Thomas Hobbes: O Homem é Lobo do Homem

by Francisco on segunda-feira, 26 de setembro de 2005

José Luiz Ames


O Estado moderno está construído sobre o monopólio do uso da força física legítima. Por isso ele pode, com direito, proibir, matar, encarcerar, multar. Diferentemente do que para os antigos, para os quais o Estado resultava do espírito associativo do homem, os modernos têm uma visão individualista do Estado. Quando se compreende o Estado como uma conseqüência da inclinação natural do homem a viver em sociedade, a legitimidade do poder exercido por ele é dada pela natureza.

Os modernos não aceitam mais esta visão. Se, por natureza, o Estado não exerce um poder legítimo sobre os indivíduos, como, então, explicar a lealdade que prestamos ao Estado? Além disso, se, por natureza, não tendemos mais à vida coletiva, como pensavam os antigos, por que os indivíduos formam uma sociedade?

O primeiro pensador moderno a dar uma resposta consistente a estes problemas foi Thomas Hobbes. Ele nasceu em 1588 em Westport, na Inglaterra. De origem humilde, sua educação esteve ao encargo de seu tio Francis Hobbes. Aos 20 anos recebeu o título de Bacharel em Artes e passou a trabalhar para o Barão de Cavendish como preceptor de seu filho. Preocupado com os rumos da guerra civil inglesa liderada por Cromwell, decidiu refugiar-se em Paris, onde viveu de 1640 a 1651.

Em 1651 publicou sua obra política mais importante: "O Leviatã". O trabalho lhe rendeu o ódio do clero católico francês pelas críticas à Igreja, à qual acusava de pretender imiscuir-se nos assuntos do Estado. Por causa da obra, perdeu também o apoio da família real inglesa, refugiada em Paris, o que o obrigou a retornar à Inglaterra, onde se colocou novamente a serviço da família Cavendish.

Com a restauração da realeza, em 1660, Hobbes viu-se envolvido em processos de impiedade e ateísmo, devido às idéias defendidas no Leviatã, dos quais se livrou por influência de seus amigos. Nunca se dedicou à política, nem como conselheiro, nem como homem de partido. Foi filósofo político em sentido estrito. Faleceu em 1679, aos 91 anos de idade.

Podemos dizer que a obra de Hobbes está animada por um objetivo teórico e outro prático: estabelecer uma base científica para a filosofia política e contribuir para o estabelecimento da paz cívica. O segundo objetivo é decorrente da situação política de seu tempo: a Inglaterra vivia ameaçada pelas dissensões entre Coroa e Parlamento que levaram à Guerra Civil. Esse quadro motivou Hobbes a reivindicar na sua filosofia a unidade de todos os poderes do Estado na figura do Soberano.

O mal que Hobbes mais temia e contra o qual colocou seu sistema filosófico não é o da opressão que deriva do exercício do poder. Ao contrário, entende que o pior mal é a insegurança que decorre da fraqueza do poder exercido pelo Estado. Para garantir a segurança, o Estado deve concentrar todos os poderes no Soberano, seja ele um monarca ou uma assembléia de homens. Diante desse poder resta aos homens somente um direito: a garantia de suas vidas.


*José Luiz Ames é doutor em Filosofia e professor da Unioeste, Campus de Toledo

11 comentários

A inconsistência do poder do estado, fica claramente demonstrada quando, percebemos a fragilidade da seguranca publica, descaracterizada na medida que o poder economico social e politico, concentrado de forma racional, para permitir um objetivo permanente do controle da sociedade de qualquer sitesma economico, gerando intranquilidade por motivos de resistir aos conceitos da imperativa e ampla necessidade de uma revolução infra-estrutural, total, do Estado, para permitir uma redistribuicao da renda do capital e do trabalho de forma que compatível com um planejamento estratégico de acordo com a capacidade individual gerando ao mesmo tempo monitoramento dessa forma pos-moderna onde um consequente estado de injustica social, se prolifera de maneira incontrolável, pautado no crescimento social desordenado, razao de um sistema politico que transfere o poder nas mãos de quem sugere uma pseudo-democracia para a sociedade, tendo em vista que tais procedimentos apenas vendem facilidades para manter as classes dominantes no poder e descartar a competitividade saudável sob o ponto de vista da liberdade, e fraternidade social, mantendo os menos favorecidas na total dependência , e exatamente isso tem como objetivo de sugerir uma crescente demanda de dependentes economicos e sociais sem se aperceberem do legado e das consequências que estado terá que dirimir a curto prazo, requerendo todo um redimensionamento e
um racionalismo de vanguarda bem como de retaguarda , ainda não contemplado na dimensão das politicas públicas modernas.

