edições Loyola, São Paulo, 1993. Amós 5, 21 – 24; 4,7; 5, 14 – 15; 3, 3- 5.“Eu detesto e rejeito as vossas festas, e não gosto de vossas reuniões festivas. Será questão de Me oferecerdes holocaustos? As vossas oblações não têm a minha aceitação, e vossos sacrifícios de bezerros gordos não atraem a minha atenção. Afasta longe de Mim o barulho de teus cânticos e que Eu não ouça o som de tuas harpas! Mas que o direito corra como as águas, e a justiça, como o rio que nunca seca”.

Vocês conhecem a lei espiritual do dar e receber - o fluxo da energia universal - para nossas vidas? Nada é estático. Sempre o novo. Aproveitem o hoje.
"Este frágil vaso que esvasiais dia após dia e que sempre preencheis com vida renovada. Esta pequena flauta de bambu que carregais pelas colinas e pelos vales e de onde tirais melodias eternamente novas...Vossas infinitas dádivas caem sobre essas mãos tão pequenas que possuo. As eras passam e continuais derramando, pois ainda há o que ser preenchido" (Rabindranath Tagore, Gitanjali).


Nessa madrugada da Virada do Ano, o galo canta e você se encanta. E a Luz ilumina a mina de sua vida com o ouro da saúde. Sem compulsão de comida. Sem exagero de bebidas alcoólicas.

A escrita antiga, no Livro do Eclesiástico, 31, 19-20.22, registra o ato de comer com moderação: “O homem bem - educado se satisfaz com pouca coisa e, quando vai para a cama, não se sente sufocado. O sono saudável depende do estômago moderado: a pessoa se levanta cedo e com boa disposição. O homem guloso é sempre acompanhado por mal-estar, insônia, náusea e cólica. Escute-me, filho, e não me despreze, e depois você compreenderá o que estou falando. Seja moderado em tudo o que fizer e nenhuma doença o atingirá”. 

Festejar o Natal de 2012 – Um Convite à Meditação

by Francisco on domingo, 23 de dezembro de 2012



Dedico esta meditação aos amigos e amigas. É um convite especial a celebrarem conosco: esposa, filhos, noras, netos, parentes; colegas do GEAP-Aracaju/SE, da UFAL; do UNIVERSO, FMN e FRM/Recife-PE. Alegre, nestes tempos natalinos, lembro-me ainda dos novos amigos e amigas da Praia de Atalaia (Aracaju). Enfim, a todos vocês, internautas do meu site, amigos do Face e seguidores do Twitter.
Festejar o aniversário de Jesus é descobrir o tesouro de uma espiritualidade sem religiões organizadas que nos engaiolam em prisões infernais de segurança máxima.

É Natal de 2012. Aniversário do Deus Menino. O Recado da Pesquisa lembra “Jesus nascido em Belém da Judéia” (Mateus, 2, 1), filho de “Maria e de seu esposo José” (Mateus, 18, 19). Neste instante, sigo a postura não mais de “uns magos do Oriente”, mas de “outros líderes do Ocidente”, que anunciam Deus sem religião. É possível? Olho para os céus e vejo novas estrelas que brilham com mensagens de espiritualidades de, Brian Tracy, Alberto Caieiro, Ecléa Bosi, Gasparetto e Bob Proctor. Eles oferecem dicas de meditação para celebrarmos a boa nova de um broto divino, cidadão daquela cidade do Oriente. O Menino Deus nos liberta das cadeias eclesiásticas construídas nos mercados religiosos. Recomendo escolher um dia para olhar bem cada estrela que brilhar durante as os dias natalinos (Francisco Antônio de Andrade Filho).

Pratique a lei da integridade

Você alcança a felicidade e o alto desempenho quando decide viver de maneira coerente com seus valores mais elevados e suas convicções mais profundas. Viva sempre de acordo com o que há de melhor em você (Brian Tracy)

Deus Menino é a expressão da arte de viver como criança igual a todas as outras.

No céu era tudo falso, tudo em desacordo. No céu tinha que estar sempre sério. [...] A mim ensinou-me tudo. Ensinou-me a olhar a para as coisas. Aponta-me todas as coisas que há nas flores. Mostra-me como as pedras são engraçadas quando a gente tem na mão. E olha devagar para elas (Alberto Caeiro).

O olhar de uma criança que brinca fora da jaula do estereótipo.

A criança sofre, o adolescente sofre. De onde nos vêm, então, a saudade e a ternura pelos anos juvenis? Talvez, porque nossa fraqueza fosse uma força latente e em nós houvesse o germe de uma plenitude a se realizar. Não havia ainda o constrangimento dos limites, nosso diálogo com os seres em aberto, infinito. A percepção era uma aventura; como um animal descuidado, brincávamos fora da jaula do estereótipo (Cléa Bosi).

O que é a vida para você? Descubra seu segredo. Relaxe e medite nisso.

Esta é a sua vida, e está esperando que você a descubra! Até agora você talvez tenha pensado que a vida é dura, uma luta, e, portanto, pela lei da atração, deve ter sentido a vida como dura e uma luta. Comece imediatamente a gritar para o Universo: “A vida é tão fácil! A vida é tão boa! Todas as coisas boas vêm até mim!” (Bob Proctor).

Natal é paz interior, revelação da própria vida.


Ter a paz é sentir a expressão da própria vida, que é tão valiosa. Vibre mais uma vez nessa paz e irradie esse prazer para tudo. A paz é a luz que invade a escuridão e anula as ilusões. A paz cria a verdadeira realização. Sempre vou repetir a palavra paz dentro de mim e ela vai me levar a esse estado único de prazer. Quero me manter assim até conquistar todos os meus objetivos nesta vida (Gasparetto).

O aniversário de Jesus é um convite para se celebrar a boa nova do amor na alegria, na justiça, durante toda sua vida.

O Amor ilumina a algazarra das crianças; o Amor nos despe de nossa arrogância; não nos julga pela nossa aparência, mas nos conhece pela nossa essência [...] O Amor fecunda as flores e perfuma o mundo; estanca o sangue dos justos. Numa mão traz a cura, na outra, a justiça. Faz renascer a alma envelhecida, apaga os dissabores e as ilusões da mente (Aloízio Gomes Barbosa).

Com Rubem Alves, descubra  O infinito na palma de sua mão.  Se você quiser, siga os caminhos possíveis, indicados pelo autor com a beleza dos poemas. Deus é uma criança.

[...] O Natal, antes de ter acontecido em Belém, se formou no coração de Deus. O Natal nasceu da tristeza de Deus. Ele olhou para os homens e os viu tão perdidos, tão loucos, tão fora do caminho: “Andavam desgarrados como ovelhas, sem saber que caminho tomar” (Is 53,6).

[...] Mais que festa, o Natal é ritual. Os rituais são repetições de um passado perdido, para o qual gostaríamos de voltar. Eles nos reconduzem às fontes donde brotam as águas da vida.

[...] Para isso aconteceu o Natal. Já que os homens não percebiam com os olhos da alma, quem sabe perceberiam com os olhos do corpo? Deus, então, se deu aos olhos dos adultos. E o que eles viram foi o assombroso, o espantoso, o jamais pensado, o insólito, o escandaloso. Deus é uma criança.

Neste Natal, homenageie a mãe de Jesus com Paula Fernandes em "Ave-maria Natureza".



Ave Maria
mãe das estrelas, mãe do céu.
Alma doce da natureza

Oh seiva viva que nutre esse chão
dá tua luz a tudo que vive e respira
leva a dor do coração.

Oh doce mãe estende teu manto
pra essa terra que tanto precisa de ti
transforma os corações dos homens
pra que o paraíso aconteça aqui.
Santa Maria.

O Menino Jesus de Nazaré nasceu para contradizer: Sim e Não. Afirmar e negar faz parte da vida. Vida e Morte. Morte e Vida. Amor e traição. “Meros fragmentos”. Começo e “Recomeço”. “A vida É RECOMEÇAR” revelada, com letras de ouro, nas emoções poéticas de Gorete Duarte

RECOMEÇO
Os seres que unem,
Os seres que partem,
Os serem que me partem ao partir:
A vida é movimento, pensamento,
Mero fragmento...
Desalento em pleno relento,
Viver é mais que isolamento,
Viver é agir...
Agir é arte,
Artesanato de fazer valer a pena cada vez que se enche o pulmão de ar...
Não, não pode ser à toa, a vida não é apenas boa,
A vida é movimento  lento, é alento,
Talento de ser eterno caçador de momentos.
Os seres se unem,
Os seres desunem,
Os seres que me partem quando partem,
Ficam em mim:
A vida é guardar, mesmo quando não se quer...
Guardar o bem para recordar,
Guardar o mal para aprender... a melhorar.
Abandonar pesos, dizer adeus aos que partem,
A vida é partir:
Partir corações, compartilhar emoções,
Juntar os pedaços de si,

A vida é RECOMEÇAR.

