Missa de Ação de Graças Pelo Golpe Militar de 1964 [parte I]
by Francisco on segunda-feira, 30 de março de 2009
Francisco Antônio de Andrade Filho
Foi em 31 de Março de 1964. Nesse tempo - pensava a Igreja -, era preciso desmantelar o movimento comunista, implantado no meio estudantil. É contra o fantasma do Comunismo que a CNBB – essa “Voz do Pastor” em rede radiofônica e nos canais de televisão-, convocava o Brasil e outros países da América Latina a empunharem a bandeira da repressão.
E ela divulga sua ação: ”Os Países fortes têm a obrigação de impedir no mundo {...} a vitória do comunismo que se impõe e sustenta pela violência e pela força brutal das armas”. Nessa situação, é preciso desmantelar o movimento. Parar a História. Estancar o sangue novo. Expulsar Aldo Arantes da JUC, líder da UNE. Isolar a vítima expiatória para não manter contato com os membros sadios da comunidade cristã. Os santos não poderiam ser contaminados pelos pagãos e ateus.
Em defesa de sua infalibilidade doutrinário-social desliga, assim, os juscistas da política e, em conluio com a repressão militar de 1964, os reduz ao silêncio da clandestinidade, seres humanos sem vez e voz. Coxos, surdos e mudos. Corpos e mentes, mutilados e despedaçados, são vestígios da contradição da Igreja que proclama a liberdade como valor absoluto e, no entanto, o restringe para o outro.
Temendo a desintegração e a desordem social da “marcha acelerada do comunismo para a conquista do poder”, a Igreja apoiou o poder coercitivo das Forças Armadas, subordinando e entregando aos seus agentes, aos futuros torturadores da Segurança Nacional, os movimentos católicos da ação política.
O poder sacro falou e escreveu a repressão, a tortura, prisões, espancamentos e assassinatos de seus líderes políticos formados e treinados nos Círculos de Estudo da Igreja. Pois, no Sacrifício da Missa, rezada em ação de graças pelo golpe, proclamava o elogio à Revolução Militar e exultava de alegria com a derrota dos comunistas, nestes termos:
“A rendermos graças a Deus, que atendeu as orações de milhões de brasileiros e nos livrou do perigo comunista, agradecemos aos Militares que se levantaram, em nome dos supremos interesses da Nação”.
Mascarada pelo anticomunismo, a instituição eclesiástica realizava seu desejo de fazer a ordem político-religiosa aparecer à sociedade como um benefício inestimável do Cristianismo em oposição ao Marxismo. Para ela, essa nova ordem, desencadeada pela Ditadura Militar e desejada por Deus – do deus católico -, constitui o ponto culminante de todo processo real da “violência sagrada” que, para a religião, funda a unidade social contra a vítima expiatória.
Por isso, nesse mesmo ato de respeito ao golpe autoritário, os bispos e padres durante aquela missa, ressaltavam, com festas, “uma sensação de alívio e de esperança... o mesmo sentimento de gratidão a Deus, pelo êxito incruento de uma revolução armada”. Era a bênção de Javé ao poder militar, escondidos atrás de suas fardas, em benefício do poder e da herança da Igreja, em ter apaziguado a violência substituída pelo vinho, transformado em sangue na celebração da Missa, instrumentos de prevenção na luta contra a tirania dos comunistas.
Francisco Antônio de Andrade Filho
Há dois meses, li o livro “Anjos e Demônios”, de Dan Brown, da Ed. Sextante, 2004. Percebi nesta obra, o poder político da Igreja Católica – mas também sua fragilidade e corrupção -, em conflito com sociedades antigas de seu tempo e modernos centros de pesquisas. Ele trata de questões que passam pela cabeça de todos: a existência de Deus e Ciência, a possibilidade de se ter fé no Universo - Deus ou Natureza -, e do alinhamento entre o científico e o espiritual. Transcrevo, com aspas, um dos diálogos, a seguir
Padre Leonardo fala com sua filha Vitória (p.60). “Vou me mudar para a Suíça [...] estudar Física na Universidade de Genebra. Física? – exclamou Vitória, - Pensei que você amasse Deus! Eu amo e muito. Por isso é que quero estudar suas regras divinas. As leis da Física são a tela que Deus estendeu para pintar sua obra – prima”.
E no laboratório de seu pai, Vitória conversa com Kohler (p.60/65): “por onde começar. [...] disse ela imperturbável, com seu sotaque. “Pelo começo – pediu Kohler. – Conte-nos a experiência de seu pai. Alinhar a ciência com a religião sempre foi o sonho da vida de meu pai – disse Vitória – Ele esperava provar um dia que ciência e religião são dois campos totalmente compatíveis, duas abordagens diferentes para se encontrar a mesma verdade [...]. A ciência e a religião não estão em desacordo. É que a ciência ainda é muito jovem para compreender”.
Reagindo, Kohler contradiz o pensamento de Vitória (p.69), assim: “O avanço científico traz riscos [...]. Sempre trouxe. Programas espaciais, pesquisa genética, medicina, todos cometem erros. A ciência precisa sobreviver a seus próprios enganos. Para o bem de todos”.