by Antônio A.Schöpping on 29 de outubro de 2005 às 06:44. #

A inconsistência do poder do estado, fica claramente demonstrada quando, percebemos a fragilidade da seguranca publica, descaracterizada na medida que o poder economico social e politico, concentrado de forma racional, para permitir um objetivo permanente do controle da sociedade de qualquer sitesma economico, gerando intranquilidade por motivos de resistir aos conceitos da imperativa e ampla necessidade de uma revolução infra-estrutural, total, do Estado, para permitir uma redistribuicao da renda do capital e do trabalho de forma que compatível com um planejamento estratégico de acordo com a capacidade individual gerando ao mesmo tempo monitoramento dessa forma pos-moderna onde um consequente estado de injustica social, se prolifera de maneira incontrolável, pautado no crescimento social desordenado, razao de um sistema politico que transfere o poder nas mãos de quem sugere uma pseudo-democracia para a sociedade, tendo em vista que tais procedimentos apenas vendem facilidades para manter as classes dominantes no poder e descartar a competitividade saudável sob o ponto de vista da liberdade, e fraternidade social, mantendo os menos favorecidas na total dependência , e exatamente isso tem como objetivo de sugerir uma crescente demanda de dependentes economicos e sociais sem se aperceberem do legado e das consequências que estado terá que dirimir a curto prazo, requerendo todo um redimensionamento e
um racionalismo de vanguarda bem como de retaguarda , ainda não contemplado na dimensão das politicas públicas modernas.

by Antônio A.Schöpping on 29 de outubro de 2005 às 06:44. #

A inconsistência do poder do estado, fica claramente demonstrada quando, percebemos a fragilidade da seguranca publica, descaracterizada na medida que o poder economico social e politico, concentrado de forma racional, para permitir um objetivo permanente do controle da sociedade de qualquer sitesma economico, gerando intranquilidade por motivos de resistir aos conceitos da imperativa e ampla necessidade de uma revolução infra-estrutural, total, do Estado, para permitir uma redistribuicao da renda do capital e do trabalho de forma que compatível com um planejamento estratégico de acordo com a capacidade individual gerando ao mesmo tempo monitoramento dessa forma pos-moderna onde um consequente estado de injustica social, se prolifera de maneira incontrolável, pautado no crescimento social desordenado, razao de um sistema politico que transfere o poder nas mãos de quem sugere uma pseudo-democracia para a sociedade, tendo em vista que tais procedimentos apenas vendem facilidades para manter as classes dominantes no poder e descartar a competitividade saudável sob o ponto de vista da liberdade, e fraternidade social, mantendo os menos favorecidas na total dependência , e exatamente isso tem como objetivo de sugerir uma crescente demanda de dependentes economicos e sociais sem se aperceberem do legado e das consequências que estado terá que dirimir a curto prazo, requerendo todo um redimensionamento e
um racionalismo de vanguarda bem como de retaguarda , ainda não contemplado na dimensão das politicas públicas modernas.

by Antônio A.Schöpping on 29 de outubro de 2005 às 06:44. #

O homem é lobo de si mesmo porque descobriu que não existe nem o bem nem o mal; Encontrou a verdade: o homem é dono de sua própria verdade; Não acredita mais em Deus e acha que é o próprio Criador; Não há nada além da vida, nem o bem, nem o mal.