Para você, o que significa este Tempo de Natal?

by Francisco on terça-feira, 27 de novembro de 2012




Por Gorete da Mata


Natal, tempo de falsidade, mentiras e muita hipocrisia. Tempo também, de consumismo exagerado e comprar a confiança dos outros com presentinhos, que fazem da data o momento máximo do endividamento e consumismo.

Bem, aproveitando data tão especial, só pra não fugir à tradição, aviso que já estou disponível a receber presentes. Podem me doar uma casa, um carro, um computador e um celular. São todos  artigos de primeira necessidade para minha pessoa.

Mas como sou um ser muito humilde, podem começar pelo celular, será muitíssimo bem vindo porque o meu, coitado... dispensa comentários...

PS. Fico imaginando a decepção de Jesus ao ver que em seu aniversário, ELE é único de quem as pessoas não lembram...

Corrente de Ouro

by Francisco on domingo, 25 de novembro de 2012


Por Francisco Antônio de Andrade Filho


Era madrugada, às 03 horas, deste dia 23 de novembro de 2012. Ressonava profundamente. Em paz comigo mesmo. Dormia bem. E sem pesadelo, sonhava.

No silêncio e na escuridão do quarto, eu via uma pequena réstia do Sol com a Lua que me iluminava à noite. O Astro-Rei com sua companheira Lua, sentia a "Natureza ou Deus" segundo o filósofo Espinoza, se aproximando de uma CORRENTE DE OURO, perdida nos corredores e salas da casa em mudança para um novo lar. Nesse ínterim, com a espada na mão direita, observei o Pequeno Príncipe - símbolo do Anjo da Guarda de Tânia Andrade -, a me indicar uma pequena corrente de ouro com duas figurinhas, neta e neto com o mesmo ouro. Dois pingentes, uma com a Fadinha Sofia; e um Principezinho Pedrinho.

Nesses momentos, bons sentimentos afloraram nos corações de seus avós paternos... É que, nos olhos da avó e do avô tremeluziam nos pequenos olhos dos dois brotos divinos. Nos Pinguinhos-de-Deus, cintilavam e brilhavam.

Acordei-me. Contente, a esposa Tânia Andrade deu-me aquele abraço. Emocionados, fomos ao Jardim, onde com aquele candieiro da Lua, vimos e sentimos a fragrância de suas flores. Aqui e ali, as rosas exalam perfumes. Do Jasmim - Mirim, com suas flores brancas e folhas verdes. Das hortências multicores e cheirosas, a expressarem a alegria de viver nos diversos instantes, quer acordado, quer dormindo e sonhando. Experiências existenciais e verídicas dos seres humanos. Neste Jardim do Éden, Adão e Eva, sonhando e amando, convidam outros vizinhos a curtirem a preciosa pérola de ouro.

Bem cedo e acordados, na Caixa do Correio, encontramos este Bilhete de Amizade: BOM DIA, TÂNIA. Jesus disse: "Buscai e achareis. Batei e abrir-se-vos-à..."

E Você, Tânia, você é você: Com seus bons sentimentos, encontrou sua corrente de ouro. E você mesma, atraiu seus objetos recheados de amor por você e seus netos.

Do seu companheiro de ontem e de hoje, torcendo sempre pela sua vida com saúde. Busque VIVER-ACHAR, de coração alegre, vivendo com você.

Aracaju/SE, 23/11/2012

Abraços. Adão e Eva.

Complexo de Prometeu

by Francisco on segunda-feira, 5 de novembro de 2012


Por Joarez Vrubel

"Com Prometeu os homens aprenderam a construir suas moradas, a regular suas vidas pelo ritmo dos céus; dele aprenderam as matemáticas, o alfabeto, a arte de domar os cavalos e de navegar os oceanos; de seus ensinamentos deduziram a medicina, as artes da predição e a extração dos metais preciosos escondidos nas entranhas da terra." (Paolo Rossi. Los Filósofos y las Máquinas.Barcelona,Ed.Labor, 1960, p.166)


Segundo os antigos gregos, Zeus e Prometeu fizeram os homens. Prometeu os modelou em barro e Zeus deu-lhes o sopro da vida. Eram seres primitivos e indefesos, vivendo dos animais e dos frutos que conseguiam caçar e coletar. Para Prometeu a obra da criação dos homens estava inacabada, era preciso ensinar-lhes o domínio do fogo e ajudá-los a progredir para que saíssem do estado primitivo. Zeus, ao contrário, preferia que eles continuassem assim, porque de outra forma receava que alguns viessem um dia a querer roubar-lhe o poder. Mas o sábio Prometeu amava a humanidade e sabia que com sua ajuda os homens poderiam progredir, saindo do estado primitivo. Era preciso ensinar-lhes o segredo de dominar o fogo - Zeus não concordava - então, Prometeu roubou um archote com o fogo divino e entregou aos homens. A partir do domínio do primeiro fogo terrestre os homens fizeram muito mais e Prometeu ensinou-lhes a tirar daí as maiores vantagens, sendo por isso punido.

No renascimento, o arquétipo grego de Prometeu perde seu caráter rebelde que se opõe a injustiça e ao domínio tirânico dos deuses e passa a ser símbolo da capacidade criativa que só o homem possui. Ernst Bloch (s.d.) atribuiu a Francis Bacon papel importante na recuperação de Prometeu:

“Bacon é o primeiro a falar de Prometeu como um rebelde técnico audacioso a ponto de se imiscuir nos assuntos do mestre; ou melhor, de refazer a obra do mestre com mais competência e genialidade, atividade que alimenta seu orgulho. Os homens formados por Prometeu são superiores às criações de Zeus. Bacon, portanto, utiliza-se para situar a técnica, da alegoria ou do arquétipo de Prometeu. ‘Prometeu’, escreve ele, ‘é o espírito inventivo dos homens, que funda o reino humano, que multiplica ao infinito a potência humana e a dirige contra os deuses’. Ninguém porá em dúvida a força e a consciência revolucionária dessa frase. Bacon se colocava como precursor, ainda que tateando, de empresas extremamente ousadas.”(p.126 seq.)
Gramsci (1973), quando aborda esse tema escreve:

"Poder-se-ia fazer uma exposição da fortuna literária, artística e ideológica do mito de Prometeu, estudando sua presença em diversas épocas e verificando a que conjunto de sentimentos e idéias ele contribuiu, como expressão sintética, em cada uma dessas ocasiões (...) Prometeu aparece, não apenas sob o aspecto do Titã revoltado, mas especialmente, como homo faber [grifo nosso], consciente de si mesmo e do significado de sua obra" (p.177 seq.).  

 Na atualidade, Boff (1998) refere-se a Prometeu, com seguintes palavras:

"(...) é compreendido como o deus civilizador, a figura rebelde contra a estreiteza dos dogmas, ousada e criadora incansável de novos rumos, desfazendo quaisquer obstáculos. Diz-se que a cultura moderna é prometéica dada a força da tecnociência” (p.173).

David S. Landes (1979) professor de História da Universidade de Harward conclui seu livro “The Unbound Prometeus”, da seguinte forma:

“Dificilmente alguém poderá apoiar um prognóstico sério em símbolos e lendas. Há, entretanto, uma certa sabedoria nestes velhos contos que não tem sido desmentida pela experiência dos dois últimos séculos. A revolução industrial e o subseqüente casamento da ciência e da tecnologia são o clímax de milênios de avanço intelectual. Elas têm sido também uma enorme força, para o bem e para o mal, e tem havido momentos em que o mal tem pesado muito mais do que o bem. Ainda assim, a marcha do conhecimento e da técnica continua, e com ela um penoso esforço social e moral. Ninguém pode ter certeza que a humanidade venha a sobreviver desse penoso curso, especialmente numa época em que os conhecimentos do homem sobre a natureza ultrapassaram de muito o conhecimento de si mesmo. Contudo, podemos estar certos de que o homem tomará esse caminho e que não o  abandonará, pois ainda que tenha seus temores, tem também uma esperança [grifo nosso] eterna. Esta, é preciso lembrar, foi o último presente contido na caixa de Pandora ”(p.555).
Na jornada heróica, o roubo do fogo simboliza a apropriação da primeira ferramenta na solução criativa de problemas. No aprendizado do uso do fogo descobre-se o seu poder e sua força, inúmeras são as possibilidades, no entanto, ele não vem sem esforços, sem riscos e, como conseqüência, sem receios. O filósofo Bachelard (1972, p.28) dá o nome de Complexo de Prometeu a essa tendência humana de superar o existente.