O camerlengo, porta-voz do Papa no Vaticano (p.429), lembrando sua doutrina, verbera, assim: “A ciência e a religião não andam juntas. Não buscamos o mesmo Deus [...] Quem é seu Deus? Um Deus de prótons, massa e carga de partículas? Como seu Deus inspira seus fiéis? Como é que seu Deus chega ao coração do homem para lembrar-lhe que ele é explicável por um poder maior? [...] Isso não glorifica Deus, isso desmerece Deus”.
E hoje, ao reler os tópicos acima expostos, lembrei-me da conduta de líderes da Igreja Católica, Romana, com seus dogmas medievais, do Direito Canônico – eis sua derrota -, violando o Direito Civil de outros países. Foi assim que a violência eclesiástica, do arcebispo José Cardoso Sobrinho, contra a mãe de uma menina de nove anos, grávida de gêmeos; e contra os profissionais de saúde. Com aplicação de normas ineficazes contra o aborto e a ciência, foram simbolicamente e massacrados por esse herdeiro do poder medieval. E todos que reagiram, perguntavam: “E por que ele absolve o pedófilo-padrasto estuprador da mesma criança, grávida de gêmeos?”
Assim, também, Bento XVI - em suas recentes viagens e no trono sagrado de seu Palácio dentro do Vaticano – condena o uso de camisinha como forma de prevenção da contaminação pelo HIV, e prega abstinência sexual. É a religião católica contra a ciência? Leia mais sobre a temática em “Cobertos de Teia de Aranha”, por Jussara Seixas.
É possível alinhar a ciência com a religião? Uni-las? Religião e ciência são inseparáveis, mas distintas da dimensão espiritual na vida humana. É polêmico afirmar a possibilidade de se vê uma ao lado da outra. Os caminhos da espiritualidade são trilhados pelo respeito mútuo, tolerância, convivência e transformação interior, vivificada na religião ou na ciência.
Neste momento de reflexão, alerto a Igreja Católica, entre outras instituições eclesiásticas, a se converte, ser mais humildes diante de Deus e de seus filhos. Respeite o desafio das ciências, inclusive, no caso, desça de seus tronos e estude as Ciências da Saúde.
De minha parte, não tenho medo de excomunhão É o livre exercício do juízo crítico em questões religiosas e político-institucionais. Por causa delas e com elas, ter valorizado a tal ponto o ser humano, Espinosa encontrou na sua frente a mais fantástica campanha do silêncio, perseguição e censura proveniente daquelas mesmas instituições religiosas e políticas, católicas e protestantes. Poderes sacros, mal da religião. Poderes sem ética, destruidores da espiritualidade humana.
Nesta linha, tomo a liberdade de levantar algumas questões críticas para uma releitura de Espinosa nos dias de hoje, a seguir.
Seria a espiritualidade um refúgio confessional para se manterem discursos e sermões fanáticos e mercantilistas que fogem da ciência na construção das normas éticas?
Não estaria a espiritualidade, cooptada pelas religiões institucionalizadas em vista de impor a sociedade suas conotações teocráticas? Poderes, com ou sem ética?
Início do Novo Ano Solar: O Sol e a Terra são Fontes de Vida?
by Francisco on sexta-feira, 20 de março de 2009
Francisco Antônio de Andrade Filho
Acabo de ler “O ano novo solar”. A autora Graziella Marraccini despertou em mim um forte desejo de descobrir respostas a estas e outras curiosidades: o Sol e a Terra são fontes de Vida?
Nossa vida cotidiana é toda feita de crenças silenciosas, da aceitação tácita e fácil, de evidências que nunca questionamos porque nos parecem naturais e óbvias: espaço, tempo, realidades, qualidade, verdade e mentira. Como um barco à deriva, vive-se sem se indagar. Outros, mais curiosos, buscam respostas de seus questionamentos. Hoje, vou além dessa curiosidade importantíssima para a preservação da Natureza. O Sol e a Terra são fontes de vida?
Avanço nessa caminhada, com um momento de meditação sobre o significado do “ano novo solar” para o equilíbrio da vida no planeta Terra e sua relação com o Sol. As ciências ocultas contribuem para se compreender as questões do meio ambiente em nossos dias? Astrologia, em sua interface com outras ciências humanas, transforma a perversidade da conduta humana no respeito à Natureza no mundo globalizado de nossos tempos?
Assim, defronto-me com os estudos e as pesquisas da astróloga e taróloga Grazielle Marroccini, Segundo ela, o início do novo ano solar – também início de outono -, é hoje, dia 20 de março. Além das “noções de Astronomia”, aqui expostas – em termos da Esfera Terrestre e Esfera Celeste -, a pesquisadora percebe bem, os valores da consciência coletiva em defesa da Natureza nos dias de hoje.
Nesta linha, a Natureza é inteligente, por si mesma. Ela uma espécie de bússola, com “aqueles pontos luminosos, representados por estrelas fixas ou planetas [...] ajuda os seres humanos a se localizarem, seja em terra ou no mar”. Por isso, segundo a escritora, as “Constelações surgiram da necessidade que os homens sentiam de se guiarem, se localizarem, durante a noite escura do deserto, ou no mar, por exemplo.”
Além desse benefício, a estudiosa, com base na “a sabedoria dos povos antigos”, revela que “O caminho efetuado pela Terra em seu giro heliocêntrico é o determinador da mudança das estações, assim como a rotação da Terra é determinadora dos dias e das noites”.