by Máurio Souza on 24 de janeiro de 2006 às 07:32. #

Deus está mais vivo do que nunca. A Verdade bíblica se revela a cada dia, ao observarmos a maneira como o homem se consome em sua própria natureza auto-destrutiva. O bem e o mal não são extrínsecos ao homem, mas travam uma batalha eterna dentro de cada alma. Hobbes percebeu que a única esperança repousa na submissão e obediência a uma Vontade maior. Eis que a negação do bem e do mal, ao mesmo tempo, refletem e justificam um comportamento de orgulho e rebeldia de um filho que se sente abandonado. A figura paternalista do monarca representa a autoridade delegada por Deus para acolher os órfãos da nação. O princípio da auto-exaltação levou um príncipe a crer que poderia ser maior que o Rei. Ao morder a mão que o alimentava, foi deserdado. Perdeu, não apenas seu lugar junto ao trono, mas seu próprio senso de identidade. Ao se voltar contra o reino ao qual pertencia, perdeu sua nacionalidade e, ao desafiar seu Pai, negou a sua origem. O propósito de todas as coisas será sempre revelado pela origem das mesmas. A falta de propósito gera mau uso da criação. Inutiliza até mesmo uma vida. Como "O Príncipe" de Maquiavel, o fim cobiçado justificou os meios ardilosos. Porém, o meio da insubmissão à ordem estabelecida gerou a sua ruína. "Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus." (Rm 13:1)."Pois os governantes não devem ser temidos, a não ser pelos que praticam o mal. Você quer viver livre do medo da autoridade. Pratique o bem, e ela o enltecerá. Pois é serva de Deus para o seu bem." (Rm 13:3-4). Até hoje aquele príncipe tenta derrubar aqueles que foram levantados para ocupar o lugar junto ao trono por ele deixado. Ele é eloqüente e persuasivo na tentativa de convencê-los a tomar a mesma estrada por ele percorrida. Aceitem um conselho que vem de cima: não dêem ouvidos a esse anjo do mal...

"A sua plenitude mora na sua obediência."

by Anonymous on 15 de outubro de 2006 às 23:03. #

Gostei bastante do resumo sobre os ideais principais do tema relacionados com o autor. Na verdade temos poucas fontes em relacao ao curso que quase se considera especulativo na realidade contemporanea, mas pelo amor do saber sinto-me feliz por estar a seguir esse curso apesar de se falar da sua inaplicabilidade na sociedade comercial, orgulho-me por estar a seguir.
se poder posso ate especializar-me neste mesmo curso se assim a sorte eu tiver.
contudo, agradeco ao vosso esforco e dedicacao que tendes a nos ajudar, rumo ao progresso cientifico. continuai assim.
Fernando manuel

by Fernando Manuel on 31 de julho de 2008 às 10:14. #

Muito boa aexplicação da obra!
Parabens!

by natalia on 2 de outubro de 2008 às 15:00. #

QUAL É O PRINCIPAL LEGADO DEIXADO POR THOMAS?O LEGADO É USADO NA POLITICA ATUAL?

by LINDALVA on 2 de setembro de 2009 às 22:28. #

nusss é otimo esse texto é maravilhoso parabens sou sua fã

by micaela on 11 de setembro de 2009 às 17:12. #

Talvez analisando a teoria robesiana do ponto de vista cidadão, seja correta a afirmativa de que o estado atualmente é uma instituição falida que funciona não pela livre associação, mas pela força coercitiva. No entanto, se pensarmos como o soberano (Estado), certamente se conclui que mas do que nunca ele está consoliddo, firme e operante. As desigualdades sociais, econômicas etc. vigentes que a priori são tidas como pontos negativos para os dirigentes do estado elas são ótimas, pois é justamente isso que garante a hegemonia de partidos e perpetua individuos no poder os quais no periodo das campanhas sempre pautam seus discursos em cima dessas necessidades populares levando o povo a acreditar que tudo vai melhorar. Em fim, todos os problemas sociais do degenerado estado social não surgiram por acaso, elas são o fruto da imaginação e são programadas e conservadas por quem está no poder intencionalmente, pois se não hover pessoas ignorantes desescolarizdas, pobres, miseráveis e necessitados de segurança, saúde, saneamento basico... á quem eles vão enganar?

by JOEL VIANA SILVA on 26 de novembro de 2009 às 07:44. #

Ótima explicação, espero que o resumo desse assunto me ajude bastante em uma pesquiza escolar que estou concluindo!
Obrigado

by Quézia on 13 de dezembro de 2009 às 14:18. #

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