Se a industrialização atingiu o auge nas décadas que se seguiram a segunda guerra mundial, a revolução pós-industrial pouco compreendida começou a despontar, transformando tudo em que toca. Nos últimos trinta ou quarenta anos, a evolução tecnológica, sobretudo da microeletrônica, das telecomunicações, da energia nuclear, da biotecnologia, da informação, da automatização e da exploração espacial, foi mais dramática do que em toda a história até então.

Segundo historiadores, o que se vive hoje pode ser apenas o começo de uma nova sociedade "prometéica". A questão é saber se a história se aproxima de seu fim, ou se está no limiar de um novo tempo. Caminha-se para a globalização e poderemos ser mais que habitantes de uma cidade ou país, poderemos compor uma civilização planetária. No entanto, o fogo roubado por Prometeu deverá ser pago e toda a evolução humana terá o trabalho como condição. Em outras palavras, a condenação ao trabalho sempre criará condições ampliadas de construção do caminho da libertação humana.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BACHELARD, Gaston. A psicanálise do fogo. Lisboa: Estudios Cor, 1972.
BLOCH, Ernst. La Philosophie de la Renaissance. Paris: Payot, sd.
BOFF, Leonardo. O despertar da águia. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.
GRAMSCI, Antônio. El materialismo Histórico y la Filosofia de Benedetto Croce. Buenos Aires: Nueva Visión, 1973.
LANDES, David S. The Unbound Prometheus. New York: Cambridge University Press, 1975.



Irvin D. Yalom, Karl Marx e Rubem Alves [Destaques de Leitura]

by Francisco on quarta-feira, 31 de outubro de 2012


Por Francisco Antônio de Andrade Filho

Notas de Friedrich Nietzsche sobre o doutor Breuer de 6 de dezembro de 1882. Filosofia, integrada com a Psicanálise, é descoberta.

"Às vezes, é pior para um filósofo ser compreendido do que ser mal compreendido. Ele tenta me compreender bem demais; ele me adula na tentativa de obter orientações específicas. Ele quer descobrir meu rumo e usá-lo também como seu rumo. Ele ainda não compreende que existe um rumo meu e um rumo seu, mas que não existe 'o' o rumo. Ele não pede orientações diretamente, mas me adula e finge que sua adulação é outra coisa. Ele tenta me persuadir de que minha revelação é essencial que ao processo de nosso trabalho, de que o ajudará a falar, nos tornará mais 'humanos' juntos, como se chafurdar na lama juntos significasse ser humano! Tento ensinar-lhe que os amantes da verdade não temem águas tempestuosas ou turvas. O que tememos são águas rasas!" (Irvin D.Yalom, p.247).

Karl Marx, ao filosofar, discute que a noção de história, a sociedade se dá por meio de contradições, antagonismos e conflitos. E que ela não ´´e linear, não é espontânea, não é harmônica. É consequência das contradições, criadas dentro dela, e é fruto da ação dos próprios homens. Diz ele:
"Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado". (p. 1)

O que acontece, quando se “LER POUCO” Com os livros de arte se degusta com arte.
"Jovem, eu sonhava ter uma grande biblioteca. E fui assim, pela vida, comprando os livros que podia. Tive de desenvolver métodos para controlar minha voracidade, porque o dinheiro e o tempo eram  ler de novo. Com os livros de arte acontece diferente. Cada vez que os abrimos é um encantamento novo! Creio que meu amor pelos livros de arte tem a ver com experiências infantis [...]. Bem reza a Adélia Prado: 'Meus Deus me dá cinco anos, me cura de ser grande [...] Essa coisa de 'amor universal aos livros' fez-me lembrar um texto de Nietzsche sobre o filósofo Tales de Mileto, em que ele recorda que
A palavra grega que designa o sábio se prende, etmologicamente, a sapio, 'eu saboreio',  sapiens, 'o degustador' syphos 'o homem de gosto mais apurado'; um apurado degustar e distinguir, um significativo discernimento, constitui, pois [...] a arte peculiar do filósofo. [...] A ciência sem essa seleção, sem esse refinamento do gosto, precipita-se sobre tudo o que é possível saber, na cega avidez de querer conhecer a qualquer preço; enquanto o pensar filosófico está sempre no rastro das coisas dignas de serem sabidas..." ( Rubem Alves, p.96,97, 98, passim) .

Você é você para, no silêncio, escutar as falas de sua voz interior:
Fala 1 - “Deus é a razão de toda alegria no mundo. Cada vez que a beleza emerge, Deus se manifesta no mundo. É muito fácil encontrar Deus. Ele está no mais íntimo da alegria de existir, de respirar, de sentir” (Pierre Levy)
Fala 2 – “Saber encontrar a alegria na alegria dos outros, é o segredo da felicidade”(Georges Bernanos).  “A alegria de fazer o bem é a única felicidade verdadeira” (Léon Tolstoi).
Fala 3 – “A gratidão de quem recebe um benefício é bem menor que o prazer daquele de quem o faz”. “A gratidão é a virtude das almas nobres” ( Machado de Assis).
Fala 4 - “Coragem é o que é preciso para ficar de pé e falar; coragem é também o que é preciso para sentar e ouvir. "( Sir Winston Churchill ) "Quem tem a coragem de rir é senhor do mundo, quase tanto como quem está preparado para morrer." ( Giacomo Leopardi )
Fala 5- “As feridas da alma são curadas com carinho, atenção e paz." (Machado de Assis) “O que mais nos agrada nos nossos amigos é a atenção que eles nos dedicam” (.Tristan Bernard) "Olhe o mundo com a coragem do cego, entenda as palavras com a atenção do surdo, fale Versucom a mão e com os olhos, como fazem os mudos!" (Cazuza)

DESTAQUE MAIS: Yalom, Ivrin D. Quando Nietzsche chorou. – Rio de Janeiro: Ediouro, 2005.”
Marx, K. “O Dezoito Brumário de Luiz Bonaparte”. In:  Marx. São Paulo, Abril Cultural, 1985, col. Os Pensadores.
Alves, Rubem. Educação dos sentidos e mais... 6ª ed.-Campinas, SP: Verus Editora, 2010. 

Os objetos da bagagem...

by Francisco on quinta-feira, 25 de outubro de 2012



Por Gorete da Mata

Descobri que estou andando em uma caminhada sem volta,
Rumo a um destino que não sei quando alcançarei.
E, nesta caminhada, a pé, sou apenas um andarilho
Com a pele queimada pelo sol, os pés cansados de pisar o chão...
Percebi que minha bagagem andava superlotada,
Com coisas que pouco usava, quando não, inúteis,
Mas que eu amava com toda a força do meu coração.

Decidi, então, não guardar nada que me pesasse na caminhada da vida...
Percebi que há coisas, seres que pesam e outros que tornam a caminha mais leve,
Tristemente, vi que as últimas são minoria,
Os primeiros, tão belos bibelôs de gesso, pesavam e não me serviam...

Foi com uma dor infinita que percebi suas insignificâncias,
Procurei um lugar no caminho e, lentamente, olhando bem,
Para nunca esquecer seus detalhes, eu os fui abandonando,
Depois, procurei não olhar para trás a fim de não perder o medo de abandoná-las...
Agora sinto a bagagem bem mais leve...

Inevitavelmente, volta e meia coloco a mão na bolsa,
Nos lugares que meus tão amados bibelôs ocupavam,
Como antes fazia para sentir a presença dos que se foram,
Encontro apenas um espaço frio e vazio e,
Involuntariamente, lágrimas de saudade de suas presenças banham-me a alma e o rosto cansado.

Às vezes, sinto vontade de voltar e tentar recuperá-los,
Pedir perdão pelo abandono, mas percebo que a vida é um caminho sem volta.
E se não o fosse, voltar andando, colocá-los de volta na mochila e suportar seus pesos
Tornariam minha caminhada impossível...