Sabiamente, no final, a taróloga emite um juízo de valor - da importância do Ano do Sol -, nestes termos:
É muito importante que saibamos aproveitar essa mudança de energia para darmos uma virada à nossa vida! Se este é um ano do Sol, vamos dar asas à nossa criatividade que nos dá vida, nos dá energia e força para viver. A Luz emanada do Sol é simplesmente a Luz ajudará neste momento de crise a superar muitas dificuldades. O Sol ilumina nossa vida emanada de Deus. Ela pode afastar nossos medos, limpando nosso ser de toda a negatividade que causa dificuldade. A Luz nos oferece uma carga nova capaz de renovar desde a menor célula até nosso corpo inteiro.
Realmente, entre os elementos da Natureza, se destacam o Sol (Fogo) e a Terra, fontes de vida. Entrementes, desejo ir além daquela curiosidade inicial: O Sol e a Terra são fontes de Vida?
Jean-Jacques Rousseau responde, assim: “A natureza fez o homem feliz e bom, mas a sociedade deprava-o e torna-o miserável”. E Luiz Antônio Gasparetto nos adverte: “É bom reconhecer a obra da Natureza em nós”.
Para pesquisa sobre o sol e a terra, fontes de vida, recomenda a leitura e a meditação dessas fontes de vida, nos sites Fique Linda e Instituto Hermes de Transformação Humana. Aqui, Sol (Fogo) é “considerado um presente dos deuses, muitos acreditam que o fogo é sagrado. Sua principal utilidade é a limpeza espiritual e de ambientes, uma vez que ele é um purificador e transformador poderoso”. Enquanto isso, a “terra” nos dá alimentos e remédios, por isso é conhecida como a "Grande Mãe" de toda a vida. Esse elemento é regenerador e traz segurança, estabilidade e força para quem o tem por perto.
E avanço, com mais outras indagações. Frente à máquina ideológica do aquecimento global constituição global, indaga-se: que fonte jurídica, que norma fundamental pode apoiar a eco-justiça no respeito à natureza? Como construir uma sociedade bem ordenada, garantindo o equilíbrio entre natureza e produtos técnicos e científicos com bases de uma nova ética e de uma nova mentalidade nas relações entre os seres humanos e o meio ambiente?
É sabido que a ordem mundial atual, na busca de uma nova constituição política, é perversa, brutalmente contraditória: apesar de a vida – biosfera (vegetal, animal e humana) – ser o elemento mais precioso do planeta, ela é prejudicada e ameaçada de extinção. A forma mais elevada de vida – a humana – é a mais devastada, terrorizada, implodida, com bilhões de seres morrendo de fome e de doenças curáveis. Estamos vivendo a contradição ética mais grave da história. Os horrores da mente humana, na atual “Aldeia Global”, criam políticas e tecnologias responsáveis pelo genocídio da natureza e exclusão do homem do seu ecossistema natural e urbano.
Feliz Ano Novo Solar. Respeite a Natureza ou Deus. Você não vive sem ela. Você se considere morte sem essa coisa divina. Lembre-se: Sol e Terra são fontes de vida. Feliz Ano Solar.
Indignação Ética Contra a Violência do Arcebispo de Olinda e Recife
by Francisco on quinta-feira, 12 de março de 2009
Francisco Antônio de Andrade Filho
Era quarta-feira, 11 de março de 2009. A imprensa do Brasil e do mundo inteiro divulga a violência eclesiástica contra uma menina de nove anos, grávida de gêmeos. Foi na Arquidiocese de Olinda e Recife. A mãe da adolescente e os profissionais de saúde foram simbolicamente queimados por um arcebispo católico. Dom José Cardoso Sobrinho, herdeiro dos poderes sacros e podres da Inquisição Medieval, representa Deus neste massacre. Deus? Deus é vida. Violência do bispo é encarnação do mal, inferno na terra. E por que ele absolve o pedófilo-padrasto estuprador da mesma criança, grávida de gêmeos?
De outro, autoridades políticas, filósofos e teólogos; representantes de diversos movimentos sociais e feministas manifestaram indignação ética contra a ingerência e desobediência de um bispo da Igreja Católica nas leis constitucionais do Estado laico. Estranha conduta essa, prioridade ao Código do Direito Canônico? E onde fica o Direito Civil da Ordem Constitucional no Brasil?
A Excomunhão nas sábias palavras do Presidente da República do Brasil – Lula expressa sua indignação ética, nestes termos: “Como cristão e como católico, lamento profundamente que um bispo da Igreja Católica tenha um comportamento conservador como esse. Não é possível permitir que uma menina estuprada pelo padrasto tenha esse filho, até porque ela corria risco de vida. Acho que, neste aspecto, a medicina está mais correta do que a Igreja. A Medicina fez o que tinha que ser feito: salvar a vida de uma menina de 9 anos”.
O agir ético de repúdio ao poder sacro-podre do arcebispo, nas declarações de organizações feministas e institucionais - Elaine Patrícia Cruz, Agência Brasil/Aão Paulo, registra a crítica das mulheres: “Pregar sua doutrina no interior dos templos é um direito legítimo de todos os religiosos. Agora, quando um representante da Igreja Católica Apostólica Romana tenta interferir nas decisões da Justiça, ou faz essas declarações à imprensa, está claramente procurando exercer inapropriada influência pública sobre o Estado laico, construindo um discurso de intolerância e intransigência oposto à idéia de vida que alega defender”.
