A Perda da Subjetividade Humana ao Longo da História
by Francisco on quarta-feira, 29 de abril de 2009
André Antoninho Führ
Li com atenção, o artigo "Missa de Ação de Graças Pelo Golpe Militar de 1964 – Parte I". Escrito por Francisco Antônio de Andrade Filho em http://www.orecado.org tomei a decisão de refletir sobre a história e sobre a perda da subjetividade humana ao longo da história haja visto que o golpe militar representou um dos maiores marcos da perda do individualismo e da sujeição do individuo aos interesses privados.
Não se pode negar, a história não é o que nela está escrito. Não existem borrachas ou panos capazes de limpar o sangue derramado ou silêncio daqueles, em cujo cálice escorria. Porém, para se compreender, faz necessário ir as suas raízes mais profundas; e ao que me parece, essas só podem ser encontradas na natureza do jogo político.
Segundo Hegel, é no cristianismo que encontramos a primeira visão de individualismo e de liberdade subjetiva, a primeira vista nós parece um tanto contraditório, pois a democrática ou o chamado governo do povo nasce na Grécia quando os cidadãos se reúnem em praça publica para debaterem os interesses da polis. Porém se olharmos mais a fundo veremos as contradições existentes no próprio sistema.
De um lado, é preciso levar em conta que, nem todos eram considerados cidadãos. Apenas uma pequena parte da polis, ou seja, o governo do povo pertencia a uma pequena camada. Enquanto isso, a grande massa responsável pela manutenção do Estado, era excluída das decisões do próprio governo que ajudava a manter com sua força física.
Além disso, as decisões - tomadas em praça publica pelos cidadãos-, não constituem a vontade subjetiva do individuo e sim a vontade coletiva, ou seja, o individuo abre mão de sua subjetividade em favor do coletivo. Podemos ver com mais clareza a perda da subjetividade humana na filosofia Aristotélica onde a vida dos cidadãos estava voltada para a cidade suas escolhas e decisões deviam levar sempre em conta o interesse da comunidade até a escolha da profissão se pautava pelo bem estar da comunidade.
Com o nascimento do cristianismo, a subjetividade humana começa a se contrapor ao bem estar do estado. Pois, as ações do sujeito não visam mais o coletivo e sim o seu próprio bem; pois para ele, cada pessoa é responsável por seus atos e por sua própria salvação. Não existe mais a visão coletiva, mas sim a subjetiva. Todos os indivíduos são iguais diante de Deus. A pirâmide de classes cai por terra.
Os romanos ao perceberem os perigos dessa nova concepção para os interesses do estado resolveram introduzir um novo sistema a propriedade privada cada cidadão pode ser dono dos bens que assim conseguir adquirir com sua força.Porém mais uma vez devemos nós perguntar a quem o titulo de cidadão era atribuído e a quem era possível alcançar o titulo de proprietário. Mais uma vez o individuo perde a sua subjetividade se tornando vitima do capital.
Mais tarde, fundamentado nessas raízes, surge o capitalismo como forma de manter o equilíbrio e de proporcionar essa suposta liberdade aos indivíduos, quando os indivíduos percebem que na verdade o capitalismo os aprisionou e retirou de vez a sua subjetividade surge um movimento de libertação que mais tarde comina no comunismo.
2 comentários
Penso que um dos valores intrinsecos do ser humano é sua subjetividade,
perém estamos´perdendo-a para o dito moderno-globalizado.
cOMO IREMOS RECUPERA-LA?
zILENE/UNIMONTES M.CLAROS-MG
by zilene maia on 18 de junho de 2009 às 15:18. #
Verdade, Zilene Maia. De modo geral, a subjetividade não é egoismo, mas o "EU". Neste sentido, escrevi o resultado de uma das minhas meditações diárias e, a pedido da Direção do GEAP - Aracaju, passei para meus colegas de Aeróbica. Nestes termos:
Meditação 2 - JESUS ORA POR SI MESMO E PELOS SEUS.
Jesus falou estas coisas. Depois, olhou para o céu e disse: ”Pai, chegou a hora: glorifica teu filho, para que teu filho te glorifique[...] Rogo por eles: não rogo pelo mundo, mas pelos que me deste, porque são teus; tudo o que é meu é teu e tudo o que é teu é meu. É assim que sou glorificado neles (Jô. 17, 1; 9).
Antes de partir para junto do Pai, Jesus reza por todos nós e o Evangelho de João registra essa oração. Jesus inicia esta oração rezando por si mesmo, uma vez que ele sabe que o sofrimento está chegando e que deve estar preparado para isso.Em seguida, Jesus diz ao Pai que cumpriu a missão aqui na terra, de modo que o Nome de Deus foi manifestado aos homens sendo que sua mensagem foi acolhida. Todos viram nele como Jesus de Nazaré, filho do casal José e Maria. Sua humanidade revelava-se tão divina que seus fiéis e o próprio Jesus, aceitaram ser o enviado do Pai na unidade do Espírito Santo. Em seguida, rezar por todos os que creram em suas palavras.
Essa, a espiritualidade bíblica, centrada na mensagem de Jesus. Testemunha João ao escrever seu Evangelho. Jesus rogou ao Pai, primeiro para se mesmo; depois orou por todos os que creram em suas palavras. O Filho de Deus penou nele e nos outros. Ele amou a si mesmo e ao seu próximo, seus discípulos. Esse, o significado profundo da espiritualidade.
Outros líderes espirituais, alinhados não apenas a religiões; mas também, de cunho filosófico ou de outras áreas científicas; todos confirmam a mesma necessidade da dimensão espiritual do ser humano. É a integridade humana que está em jogo. Ademais, toda Natureza é a maior expressão dessa verdade.
Para exemplificar, eis as sábias palavras de dois mensageiros espirituais que, a exemplo de Jesus, anunciaram:
Luiz Antônio Gasparetto fala: “Se eu me amo, estou preenchido.” “Se me considero, me sinto preenchido.” “Se me aceito, me sinto preenchido.”
Enquanto isso, Dalai-Lama escreve o que pratica, nestes termos: “A essência de toda vida espiritual é a emoção que existe dentro de você, é a sua atitude para com os outros. Se a sua motivação é pura e sincera, todo resto vem por si. Você pode desenvolver essa atitude correta para com seus semelhantes baseando-se na bondade, no amor, no respeito, sobretudo na clara percepção da singularidade de cada ser humano.
Aracaju, 08 de junho de 2009.
Francisco Antônio de Andrade Filho.
by Francisco Andrade on 19 de junho de 2009 às 07:12. #