Faz pouco tempo que percebi que há muito estou nesta estrada,
Percebi com saudades e dor na alma pela ausência,
Que os bibelôs não me serviam, apenas pesavam e tornavam a caminhada mais penosa...
Notei que, imperceptivelmente, impulsionada pela dor do cansaço,
Optei pela dor da ausência e por uma caminhada talvez mais dolorosa e solitária,
Mas, certamente, menos pesada.

Porque ainda não conheci caminhos sem dores...

Paul Ricoeur – Segunda Armadilha em Ideologias Políticas

by Francisco on terça-feira, 16 de outubro de 2012


Por Francisco Antônio de Andrade Filho

Paul Ricoeur insiste ainda na sua interpretação sobre as armadilhas das ideologias Política. E escreve:
“... devemos evitar uma segunda, que consiste em definir, inicialmente, a ideologia por sua função de justificação, não somente dos interesses de uma classe, mas de uma classe dominante (...). Na literatura contemporânea sobre o assunto, nem mesmo se submete mais ao exame a ideia que se tornou natural de que a ideologia é uma representação falsa, cuja função é dissimular a pertença dos indivíduos, professada por um indivíduo ou por um grupo, e de que estes têm interesse em não reconhecer o fato...”
Com isso, o autor da interpretação e ideologias não nega a oposição entre ciência e ideologia. Não contesta a eficácia do materialismo histórico. Insiste em dizer que:
“Marx inaugura um recorte de um novo continente chamado de história (...). O que me parece muito mais fecundo, em Marx, é a ideia de que a transparência não se encontra atrás de nós, na origem, mas diante de nós, no término de um processo histórico talvez interminável. Desta forma, precisamos ter a coragem de concluir que a separação da ciência e da ideologia constitui, em si mesma, a ideia-limite, o limite de um trabalho interno de demarcação, e que não dispomos atualmente de uma noção – não ideológica da gênese da ideologia.
Paul Ricoeur nos adverte, entretanto, para duas dificuldades provenientes dessa “armadilha epistemológica” do marxismo depois de Marx. De uma “ciência combatente” que, depois de ter sido uma hipótese de trabalho extremamente fecunda, torna-se um dogma que nos impede de ver com um olhar novo as novas estratificações sociais das sociedades industriais avançadas ou as formações de classes, num sentido novo do termo, nas sociedades socialistas. O marxismo depois de Marx – esse marxismo dogmático-mecanicista -, nos impede, por exemplo, de verificar uma “abertura” maior entre marxista e cristãos.
Ricoeur critica energicamente os mensageiros dos marxistas:
“Mais grave é essa cegueira: a oficialização da doutrina pelo partido provoca outro fenômeno terrível de ideologização: assim como a religião é acusada de ter justificado o poder da classe dominante, da mesma forma o marxismo funciona como sistema de justificação do poder do partido enquanto vanguarda da classe operária, e do poder do grupo dirigente no interior do partido (...)

Pesquise Mais:
ANDRADE FILHO, Francisco Antônio de. Igreja e Ideologias na América Latina. São Paulo: Ed. Paulinas, 1982.
RICOEUR, Paul. Interpretação e Ideologias (organização, tradução e apresentação de Hilton Japiassu), Francisco Alves, Rio, 1977.

Paul Ricoeur – Primeira Armadilha em Ideologias Políticas

by Francisco on sábado, 29 de setembro de 2012


por Francisco Antônio de Andrade Filho


Paul Ricoeur pretende elaborar uma crítica das ideologias (118) subjacentes à pretensão das ciências humanas de atingir a cientificidade, campo da epistemologia crítica. Tenta dar uma solução à clássica oposição entre ciência e ideologia. Entre ambas, deve haver uma dialética: não há um lugar não-ideológico de onde possa falar o cientista social, porque falar de um lugar axiologicamente neutro não passa de um engodo.
Ricoeur lança um desafio crítico à “falsa consciência”, às distorções da comunicação humana, sempre ocultando ou dissimulando o exercício da dominação ou da violência. Para tanto, analisa esquematicamente os estudos de J. Habermas sobre a crítica das ideologias políticas (129). Tenta superá-las por uma hermenêutica crítica (120). Seu projeto alternativo consiste numa reflexão crítica sobre a própria hermenêutica. Confere à crítica das ideologias uma dimensão meta-hermenêutica.
Inicialmente, Ricoeur  nos chama atenção para o perigo de algumas armadilhas nesta discussão da crítica das ideologias:
“A primeira consiste em se aceitar evidente uma análise em termos de classes sociais. Isto nos parece hoje natural, tão forte é a marca do marxismo sobre o problema das ideologias (...).  Aceitar a análise , no ponto de partida, em termos de classes, é se trancar  numa polêmica estéril pró ou contra o marxismo” (...)
Para esta primeira pretensiosa armadilha epistemológica no campo crítico das ideologias, Ricoeur tem suas alternativas. Segundo ele, precisamos, hoje, de “um pensamento a-marxista”, de um pensamento que tivesse a audácia e a capacidade de “cruzar Marx”, sem segui-lo, nem tão pouco, combatê-lo.
Neste sentido, o filósofo francês de se escapar ao fascínio exercido pela trilha da dominação para seguir o caminho mais amplo, o da “integração social”. De que a dominação é uma dimensão, e não a condição única e essencial.
De outro, não se admite, sem crítica, o fato de ser a ideologia um fenômeno essencialmente negativo, do erro e da mentira, irmão da ilusão. Ricoeur sustenta também que não há ciência capaz de arrebatar-se à condição ideológica. A teoria social não consegue desvincular-se por completo da condição ideológica. Outrossim, não se livra de efetuar a reflexão total, nem tampouco aceder ao ponto de vista capaz de exprimir a totalidade que a subtrairia à mediação ideológica, a que estão submetidos os outros membros do grupo social.

REFERÊNCIAS & NOTAS BIBLIOGRÁFICAS.
ANDRADE FILHO, Francisco Antônio de. Igreja e Ideologias na América Latina. São Paulo: Ed. Paulinas, 1982.
RICOEUR, Paul. Interpretação e Ideologias (organização, tradução e apresentação de Hilton Japiassu), Francisco Alves, Rio, 1977.
NOTA 118 Paul RICOEUR, Interpretação e.... toda a III parte.
NOTA 119  Ibidem, p. 119  122.
NOTA 120, ib., p.131 a 146.

Tudo que tenho

by Francisco on quarta-feira, 26 de setembro de 2012



Por Gorete da Mata

Sou tudo aquilo que sinto,
e o que sinto, é tudo que tenho.
Alguém feita de sensações,
Pura abstração, pura emoção...

Vou de milionária à mendiga sem sair do lugar,
Sem mudar de roupa,
Sem, sequer, me mexer...
Pois minha riqueza não se acaba,
E minha sujeira, a água não lava.

O que mexe comigo vem de mim,
Sou eu quem sente, quem provoca.
Se decido amar, sou amor,
Se decido odiar, sou terror.

E agora, sou abandono,
Um barco à deriva,
Sem remo ou direção, vou aonde o vento me conduzir
Ao encontro de você, ou ao encontro de mim...


Imagem: John Morgan

Educação Física - Jogral do corpo e da alma com saúde

by Mateus Andrade on segunda-feira, 3 de setembro de 2012



por Francisco Antônio de Andrade Filho

Hoje, aos três de setembro de 2012, é dia do Professor de Educação Física. É seu dia, professora Josélia Santana. E com você é nosso também. Alegre, recebi o convite da colega Conceição Machado Gomes para prestarmos uma homenagem  a esta profissional de saúde... E em casa, perguntei a Tânia Maria Gomes de Andrade: “No seu olhar luzente e energético, que qualidades holísticas, você percebe e sente em Jô”. Atenta, parou e pensou bem: “Atenção, gratidão, coragem, alegria e atenção”. Foi, então, que, em forma de jogral, seus alunos e alunas declamam e, hoje, degustam, sabores do saber em Filosofia Clínica neste coral falado.
Estimada professora Jô, pérolas de palavras – e de acordo com o psicanalista Nietzsche -“terapia através da conversa” -, nas sonoras vozes de seus seguidores, conferem uma musicalidade e ritmo à Educação Física em sua dimensão holística. Corpo e alma com saúde. Toques de bem-estar físico em suas expressões: Ginástica localizada, Alongamento e Relaxamento. De outro, toques de espiritualidade-disposição de espírito -, nos instantes de relatos profissionais e na descoberta da linguagem do corpo e da alma com saúde.
Nesse sentido, Platão já dizia: “Da mesma forma que não se cura os olhos sem a cabeça, ou a cabeça sem o corpo, também não se deve curar o corpo sem a alma. Pois a parte não pode ficar boa se o todo não estiver bem”.
Eis suas qualidades, Jô, entre outras, percebidas por uma de suas alunas e compartilhadas e aplaudidas pelos demais desta turma. Reconhecemos que as virtudes, exaltadas neste jogral, constituem expressões de nossa sincera homenagem a você neste Dia do Professor de Educação Física.