Por sua vez, Fórum de Mulheres de Pernambuco, em Recife, entrevistada por Camila Souza Ramos, Joana Pereira afirma categórica e corajosamente: “São fatos concretos que retratam esse posicionamento fundamentalista. Defendemos a laicidade do Estado, ou seja, que o Estado mantenha seu lugar político de defender o direito da população e que não haja nenhuma intervenção de nenhuma religião sobre a decisão ou proposição política do Estado.
Além disso, médicos, filósofos, teólogos e outros pesquisadores reagiram bem contra a ditadura medieval – seria “ditabranda”? -, na violência simbólica daquele arcebispo católico romano. Neste bom combate, Pedro Couto, Kotscho e eu nos alinhamos com outros amigos na blogosfera entre outros meios de comunicação.
Pedro Couto critica o arcebispo de Olinda e Recife: “A Igreja Católica, nos últimos anos, a começar pela Arquidiocese de Boston, foi atingida por casos de pedofilia. Os autores foram excomungados? Agora, tampouco o estuprador o foi. A mãe da menina, por ter autorizado a interrupção, sim, os médicos idem. Francamente não faz sentido. Dom José Cardoso voltou ao passado. Retornou às trevas da intolerância. Um desastre para todos de modo geral. E para o Vaticano em particular”.
Kotscho expressa sua indignação com esta sentença::” Clama aos céus que o que está em jogo não são as leis, nem dos homens nem da Igreja, mas apenas a vida de uma menina indefesa, ainda mais num país em que a legislação autoriza o aborto em vítimas de estupro até a 20ª semana de gravidez, sem autorização judicial”.
Sergio Cabral, diretor médico da maternidade, responsável pelo procedimento, explicou com todas as letras: “O risco maior seria a continuidade dessa gravidez. Uma criança de nove anos não tem ainda os órgãos formados. Se tudo correr bem, ela deve ter alta ainda esta semana”.
Eu, Francisco Antônio de Andrade Filho, convido Dom José Sobrinho Cardoso a uma meditação. Indague diante de Jesus Cristo, trancado no Sacrário de sua Catedral ou no seu Palácio Episcopal; pegue no crucifixo de ouro, postado no seu pescoço, feche os olhos e responda seriamente:
1. Em nome de Cristo, na Idade Média, a Inquisição da Igreja Católica queimava as bruxas, perseguiu e matou o frei Jordano Bruno, entre outros religiosos, só porque não aceitava os erros desta mesma Igreja. E hoje, o que fiz com essa excomunhão? Sou arcebispo e Deus? Será que Deus é vida? E isso é tudo?
2. Leia a obra de Baruch de Espinosa (1632-1677). A Ética - esse hino à vida livre -, juntamente com o Tratado Teológico-Político e outras obras clássicas desse pensador, constituem-se fontes inesgotáveis para o filosofar nos espaços de livre expressão como o de agora. É o livre exercício do juízo crítico em questões religiosas e político-institucionais. Por causa delas e com elas, ter valorizado a tal ponto o ser humano, Espinosa encontrou na sua frente a mais fantástica campanha do silêncio, perseguição e censura, proveniente daquelas mesmas instituições religiosas e políticas, católicas e protestantes.
3. Logo depois da leitura e meditação do pensamento do referido filósofo, veja o que nossa Igreja Católica, unida na perversidade com outros cristãos e judeus, assinou o “AUTO DE EXCOMUNHÃO DE BENTO ESPINOSA” pronunciada a 27 de Julho de 1656, cujo teor se pode ver no texto, a seguir.
4. “Os dirigentes da comunidade levam ao conhecimento desta que desde há muito tempo tinha notícias das equivocadas opiniões e errada conduta de BARUCH de ESPINOSA, tendo por diversos meios e advertências procurado afastá-lo do mau caminho. Como não obtiveram nenhum resultado e, bem pelo contrário, foram aumentando as horríveis heresias que o mesmo pregava e ensinava, bem como a sua conduta inaudita, resolveram as referidas autoridades de acordo com o Rabino, na presença de testemunhas fidedignas e do próprio ESPINOSA, que este fosse excomungado e expulso do POVO de ISRAEL, segundo os termos do seguinte Decreto de Excomunhão: Por decisão dos Anjos e o juizo dos Santos, excomungamos, expulsamos, execramos e maldizemos a BARUCH de ESPINOSA, com a aprovação do SANTO DEUS e de toda a sua SANTA COMUNIDADE, ante os SANTOS LIVROS da LEI com as suas 613 prescrições; com a excomunhão com que JOSUÉ excomungou Jericó, com a maldição com que ELISEU maldisse seus filhos e com todas as execrações escritas na LEI. Maldito seja de dia e maldito seja de noite; maldito seja quando se deite e maldito quando se levante; maldito seja quando saia e maldito quando regresse. Que o SENHOR não o perdoe. Que a cólera e a repulsa do SENHOR caiam sobre este homem e lancem sobre si todas as maldições escritas no livro da LEI. O SENHOR apagará o seu nome sob os céus e o expulsará de todas as TRIBOS de ISRAEL, abandonando-o e entregando-o ao poder do MALIGNO com todas as maldições do céu escritas no livro da LEI. Mas, quanto a vós, que sois fieis ao SENHOR vosso DEUS vivei em paz. Ordenamos que ninguém mantenha com ele laços de comunhão oral ou escrita, que ninguém lhe preste nenhum favor, que ninguém permaneça com ele sob o mesmo teto, e mantenha com ele uma distância nunca inferior a quatro jardas e que não leia nada escrito ou transcrito por ele”
5. Recomendo a leitura de minha conferência, no VI Congresso Brasileiro de Alzheimer, em Recife/PE, entre os dias 13 a 16 de agosto de 2008: “Ética e Espiritualidade no Final da Vida”, in http://www.orecado.org/?p=135.