Fala 1 - “Deus é a razão de toda alegria no mundo. Cada vez que a beleza emerge, Deus se manifesta no mundo. É muito fácil encontrar Deus. Ele está no mais íntimo da alegria de existir, de respirar, de sentir” (Pierre Levy)
Fala 2 – “Saber encontrar a alegria na alegria dos outros, é o segredo da felicidade”(Georges Bernanos).  “A alegria de fazer o bem é a única felicidade verdadeira” (Léon Tolstoi).
Fala 3 – “A gratidão de quem recebe um benefício é bem menor que o prazer daquele de quem o faz”. “A gratidão é a virtude das almas nobres” (Machado de Assis).
Fala 4 - “Coragem é o que é preciso para ficar de pé e falar; coragem é também o que é preciso para sentar e ouvir. "(Sir Winston Churchill) "Quem tem a coragem de rir é senhor do mundo, quase tanto como quem está preparado para morrer." (Giacomo Leopardi)
Fala 5 - “As feridas da alma são curadas com carinho, atenção e paz." (Machado de Assis) “O que mais nos agrada nos nossos amigos é a atenção que eles nos dedicam” (Tristan Bernard) "Olhe o mundo com a coragem do cego, entenda as palavras com a atenção do surdo, fale com a mão e com os olhos, como fazem os mudos!"(Cazuza) “Por isso, preste atenção nos sinais - não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: O AMOR” (Carlos Drummond de Andrade).
Fala 6 – “Alguns não conseguem afrouxar suas próprias cadeias e, não obstante, conseguem libertar seus amigos” (Nietzsche).
Fala 7 – “Você tem que estar preparado para se queimar em sua própria chama: como se renovar sem primeiro se tornar cinzas?” (Nietzsche)
Fala 8 – “É sequestro da subjetividade cada vez que, no processo educacional, as crianças são submetidas à pedagogia do medo e o aprendizado se torna um fardo, deixa de ser um desejo”. (Fábio de Melo).

Professora Jô, que todas essas falas repercutam na sua vida entre nós. Que suas atividades, aqui no GEAP, sejam a garantia de um bem-estar físico integrado com o bem do estado de espírito. Vibre com sua e a nossa vida saudável. Palmas para você.

Aracaju, 03 de setembro de 2012.

Pastores divinos - ontem e hoje

by Francisco on quarta-feira, 27 de junho de 2012



por Francisco Antônio de Andrade Filho



Mito dos pastores divinos de ontem. Mito do Deus-Pastor com suas ovelhas. E os de hoje? Pastores políticos nas instituições eclesiásticas e no Congresso. Deuses-Pastores com rebanhos humanos? Falam de Deus. Falam deles mesmos.

A metáfora do pastor-rebanho já está presente nos textos políticos da antiguidade grega. Mesmo assim, Platão, por exemplo, na noção de divindade, ou do rei, ou do líder, se expressa através desses recursos literários. Fala do mito dos pastores divinos. Discuti-o exaustivamente em O Político (1). Considera questão central para o conhecimento do homem-pastor integrado com o Deus Pastor e com os rebanhos humanos. Vejamos.

É conhecido o diálogo do “Estrangeiro” com “Sócrates, o jovem”. Sobre os pastores divinos. Na divisão e na distinção entre o homem que comanda “rebanhos sobre o bordão de gênios divinos” e o pastor de homens. Platão revela este contraste do pensamento político grego:

“...era o próprio Deus que pastoreava os homens e os dirigia como hoje; os homens (a raça mais divina) pastoreiam as outras raças animais que lhes são inferiores [...] e falamos do pastor que governava o rebanho humano, pastor divino ao invés de humano, o que é uma falta grave”.

É o Deus-Pastor em sua relação com o rebanho, dando-lhe e garantindo uma terra. Exercendo o poder sobre ele. Reunindo, guiando e conduzindo seu rebanho. Garantindo-lhe a salvação. Tomando decisões no interesse de todos. Pois:

“Em tendo por pastor a divindade, a humanidade não precisaria de constituição política”.

Deus providenciava tudo: frutos da terra, moradia, vida. Não era preciso se preocupar com nada. Deus satisfazia suas necessidades materiais. Num segundo momento, Platão diz que é mister:

“distinguir o pastor divino, do administrador humano [...] não confundindo o rei e o tirano, bem distinto entre si, pelas suas maneiras de governar”.

Aqui já não é o pastorado de animais, de preocupação de seu alimento, na proteção de cada um deles. Mas, é o rei uma espécie de pastor, de político (2) que forma a unidade da cidade através da

“arte real, ter a si os cuidados para com a comunidade humana em seu todo e constituir-se numa arte de governar os homens em geral [...] da arte que se ocupa dosa rebanhos humanos que por eles vela e deles cuida”.

À frente da cidade, caber ao político, se necessário e numa guerra, oferecer sacrifícios (3), inclusive de sua própria vida imortal. Pois,

“um rei não pode reinar se não possuir a dignidade sacerdotal que [...] oferece aos deuses em nosso nome os sacrifícios [...].

Desse pastor-político, decorre a necessidade de que

“os chefes seriam possuidores da ciência verdadeira e não de um simulacro de ciência [...] Enquanto se valerem da ciência e da justiça, afim de conservá-la [...].

Pouco presente nos grandes textos políticos gregos, a metáfora do rebanho é mais constante nas sociedades orientais antigas. No Egito, por exemplo, se encontra relatos bíblicos do Antigo Testamento, nos livros do êxodo, Levítico e outros, onde o Faraó, coroado, recebia ritualmente o cajado de pastor, confiando a ele as criaturas do grande pastor divino.

No entanto, foram os hebreus que desenvolveram e intensificaram o tema pastoral, de cuja característica singular, Deus e Deus somente é o Pastor de seu povo, o único e exclusivo pastor autêntico. Exceção se faz para Davi, o único homem a ser invocado como pastor para reunir o rebanho, velar por ele, conhecê-lo. Prestar atenção e perscrutar cada um deles. Enquanto isso, qual rei tirano, existem maus e cruéis pastores que dispersam o rebanho, deixam morrer de fome e sede, tosam-no exclusivamente para obter lucro.



NOTAS

  1. PLATÃO, O Político, trad. José Cavalcante de Souza et al. In Nova Cultural (Os Pensadores), SP, 1987, p. 217, passim. Em outros escritos, como Criton, A República e Leis, Platão referece-se frequentemente ao pastor-magistrado, evocando aqueles tempos felizes em que a humanidade era diretamente governada pelos deuses e pastava em pastagens abundantes; insistindo, outras vezes, na virtude necessária ao magistrado, obediente, ele próprio, às leis da nação.

  2. Michel, FOUCAULT, “Omnes et Singulatim”: Por uma crítica da Razão Política”, in Novos Estudos CEBRAP, 26 (1990), 84, explica:”[...] Os homens que detêm poder político não desempenham o papel de pastores. Sua missão não consiste em proteger a vida de um grupo de indivíduos. Consiste em formar e garantir a unidade da cidadade. Em suma, o problema político e da relação entre a unidade e a multiplicidade no quadro da cidade e de seus cidadãos. O problema pastoral diz respeito às vidas dos indivíduos”.

  3. Ver René GIRARD, A Violência e o Sagrado, trad. De Martha Conceição Gambini, Paz e Terra/UNESP, SP, 1990____”Des choses cachées depuis la fundation du monde”, Grasset, Paris, 1976._______”Le boue émissaire”, Grasset, Paris, 1982

Falar e escrever bem [Destaques de Leitura]

by Francisco on quinta-feira, 31 de maio de 2012

por Francisco Antônio de Andrade Filho





O Presidente Getúlio Vargas, qual bambu se curvou; mas não se quebrou diante dos políticos sujos. Em sua Carta-Testamento, de 24 de agosto de 1954 – com livre arbítrio -, sacrificou sua vida. A vida é assim mesmo. Ela apronta seu desfecho. Falou e escreveu bem:

 “Mas, esse povo e quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue terá o preço do meu resgate. Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminhão da eternidade e saio da vida para entrar na História” (Getúlio Vargas).



Político virtuoso - justo, calmo, valente, paciente -, líder político mundial, Luís Inácio Lula da Silva é sábio. A Soberania Popular garantiu-lhe o sucesso da riqueza social da Democracia no Brasil. Viva Lula. Poder político com ética. Viva nossa Pátria, livre da subserviência de outras nações deste planeta. Bato palmas para  Soberania Popular no Brasil, garantia de um governo democrático. Em sua carta ao Povo Brasileiro, de 22 de junho de 2002, falou e escreveu bem:

 “Celebro hoje aqueles que, nos momentos difíceis do passado, quando a nossa causa de um país justo e solidário, não caíram na tentação da indiferença, não cederam ao egoísmo e ao individualismo exacerbado. Todos aqueles que conservaram intacta a sua capacidade de indignar-se perante o sofrimento alheio. Souberam resistir, mantendo acesa a chama da solidariedade social. Todos aqueles que não desertaram do nosso sonho, que às vezes sozinhos nas praças deste imenso Brasil ergueram bem alto a bandeira estrelada da esperança” (Luís Inácio Lula da Silva).



Em seu discurso de posse, emocionada, Dilma falou do combate à miséria; e está acontecendo, hoje com os programas do PAC, Bolsa Família, entre outras metas:

“Não podemos descansar enquanto houver brasileiros com fome, enquanto houver famílias morando nas ruas, enquanto crianças pobres estiverem abandonadas à própria sorte. A erradicação da miséria nos próximos anos é uma meta que assumo, mas para qual peço humildemente o apoio de todos que possam ajudar o país a superar esse abismo que ainda nos separa de ser uma nação desenvolvida. [...]”



Em vários momentos desse mesmo discurso de posse, Dilma sentiu-se bem e vitoriosa, quando a multidão vibrou, uníssona, com a verdade de que Democracia não é parte política. Os partidos representam o povo. Mas a Democracia é um todo. É Soberania Popular. É a voz e a vez do povo. Com a virtude da coragem, fala e age assim:

 Estendo minha mão a eles. A partir da minha posse serei presidenta de todos os brasileiros e brasileiras, respeitando as diferenças de opinião, de crença e de orientação política [...]”



As lágrimas vieram quando ela falou de Lula:

 “Ter a honra de seu apoio, ter privilégio de sua convivência, ter aprendido com sua imensa sabedoria são coisas que se guarda para a vida toda” (Dilma Rousseff.).

Da mãe Tânia para mãe Jô

by Francisco on sábado, 12 de maio de 2012

por Tânia Andrade





Jovem, bonita e talentosa

Olhos vivos e brilhantes

Sabe amar incondicionalmente

É uma pessoa amorosa

Linda de corpo e alma

Iluminada e simples

Alegre, animada e feliz





Mãe Tânia: Uma Homenagem dos Três Amores

by Francisco

por Francisco Antônio de Andrade Filho



Em homenagem a Tânia Maria Gomes de Andrade, mãe de três filhos, amores de sua vida, prestigiam o Dia das Mães com bilhetes de amizade para sua genitora. Reconhecem nela a arte de escutar. Com corações alegres, cantam a riqueza de suas emoções durante todos os dias de sua vida. Sentiram-se bem ouvir e seguir suas sábias condutas nas trilhas da vida. Nelas, mãe e seus três filhos sempre se encontraram. Parabéns, Tânia. Você merece.



Menina do olhar enigmático, jovem decidida, esposa nota 1000, espírito vivo, delicado e firme. Essa é a minha mãe, tão dedicada a seus filhos, meu exemplo de gente!
Um beijo bem grande! Todo dia é seu dia!
Saudades!

Lucas Gomes de Andrade



Sabemos que o pensamento-sentimento não limita-se dentro da cabeça, não se restringe às percepções do momento de interação física entre as pessoas... vão além das fronteiras... por isto vivem juntos, mãe e filho, eternamente, quando o cuidado é compartilhado! Um beijo carinhoso de Pedrinho e família!!

Tiago Gomes de Andrade



Minha mãe

Flor amiga, peste querida,
Criatura diferente, de alma reluzente,
Sorria e mostre do que é capaz.

Mateus Gomes de Andrade


Fonte imagem: Jeremy Atkinson

13 de Maio de 2012, Dia das Mães

by Francisco on domingo, 6 de maio de 2012

por Francisco Antônio de Andrade Filho

ladoludens


Próximo 13 de maio de 2012, dia das mães. Elas merecem uma homenagem especial, cada qual a seu modo. Visitei a loja virtual Ladoludens. Alegres, crianças e adolescentes olhavam e compravam brinquedos para suas mães e avós. Filhos, filhas e netos dialogavam com os adultos para brincarem com elas neste lindo dia. Ouvi os clientes elogiarem o casal empresário, designers Mateus e Alessandra, artistas de fazer brinquedos aqui expostos. 

Olhei para o Abano Orelha. Ao seu lado, vi este bilhete:

“Albano é um bichinho simpático que vive nas copas das árvores e se esconde em meio à vegetação seca. Apesar de acostumado ao clima árido, se adapta bem em qualquer ambiente. Suas 'orelhinhas' lhe permitem ouvir o menor ruído e conferem maior autonomia de vôo quando pula de galho em galho. Ele é meio arisco com desconhecidos, mas muito carinhoso com quem aprende a confiar. Adora comer frutinhas silvestres, especialmente quando oferecidas na mão de pessoas amigas da natureza e que cuidam dele.”

Enquanto alegre com Abano Orelha, observei a felicidade de crianças, adolescentes, homens e mulheres de todas as idades com o mesmo boneco e outros brinquedos: Moniere, Bartozito, Lila Pupila, Bartolomeo. Em homenagem às suas mães, esses brinquedos eram acompanhados com bilhetes de amor, a exemplo destes:

Querida Mãe: “Cuidar de si não significa de modo algum perseguir uma certa aparência física ou moral, correr atrás de dinheiro, posses, poder, títulos, prestígio, reconhecimento, amor, etc. Significa que temos de desenvolver nossa capacidade de sentir nossas próprias emoções e as dos outros, pensar de modo justo e perceber a beleza do mundo”. (Rhonda Byrne)

Estimada Mãe: Eu quero seguir os sinais da Natureza. “Aprenda a dobrar-se com o vento, conservando a coragem e a força para não se quebrar. Mas preserve sua dignidade e aprenda a ajudar aqueles que não são tão fortes quanto você”. (Václav Havel).

Mãe: “A arte de escutar é como uma luz que dissipa a escuridão da ignorância. Se você é capaz de manter sua mente constantemente rica através da arte de escutar, não tem o que temer. Este tipo de riqueza jamais lhe será tomado. Essa é a maior das riquezas”. (Dalai-Lama)

Mãe, receba este bilhete de amizade: “A vida é como jogar uma bola na parede. Se for jogada uma bola verde, ela voltará verde; se for jogada uma bola azul, ela voltará azul; se a bola for jogada fraca, ela voltará fraca; se a bola for jogada com força, ela voltará com força: Por isso, nunca jogue uma bola na vida, de forma que não esteja pronto para recebê-la. A vida não dá, nem empresta; não se comove, nem se apieda. Tudo quanto ela faz é retribuir e transferir aquilo que nós lhe oferecemos”. (Albert Einstein)

“A meditação nada tem a ver com tempo e espaço. Ela tem algo a ver com você, com seu espaço interior. Assim, sempre que você estiver livre da rotina diária, relaxe e permita que ela aconteça. Ela pode acontecer em qualquer lugar e em qualquer tempo, porque ela não é temporal nem espacial”. (Osho)

“A meditação: não o ‘misticismo’, nem experiências extraordinárias, apenas um exercício de atenção, muito simples, gratuito, acessível a todos. Somente uma coisa: a atenção se dirige para o interior”. (Pierre Levy)

“É através da arte de escutar que seu espírito enche de fé e devoção e que você se torna capaz de cultivar a alegria interior e o equilíbrio da mente. A arte de escutar permite alcançar sabedoria, superando toda ignorância. Então, é vantajoso dedicar-se a ela, mesmo que isto lhe custe vida.” (Dalai Lama)

“Afirmar que a vida tem sentido é propor a fantástica hipótese de que o universo vibra com nossos sentimentos, sofre a dor dos torturados, chora a lágrima dos abandonados, sorri com as crianças que brincam. Tudo está ligado. Convicção de que, por detrás das coisas visíveis, há um rosto invisível que sorri, presença amiga, braços que abraçam, como na famosa tela de Salvador Dali. E é essa crença que explica os sacrifícios que se oferecem nos altares e as preces que se balbuciam na solidão”. (Rubem Alves)

Cante a riqueza de suas emoções durante toda sua existência.