A Questão da Sexualidade em Alguns Romances da Literatura Brasileira
by Francisco on terça-feira, 10 de março de 2009
Clóvis Campêlo
Neste breve trabalho procuraremos estudar o relacionamento entre os principais personagens, no que diz respeito à questão da sexualidade, e como esse relacionamento se dá, ou não, dentro dos romances por nós escolhidos para a análise.
Em "O Guarani" (1857), de José de Alencar, a atração sexual existente entre Peri e Cecília, diante da rígida divisão hierárquica reinante na pequena comunidade governada por Dom Antônio Mariz, além de todo o preconceito social, racial e religioso, característicos da época, é camuflado das mais diversas maneiras: o índio sente por ela uma adoração mística, um fervor mariano que se aproxima dos sentimentos expressados pelo amor trovadoresco medieval e que faz com que ele abandone a sua gente e o seu modo de vida, aceitando viver na periferia da família Mariz apenas para satisfazer aos caprichos de Cecília. Em vários momentos chega mesmo a colocar a própria vida em risco para defender a vida de Cecília. O autor, na construção do perfil psicológico de Peri, reveste-o de uma dignidade desconhecida pelos nossos selvagens, haja vista que era outro o seu código de honra. Tentando colocá-lo à altura do amor de Cecília, despersonifica-o. Por seu lado, Cecília o vê como um ser primário e infantil, um diamante bruto a ser lapidado, uma alma a ser salva e usa estes pretextos para canalizar o sentimento de profunda atração que sente pelo índio. Ou seja, esse sentimento mútuo é revestido de uma “nobreza” que seria dispensável a qualquer autor de outra escola literária. Aliás, é notória, entre os autores românticos, a dificuldade sentida no que diz respeito a consumação do ato sexual entre os seus personagens. Em O Guarani, mesmo no final, quando para Cecília fica claro que Peri é a única coisa que lhe interessa, e para isso abre mão até da sua condição de civilizada, aceitando viver na floresta, ainda surge a natureza como último antagonista exigindo mais uma prova, por parte dos dois, para que esse sentimento se consolide. O livro termina, aliás, sem que a posse sexual se dê, deixando-nos o autor apenas com a perspectiva de que ela se dará em um tempo posterior ao da narrativa, o que não deixa de ser frustrante.
Em "Senhora" (1875), também de José de Alencar, em que pese tratar-se de um romance de costumes situado temporalmente muito depois de O Guarani, notamos a mesma disposição. Aprofundemos mais, no entanto, as nossas observações: Aurélia, moça pobre e apaixonada, vê-se de repente possuidora de uma herança grandiosa, o que lhe permite arquitetar um plano para também chegar à posse do seu bem amado (Seixas). Ou seja, em uma sociedade onde o poder era exercido pelo sexo masculino, um personagem feminino, por conta de determinadas circunstâncias, acha-se em condições de reivindicar. Consumado o fato, cria-se, por parte do autor, toda uma situação de conflito emocional que não permite uma aproximação maior entre os dois recém-casados. Embora não possa o autor contar com as circunstâncias utilizadas como empecilho entre Peri e Cecília (questões religiosas, sociais, raciais, etc.), considerando que a história se desenvolve em um ambiente urbano e burguês, o autor utiliza-se da questão financeira como antagonista. É preciso que Aurélia e Seixas se purifiquem através do sofrimento para fazer jus ao desfrute do relacionamento. Primeiro o sofrer, depois o gozo. Ainda assim, como em O Guarani, o autor apenas nos deixa o indicativo de que isso ocorrerá em um tempo posterior ao da narrativa.
Em "A Mão e a Luva" (1874), de Machado de Assis, já observamos uma mudança de atitude. O relacionamento homem-mulher se mostra menos conflitante, embora o desfecho ainda tenha que se sujeitar aos “laços sagrados” do matrimônio para ocorrer. Do ponto de vista psicológico, tanto Guiomar quanto Luís Alves mostram-se como pessoas mais maduras e que, em função desse amadurecimento, sabem como contornar os obstáculos e chegar a um desfecho favorável. No entanto, talvez pela ausência do elemento emocional, o enredo pareça-nos retilíneo e previsível, sem as sinuosidades dos livros anteriormente analisados. Embora Guiomar já se mostre determinada, ainda não apresenta certas características peculiares aos personagens femininos machadianos, como veremos a seguir com Capitu.