“Neste exato momento, você pode começar a se sentir saudável, a se sentir próspero, a sentir o amor que o cerca, mesmo que ele não esteja lá. E então o universo corresponderá à natureza desse sentimento no seu âmago e se manifestará, porque é assim que você se sente”. (Michael Bernard Beckwith)

“Então romperá a tua luz como a alva, e a tua cura apressadamente brotará, e a tua justiça irá adiante da tua face, e a glória do Senhor será a tua retaguarda”. (Isaías 58.8)

“Ainda que caia, não ficará prostrado, pois o Senhor o sustenta com a sua mão” (Salmos 37.24)

“O coração alegre aformoseia o rosto, mas com a tristeza do coração o espírito se abate”. (Provérbios de Salomão, cap. 15, verso 13)

“O ânimo sereno é a vida do corpo, mas a inveja é a podridão dos ossos”. (Prov. 14:30)

“Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios”. (Salmos 103.2)

Vibre com as belezas de seus sentimentos.

“Descendo ao fundo do poço é que a gente recupera os tesouros da vida. É onde se tropeça que se acha o seu tesouro. A mesma caverna em que a gente tem medo de entrar acaba sendo a fonte do que estava procurando” (Joseph Campbell)

“Fique onde você puder ficar. Dê o melhor de si na atividade à mão, e a oportunidade começará a procurá-lo. Chama-se ‘uma coisa leva a outra’” (Andrew Matthews).

“Sempre acontece aquilo em que a gente acredita; e a crença numa coisa faz com que ela aconteça” (Frank Lloyd Wright).

“A vida é engraçada. Se você se recusa a aceitar o que não seja o melhor, com certeza obterá o melhor” (W. Somerset Maugham).

“A origem do sofrimento é o desejo” (Buda).

“Mostre-me uma pessoa feliz e ingrata” (Kig Ziglar).

“Não ande por aí dizendo que o mundo lhe deve uma existência. O mundo não lhe deve nada. Chegou aqui primeiro” (Mark Twain).

“Só há dignidade no trabalho quando ele é livremente aceito” (Albert Camus).

“O trabalho é o amor tornado visível” (Khalil Gibran).

Relaxe e Viva bem [Trilhas De Meditação]

by Francisco on domingo, 29 de abril de 2012

por Francisco Antônio de Andrade Filho





Escute-se. Conheça-se. Corra!
“Olhe para a pessoa que lhe causa aborrecimento e tire proveito da oportunidade para controlar a própria ira e desenvolver a compaixão. Entretanto, se o aborrecimento for muito grande ou se você achar a pessoa tão desagradável que seja impossível agüentá-la, talvez seja melhor sair correndo” (Dalai-Lama).

As coisas da vida são irreversíveis. Serão assim com você? Medite.
“Toda vez é uma primeira vez. O amado nunca parece um velho conhecido – ainda que seja. A sensação jamais é como as anteriores – mesmo que tenhamos amado muitas vezes [...] Por isso mesmo não há fase da vida para amar mais ou menos, com maior, ou menor intensidade ou verdade. Sempre reservamos, para um amor, para aquele amor, quando ele chega, um trecho de canção nunca ouvida, um pedaço de praia ainda por conhecer”. (Lya Luft).

Vibre com seus sentimentos, assim, se quiser seguir Rubem Alves:
“Afirmar que a vida tem sentido é propor a fantástica hipótese de que o universo vibra com nossos sentimentos, sofre a dor dos torturados, chora a lágrima dos abandonados, sorri com as crianças que brincam. Tudo está ligado. Convicção de que, por detrás das coisas visíveis, há um rosto invisível que sorri, presença amiga, braços que abraçam, como na famosa tela de Salvador Dali. E é essa crença que explica os sacrifícios que se oferecem nos altares e as preces que se balbuciam na solidão”.

A arte de ler, ouvir e escutar, segundo Rhonda Byrne:
“É através da arte de escutar que seu espírito enche de fé e devoção e que você se torna capaz de cultivar a alegria interior e o equilíbrio da mente. A arte de escutar permite alcançar sabedoria, superando toda ignorância. Então, é vantajoso dedicar-se a ela, mesmo que isto lhe custe vida”.

Vibre com a Democracia conquistada por seu poder interior e de cidadania. Medite como Lao-Tsé:
A presença de um verdadeiro chefe de Estado é sentida pelo povo como ausência.
Os maiores são amados e louvados. Os medíocres são ignorados, os ambiciosos são desprezados.
Quando um soberano confia no seu povo, o povo confia nele.
Os chefes sábios são ponderados em suas palavras;
O que eles fazem é bom. Desempenham a sua tarefa –
Mas o povo tem a impressão de se guiar a si mesmo.


Fonte imagem: Leah Love

Filosofia Política da Igreja no Brasil – Tese de Doutorado em Resumo

by Francisco on sábado, 21 de abril de 2012

por Francisco Antônio de Andrade Filho




Foi em 1994. Defendi minha Tese de Doutorado, titulada e aprovada: O Problema da Modernidade no Pensamento político da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (1952 - 1988). Foi no Departamento de Filosofia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas/UNICAMP/SP, sob a orientação do Prof. Dr. José Luiz Sigrist. Esse, o objetivo da tese relacionada com tradição desta instituição eclesiástica.

Tomou-se o pensamento político como objeto de análise para investigar a reação moderna da Igreja – CNBB, entendida aqui, com maior ênfase, sociedade humana, visível em sua totalidade. De outro - no rastreamento de seus escritos-, não se menosprezou a outra face invisível, por ela sustentada divina.

Esta pesquisa se pautou por um referencial teórico que se inspira na vertente histórico-dialética de Georg Wilhelm Friedrich Hegel e, principalmente, de Karl Marx. Mesmo assim - não como verdades acabadas e incontestes -, mas para melhor compreender as leis de transformação do processo histórico; pesquisar e esclarecer os problemas, ainda hoje, não superados, fundamentais da sociedade capitalista, na qual a Igreja está inserida.

Tomando Marx como base, foi possível entender por modernidade o real movimento da vida social esse de ascensão e decadência da sociedade regida pelo capital. Embora de forma aberta, deixou-se claro que é um movimento contraditório, uma realidade que reúne, inseparavelmente, aspectos positivos e negativos. Porém, mais do que isto, é um movimento que encontra, em seu próprio interior, limites inseparáveis, movimento incapaz de conduzir a Humanidade à autêntica liberdade.

Na verdade, ventilou-se nesta tese ser o capital uma relação contraditória. Ao mesmo tempo foi configurando o projeto da modernidade regido pelo capital e hegemonizado pela burguesia – desta fazendo parte a Igreja como sociedade humana -, também ganhou corpo, matizado pelo mesmo capital, mas contra ele. Neste plano, tem à frente a classe trabalhadora, um projeto que propôs a construção de uma ordem societária regida pela perspectiva do trabalho. Dois projetos humanos que expressam uma nova postura do mundo, relação entre o homem e o real, do ser histórico produzido pela sociedade.

Nos dois projetos dispensou-se a hipótese da causa primeira. Deus foi substituído pelo homem. Uma era moderna da atividade humana, da consciência de sua capacidade de conhecer e transformar a natureza e a sociedade.

Para superar esses planos modernos, de emancipação humana, a CNBB, com dou trina social específica, elabora outro, humano-divino, cognominado, projeto-cristão. Aqui Deus se destacou centro de todas as coisas e ela própria centro do mundo. Projeto cristão, também pautado na dimensão do trabalho, mas de origem divina, mística e supersticiosa, dependen te das potências e interferências celestiais.

Dentro desse quadro, criou-se uma diversidade de possibilidades para, “via colonial”, nesta tese, se abordar o entendimento do discurso político da Igreja, enraizada no mundo material e no mundo espiritual da sociedade humana.

Envolvida com essa mesma modernidade – nela exercendo sua tarefa-, a CNBB utilizou-se, de modo ambíguo, as expressões do tempo e a ela se opôs, para se auto-reproduzir em suas relações com outros homens. Condicionada, assim, ao movimento histórico, a Igreja é permeada, inevitavelmente, pelas contradições e conflitos por conta mesmo da formação social em que está inserida.

A tese foi desenvolvida em quatro partes, delineadas em onze capítulos. Atêm-se especialmente ao nível da análise imanente, a insistência maior percorrida em todos os momentos da tese: ser a ação política da CNBB uma relação dialética porque- numa certa perspectiva -, se deu num movimento real de conflitos e contradições.

De outro, é uma relação efetivada sem deixar de evocar a tradição de sua infinitude, sem esvaziar-se de sua invisibilidade. De Deus. Assim, de acordo com novos acontecimentos da História, a CNBB não conseguiu falar da modernidade – do capitalismo e do socialismo-, sem o transcendente, sem a tradição. Ela não ultrapassou a modernidade.

Mulher Corajosa [Destaques De Leitura]

by Francisco on quinta-feira, 29 de março de 2012

por Francisco Antônio de Andrade Filho

Ricardo Batista Amaral é jornalista. Neste livro, ele conta a trajetória de Dilma Rousseff, a primeira presidenta da República do Brasil. O autor escreve este livro: “A Vida Quer É Coragem. A Trajetória de Dilma Rousseff - A Primeira Presidenta do Brasil”.

De outro, a equipe deste site objetiva divulgar esta excelente obra e oferece aos seus visitantes alguns destaques especiais.



Nas primeiras páginas da referida obra, percebemos que “Coragem” é uma virtude que sustenta a vida.

- A vida não é fácil. Nunca foi (p.12).

Vítima das torturas na Ditadura Militar, Dilma descobriu que não é fácil viver.

Quem passou pela violência do pau de arara, pelas máquinas de choques elétricos, pela agonia incerta de resistir à tortura sabe que a vida não é fácil. Nunca foi. Mas havia outra dimensão na notícia que ela compartilhava com a pequena família: a dimensão da política. Por mais seguro e otimista que fosse o prognóstico dos médicos, câncer era uma palavra maldita quando pronunciada em público, especialmente se relacionada a um candidato presidencial (p.17).

 O Presidente Lula é sábio nas palavras.

- Tranquila, Dilminha, tranqüila. Você é forte, vai conseguir (p.18).

Mulher Valente e Corajosa na Comissão de Infra-estrutura do Senado. Sábia, Dilma enfrenta o confronto (179-181, passim):

O senador José Agripino Maia, de longeva oligarquia nordestina, político da antiga Arena e líder do DEM, tomou a palavra logo no início da sessão. Ele tinha preparado sua pergunta numa reunião com senadores de seu partido. Sua idéia era carimbar a pré-candidata de Lula como pessoa mentirosa, por ter dado versões diferentes sobre o dossiê. O gancho, uma entrevista em que Dilma falava sobre a tortura no DOI-Codi. Seguro de si, Agripino começou citando a entrevista:

- Vossa Excelência respondeu: “A prisão é uma coisa onde nos encontramos com nossos limites. É isso que, às vezes, é muito duro. Nos depoimentos a gente feito doido. Mentia muito, mas muito mesmo.”

Sem fazer caso de que ele, sua família e seus aliados tinham apoiado a ditadura que prendeu Dilma Rousseff, o senador avançou sobre terreno pantanoso:

- O que é que me preocupa, ministra? O dossiê, na minha opinião e na de muitos brasileiros, é a volta do regime de exceção. É o uso do Estado para encostar pessoas no canto da parede.

A Pergunta era surpreendente, mas Dilma estava segura. Tinha ouvido um conselho de Olga Curado, a mesma que ajudou Lula nos debates: “Busque a verdade dentro de você, dentro da sua história.” A história e a verdade da ministra brotaram do fundo da memória e de dentro da alma de Dilma Rousseff na sala da CPI:

- Tem uma consideração que eu vou fazer antes, porque acho que ela é importante para a democracia no Brasil – ela começou a responder num tom firme, olhando para o senador. – O que acontece ao longo dos anos 70 não é uma ditadura policialesca simplesmente, é a impossibilidade de se dizer a verdade em qualquer circunstância. Não se dialoga, não é possível supor que se dialogue com o pau de arara, com o choque elétrico, com a morte. Qualquer comparação entre a ditadura militar e a democracia brasileira só pode partir de quem não dá valor à democracia – ela estocou, antes de prosseguir, já com a voz embargada.

Daí em diante, cada frase era um degrau acima da escala da emoção:

- Eu tinha 19 anos. Eu fiquei três anos na cadeia. Eu fui barbaramente torturada, senador. Qualquer pessoa que ousar dizer a verdade para seus interrogadores compromete a vida de seus iguais, entrega pessoas para serem mortas.

“Eu me orgulho muito de ter mentido, senador, porque mentir na tortura não é fácil. Na democracia se fala a verdade. Diante da tortura, quem tem coragem e dignidade fala mentira. E isso, senador, faz parte, integra a minha biografia, de que eu tenho muito orgulho..

“Todos nós somos muito frágeis, nós somos humanos, nós temos dor. E a sedução, a tentação de falar o que ocorreu e dizer a verdade é muito grande. O senhor não imagina quanto é insuportável. Então, eu me orgulho de ter mentido, eu me orgulho imensamente de ter mentido, porque eu salvei companheiros da mesma tortura e da morte.

“Este diálogo aqui é o diálogo democrático, a oposição pode me fazer perguntas e eu vou responder. Nós estamos em igualdade de condições humanas e materiais. Nós não estamos num diálogo entre meu pescoço e a forca, senador.

“Eu acredito, senador, que nós estamos em momentos diversos de nossas vidas em 70. Eu tinha entre 19 e 21 anos, e de fato, combati a ditadura militar. E disso eu tenho imenso orgulho”.

Crítica de Marx – Consciência Invertida da Ideologia Alemã

by Francisco on sábado, 3 de março de 2012

por Francisco Antônio de Andrade Filho





A inversão da consciência dos ideólogos alemães é para Marx a expressão teórica de uma inversão real, própria da sociedade mercantil capitalista: nela o processo de produção e reprodução da vida material é independente das necessidades dos homens. Produtos da mão do homem se convertem em coisas autônomas, em objetos valiosos, que parecem situar-se numa dinâmica própria, separada da atividade humana.

Nesta linha, pode-se afirmar que se trata do “fetichismo” do mundo das mercadorias, pelas quais os produtos do pensamento do homem são coisificados como forças autônomas que parecem dirigir a história. Todos os bens que circulam no mercado capitalista deixam de ser objetivos intuitivamente concretos para se cristalizar como mercadorias. Sua forma de valor não é percebida como expressão de relações sociais senão como propriedade das coisas mesmas, cujas leis aparecem como potências cegas, atrás das quais se ocultam, na verdade, relações sociais de poder.

Esse filósofo alemão insiste que “os pensamentos da classe dominante são também, em todas as épocas, os pensamentos dominantes...”, mostrando em sua obra que o problema da ideologia não pode ser separado da questão política da dominação. Ele nos diz que existem ideologias dominantes e dominadas. Que a ideologia dominante não se destina somente à classe dominante, mas ainda às classes dominadas, e, nesse sentido, parece razoável asseverar que ela é só digna desse epíteto, na medida em que ou enquanto ela é capaz de sufocar, reprimir ou, ao menos, controlar, a ideologia destas últimas.

Essa introdução à crítica das ideologias em Marx parece nos conduzir à crítica da religião e à crítica da consciência burguesa como dois exemplos nesta linha de análise. Numa próxima publicação neste espaço, provocaremos um forte diálogo sobre a temática.

Faça seus comentários sobre esta explicação de Kurt Lenk sobre a crítica de Marx à ideologia religiosa nesses termos:
“A idéia central da crítica a Feurbach à religião, a saber, que a afirmação de um Deus onipotente implica a negação da essência humana, negação que só pode ser cancelada anulando esse “alheamento” do ser humano genérico, vale também para a teoria da alienação de Marx. Entretanto, aqui, aquela essência misteriosa já não mais é um sujeito divino, mas o capital morto, que na economia de troca capitalista, prevalece sobre o trabalho vivo. Na medida em que os produtos da atividade humana se tornam cada vez mais complexos e diferenciados, as forças e capacidades do trabalhador tendem a perder seu vigor. Quanto mais este produz, menos pertence a si mesmo. Sua dependência cresce junto com a multiplicação do capital, posto que cada produto novo atesta o predomínio do trabalho objetivado...”.