Em "Dom Casmurro" (1899), também de Machado de Assis, entre em cena o adultério, um elemento ainda não explorado nas histórias anteriormente analisadas. No nosso entender, ao abordar tal questão, Machado de Assis mostra-se mais maleável do que outros autores românticos, como Flaubert e Eça de Queiroz, que embora criticassem o modo de vida burguês dão como desfecho às suas narrativas uma solução completamente aceitável dentro da moral burguesa: a morte das adúlteras. O escritor brasileiro mostra-se muito mais sutil. Faz com que cheguemos ao final da narrativa sem termos a certeza de que Bentinho foi realmente traído ou se tenha criado mentalmente toda aquela situação. Enquanto Eça e Flaubert tratam a questão do adultério de modo explícito, Machado apenas o insinua através da voz de Bentinho. Passemos, no entanto, às características de Capitu a que acima nos referimos. Características estas que, de início, apresentam-se como positivas e que, posteriormente, vão servir para alimentar as dúvidas de Bentinho em relação a sua situação de marido traído. Estas características são o poder de iniciativa e de decisão, aliados a uma certa autonomia que, decerto, não seriam comuns às mulheres da época. Em Dom Casmurro já observamos também, ao nível da narração, a menção de certos contatos corporais (beijos, carícias), muito embora o ato sexual em si, para se concretizar, ainda dependa do casamento, espaço legitimamente aceito pelo código social da época. O final da história (outra característica machadiana) é muito menos dramático do que em Alencar, Eça ou Flaubert, acima citados, caminhando de uma forma quase natural para o seu desfecho. Em relação ao desfecho, aliás, observamos ainda que Dom Casmurro difere dos romances anteriormente analisados onde o final feliz indica o restabelecimento de uma ordem anteriormente existente. Após os conflitos que permeiam o romance, o final se dá com a separação dos protagonistas e com a morte de Capitu na Europa (ainda a punição burguesa?). Cria-se assim a possibilidade de uma nova ordem que necessariamente não tem a ver com o equilíbrio inicial.
Em "O Cortiço" (1890), de Aluísio de Azevedo, essa relação bilateral é quebrada, sendo-nos mostradas várias outras facetas: o relacionamento de João Romão e Bertoleza, de Rita e Jerônimo, de Pombinha com a francesa, etc. O relacionamento sexual é abordado sem os rodeios das obras anteriores, ficando em nós a interrogação em relação ao que mudou dentro do código moral da época, já que o romance é contemporâneo de vários outros já estudados. Consideremos, também, que, dentre as obras analisadas, é a primeira a abordar a questão em relação às camadas sociais mais inferiores. Como sabemos que a obra tem um caráter crítico sobre o que o autor considera como a degeneração da raça brasileira, fica-nos a impressão de que a abordagem é feita de forma distorcida, vista ainda sob a ótica da moral burguesa. Senão vejamos: João Romão é censurado pela exploração tanto sexual quanto da força de trabalho de Bertoleza; o sentimento de Jerônimo por Rita beira o irracionalismo romântico, e mesmo a relação homossexual entre Pombinha e a francesa, para nos prendermos apenas a estes três casos dentro do romance, não são mostrados como um avanço no sentido de provocar mudanças dentro do padrão moral da época. O autor prefere encará-los como mais uma prova da decadência moral (determinismo?) a que estaria sujeito o nosso povo.
Em "O Ateneu" (1888), de Raul Pompéia, essa relação bilateral também é quebrada e o romance não se assenta em cima de uma relação direta entre homem e mulher. É levantada a questão do homossexualismo masculino, também de forma distorcida, repleta de justificativas e de sentimentos culposos. O que nos chama a atenção, no entanto, é a visão deformante que o personagem central da história, Sérgio, tem em relação às mulheres: Ângela, a bela emigrante canarina, é vista por ele como algo tentador, mas ao mesmo tempo agente da destruição – é em conseqüência dela que ocorre um assassinato dentro do Ateneu; a criada que toma conta dos dormitórios é vista como uma figura aterradora e sobrenatural, e por dona Ema, esposa de Aristarco, manifesta um sentimento edipiano. Consideremos também que entre as obras analisadas é a primeira com um caráter autobiográfico, onde talvez encontre razão de ser as justificativas utilizadas pelo autor para explicar às tendências existentes nas relações do seu personagem protagonista.
Em "São Bernardo" (1934), de Graciliano Ramos, a relação entre Paulo Honório e Madalena se dá sem as tintas do Romantismo. E se em alguns momentos nos lembra o racionalismo de A Mão e a Luva, o sentimento de posse manifestado por Paulo Honório em relação a Madalena, que é vista como mais um bem a ser conquistado, de certo modo, também nos lembra a relação de João Romão e Bertoleza, em O Cortiço. Madalena é conquistada por Paulo Honório para dar vazão ao desejo deste de ser pai e constituir um herdeiro para os seus bens, conquistados de maneira nem sempre muito correta. Sem nenhum sentimento mais profundo, Madalena também se deixa levar diante da perspectiva de melhoria de vida, do ponto de vista econômico e financeiro. A sua recusa, no entanto, em transformar-se em objeto possuído, bem como o ciúme doentio e o sentimento castrador de Paulo Honório em relação à coisa possuída, faz com que o relacionamento chegue a um impasse que só encontra saída com o suicídio de Madalena. Seu estado psicológico, que a leva a ver apenas o ato extremado como a única saída para o impasse, deixa-nos claro que, naquela época, a situação da mulher dentro da sociedade ainda não lhe abria espaços para outra saída menos dramática.
Publicado no JC Cultural, Recife, em 05/02/1993, p. 7-8.
Francisco Antônio de Andrade Filho
Hoje, 8 de março de 2009, Dia internacional da Mulher. Para Você, Mulher, festejar essa data especial, dedico alguns momentos de meditação. Para Você, Mulher, amiga e esposa – Tânia Maria Gomes de Andrade; e em homenagem a todas outras do mundo -, ofereço a página, aqui registrada com muito amor e respeito.
Para VOCÊ, MULHER, festejar seu dia, li o Cântico dos Cânticos, 6.10. Vi e descobri o elogio divino à beleza da mulher com estes termos poéticos e verdadeiros: “Quem é essa que se eleva como a aurora, bela como a lua, resplandecente como o sol, temível como batalhões”
Para VOCÊ, MULHER, celebrar seu dia, presenteio o Livro de Salomão, onde independente de toda religião, visa buscar práticas de virtudes, caminhos de vencer na vida com habilidade, fugindo dos perigos que ferem o corpo e a alma. Serve ““para conhecer sabedoria e disciplina, penetrar as palavras profundas, adquirir esmerada instrução – justiça, eqüidade, direito - , dar perspicácia aos simples, sabedoria e prudência aos jovens, entender máximas, frases obscuras e os ditos dos sábios e seus enigmas” (Prov.1, 2 a 5).
Para VOCÊ, MULHER, sentir-se bem, hoje e sempre, medite os capítulos 11, 12 e 14 dos 31 desse livro. E encontrei profundas e vitais mensagens sapienciais para os dias de hoje. Nelas você, mulher, encontrará – quem sabe -, elogios e críticas; virtudes e deslizes para sua vida. Não a julgo. Quem sou eu para tanto? Estudioso na releitura da antiga sabedoria, eu desejo contribuir para um momento de consciência que faz bem à mulher em busca dos caminhos da felicidade.
Cito dois versículos: “Uma mulher virtuosa é o diadema de seu marido e a mulher impudica é a cárie nos ossos” (Prov.12.4). “A mulher sábia constrói sua casa, a tola a destrói com as próprias mãos (Prov.14,1).
VOCÊ, MULHER, o que pensa dessa sabedoria salomônica? Faça seus comentários. . O homem sem maldade se afirma com aquela mulher pura, e se corrói com a inconseqüente. Mesmo assim, toca sua vida prá frente. Ele não será abalado nem com uma nem com outra.
VOCÊ, MULHER, em seu dia internacional e no cotidiano da vida, medite em sua beleza. Indague: que tempos são esses, quando falar da beleza da mulher é destruir seu corpo e sua alma? Vida e morte, uma em contraposição a outra. Ser bela é revelar a ética de suas virtudes. Beleza é vida do corpo integrada com seu estado de espírito em paz; alma cheia de ternura e livre da tortura dos machistas preconceituosos do mundo de hoje.
O que mais nos interessa em VOCÊ, MULHER, é a beleza de seu espírito. Usar maquiagem, outros adornos, fazer cirurgia, é apenas para realçar a beleza que já existe dentro de si.. Da sua alma, flui uma nova roupagem do belo num corpo saudável. Torna-se mais bela ainda, de corpo e alma, com a prática das seguintes virtudes: autoconfiança, generosidade, conduta ética, tolerância, espírito alegre, concentração e sabedoria.
Por alguns desses instantes de meditação, dedicados a VOCÊ, MULHER - celebrando seu dia internacional -, senti a alegria integral. Corpo e alma, nadando nas águas da sabedoria antiga daqueles ditos de Salomão. E louvo a Deus com Carlos Drummond de Andrade: “Deus me deu um amor no tempo de madureza,/Deus – ou foi talvez o Diabo – deu-me este amor maluco,/ e a um e outro agradeço, pois que tenho um amor.”
Interditar o Governo de Lula: Crítica da Dilma à Ideologia de Segurança Nacional na politicagem do PIG & PSDB & DEM
by Francisco on segunda-feira, 2 de março de 2009
Francisco Antônio de Andrade Filho
O Partido da Imprensa Golpista, camuflada na fala e na escrita, usa todos os meios de comunicação para anunciar a onda da perversidade do PSDB&DEM. Os golpistas, encapuzados em negrito, ideólogos da segurança, descobrem na Dilma, a inimiga da Pátria. E decidem resgatar as torturas da Ditadura. Entram com uma representação no Tribunal Superior Eleitoral, alegando que a "exposição ostensiva" da ministra, é uma tentativa de fazer política antecipada ao inaugurar obras do PAC, entre outros eventos.
A Mãe do PAC rebateu acusações de uso da máquina federal para a promoção de sua eventual candidatura, dizendo: "eu não policio ninguém, e acho que vivo numa democracia, em que as pessoas têm o direito de se manifestar". E categoricamente, afirma ser "do tempo em que uma música era um crime contra a segurança nacional, mas isso não existe mais, vivemos numa democracia. Agora, eles querem “interditar o governo”.
Essa crítica da Dilma à postura ideológica de segurança nacional, encarnada no corpo e na mente da minoria oposicionista (DEM&PSDB) mostrou-se mais diretamente, assim. Aconteceu no Senado Federal frente a uma pergunta perversa e irônica do DEMO-AGRIPINO-MAIA, que se revelou “inimigo do Comunismo” e, assim, defensor obsessivo da Ditadura Militar. Com voz corajosa de um bom combatente, Dilma responde:
Eu fui barbaramente torturada. Qualquer pessoa que ousar falar a verdade para os torturadores, entrega os seus iguais. Agüentar tortura é algo dificílimo. A dor é insuportável. Eu me orgulho imensamente de ter mentido na tortura. Salvei companheiros da morte.
Surge, aqui, um instante desafiador para um diálogo da verdade que nos liberta. Há um significado ideológico, de relação entre a postura do trabalho da ministra e a politicagem da frenética oposição em “interditar o governo Lula”.
Entre uma e outra, percebo que os herdeiros golpistas da Ditadura Militar são ideólogos da Segurança Nacional no Brasil e em toda a América Latina. De um lado, pesquisa revela que 81% do PT acatam e abraçam Dilma Presidente 2010. E gritam: “Deixem a mulher trabalhar”.
Enquanto isso, o conflito e desespero entre SERRA e AÉCIO é uma realidade escancarada em vários blogs e sites; e escondida pelo PIG. E em nome deles, dubiamente, FHC ordena: “Não deixem Dilma trabalhar. Nosso lema é ”Interditar o Governo LULA”.
Eis alguns tópicos para debates e comentários cibernéticos:
1. Posturas ideológicas não nascem do nada: A idéia chave das ciências humanas é que a ideologia só pode surgir numa sociedade histórica, “uma sociedade para a qual o fato de ter uma origem, é uma questão.” Não existe ideologia em si mesma. Ela é sempre um fenômeno social. Surge em determinado contexto histórico-social como tomada de consciência coletiva de certos fatores operantes em tal contexto e de certos valores nele presentes.
2. Ideologia é processo histórico: Aqui, a ideologia aparece como sistemas de pensamentos, crenças e normas que participa constantemente da regulamentação social e que em ampla medida “se reproduz inconscientemente em cada um de nós.” Define o sistema cultural que exprime e interpreta as idéias, as crenças, os comportamentos típicos pertencentes a um grupo humano. Surge como um elemento de consciência coletiva, dentro de uma estrutura social em processo de mudança:
A análise das ideologias tem como marco teórico e prático, essa ciência das formações sociais em seu processo de modificação de dominância. Reafirmamos: as ideologias não são inteligíveis em si mesmas. A verdade surgirá apenas através da sua relação com as condições sociais de produção.
3. Ideologia é representação da realidade: Ela consiste, então, em compreender que toda vida social e, portanto, histórica, é essencialmente prática, e consiste na atividade, no trabalho e na ação dos homens com a natureza e com os outros homens. A ideologia é uma representação das realidades. É decisiva a relação do homem para com a natureza, para com as decisões materiais da sua existência. Não são as idéias filosóficas, religiosas, políticas, científicas, etc. que são consideradas como as forças motrizes da história e sim as “necessidades materiais dos homens” e, ainda “não é a consciência que determina a vida, mas sim a vida que determina a consciência.”
4. Tarefa da ideologia: Representação das realidades, a ideologia é também falseadora. É um modo falso de pensar, no qual a realidade é vista de maneira distorcida, ficando, por assim dizer, invertida como numa “câmara escura
5. Em que sentido, a postura ideológica é deformadora? A ideologia é a inversão deformadora da realidade. Ela afirma e nega; expressa verdade das realidades numa imagem invertida. Ela as oculta, oferecendo aos homens uma representação mistificada do sistema social, para mantê-los em seu “lugar” no sistema de exploração de uns pelos outros. Necessariamente deformante e mistificadora numa determinada sociedade, a ideologia é produzida como tal ao mesmo tempo pela opacidade da determinação pela estrutura e pela existência da divisão e das desigualdades sociais.
As instituições, para sobreviverem, são asseguradas por diversos mecanismos de produção e reprodução. A dominação política não se pode efetuar unicamente por intermédio da repressão: a dominação política da oposição implica a intervenção decisiva da ideologia que legitima essa repressão. Elas realizam-se e encarnam-se nas instituições de dominação.
E a Ideologia da Segurança Nacional se torna, hoje, politicagem do PIG&DEM&PSDB. Obsessivamente, inimigos do Comunismo/Socialismo, perseguem Dilma Roussef; e para eles, é inimiga da Pátria. É preciso torturá-la, de mil maneiras. Ela é proibida de viajar pelo Brasil afora. Não pode trabalhar, nem falar. E, de outro, na crítica da Dilma, eles, assim, é que são inimigos da Ordem e Progresso no Brasil.
Clóvis Campêlo
Para Verônica Aroucha
O encantamento é a soma de todas as cores.
Existe uma luz radiante quando se abre a janela e verifica-se que, apesar de tudo, surgiu um novo dia e que nesse novo dia todas as possibilidades são prováveis e possíveis.
Desvenda-se uma nova visão cósmica quando entendemos que todos os equívocos foram necessários e que sem eles não haveria a possibilidade dos acertos.
Entramos em êxtase quando percebemos que o excesso dos nossos sentimentos foram o adubo necessário para que brotassem as flores do bem.
O pão quentinho é apenas a condensação de todas as energias positivas, transformadas em criação.
Somos apenas o instrumento.