Ailton Pedrosa / Diogo Figueiredo / Ediane Feitosa
Eustelle Lemos / Evandro Cavalcante / Rodrigo Lopes
Tiago Areias / Walter August
Ao contrário do que muitos pensam, a liberdade tem limites! A vida em sociedade nos mostra o quanto tem valor a liberdade, os direitos e deveres que são conhecidos, praticados, fazem com que este valor seja destacado e vivenciado de tal modo que podemos citar um antigo ditado popular para enfatizar esta afirmação: “ o seu direito termina quando começa o do outro.”
A sociedade tem suas leis, e se elas não forem cumpridas a sociedade torna-se desorganizada que tende a servidão porque irá existir desigualdade findando em desrespeito à figura humana. O que seria da liberdade se tudo fosse permitido? Ela não existiria! O sabor que se tem em exercer a liberdade é poder fazer o que se pode e deve fazer sem constrangimentos, pois se tudo fosse permitido todos teriam os mesmos direitos e a sociedade entraria em caos.
A sociedade é organizada através de suas leis e isto permite que se cumpra o papel de liberdade que nada mais é do que fazermos algo sem sermos obrigados ou constrangidos a fazê-lo. De acordo com essas leis escritas, que são determinadas com poderes que podemos citar: o poder legislativo, o poder executivo e o poder judiciário, a sociedade se organiza, mas não podemos deixar de citar o poder interior que controla o ser humano individualmente, que faz com que ele haja corretamente – a consciência. Nela está embutido o respeito a si mesmo e ao próximo, os deveres, os direitos, a ética, e isto faz com que o ser humano tenha seus limites, pois tudo tem seu limite, e como já citado, inclusive a liberdade.
Já dizia o grande filósofo, que viveu na época do Iluminismo, chamado Montesquieu: “ só pode existir liberdade quando não há abuso de poder. ” É bem verdade que, ter o poder não significa ter liberdade para fazer tudo que se quer, até o poder tem que ser limitado, pois ultrapassar os limites da honra, do respeito, da ética, não quer dizer que se tem liberdade.A hierarquia, o respeito, a cultura, a moral, e a ética profissional e os bons costumes, tudo isso faz parte da sociedade organizada em que se tem liberdade. Exercer estes preceitos nada mais é do que exercer a liberdade.
Segundo o filósofo grego Aristóteles, na sua obra “Política”, ele diz: “ o homem é por natureza um animal político”. O mesmo afirma que o homem tem tendência a vida em sociedade, que necessita de outro semelhante para ter uma vida perfeita em busca da felicidade, para ser verdadeiramente humano. Para essa coletividade ocorrer, os valores tem que existir, a moral, a ética, o respeito, a cultura, a interação entre pessoas, tudo é essencial.
A educação que se ministra aos jovens, reflete o adulto livre do futuro, pois este levará consigo a essência da liberdade absorvida com seus conceitos primordiais de respeito ao próximo como a si mesmo.
O filósofo Aristóteles, quando diz que o homem é um ser político, e afirma que este tende a viver em sociedade para se dizer realmente humano, ele afirma que a vida em sociedade só pode ser vivida pelo homem e não por um Deus (que é perfeito), ou por um animal (que não fala, nem pensa), pois tem regras, tem limites, como podemos citar a própria liberdade. Podemos também citar a Ética Profissional, pois na sociedade, esta Ética é de suma importância, pois como seria o homem sem as regras, sem os valores de sua profissão? É bem verdade que nos dias atuais esta Ética tem sido esquecida, burlada, ou seja, os homens não mais estão respeitando esses valores e deste modo principia a desordem.
Precisamos retomar a Ética Profissional juntamente com a educação que se dá a nossas crianças, pois como elas aprendem a liberdade, devem aprender a Ética Profissional, pois uma coisa está ligada a outra. Como podemos notar, o que seria da Ética Profissional sem a prática da liberdade, do poder fazer o que se pode fazer, da consciência? Então nas profissões existem éticas que não se nasce sabendo e sim se aprende com a cultura e se respeita, assim como se é livre para se pensar como um SER, e se respeitar, é complementado pelo respeito ao próximo como valores humanos na profissão de escolha.
A liberdade de agir inclui também a liberdade de pensar, pois o homem é livre para pensar o que quiser desde que isso reflita o sentido de coerência, de tradições culturais, de inovações modernas respeitosas ao passado como identidade e alicerce.Ser livre é poder respeitar a si mesmo, é ter dignidade, é ter tranqüilidade, é ter paz, é poder SER e orgulhar-se disso, sem ser obrigado e nem obrigar ninguém a fazer algo que não se quer!
O profissional também é livre para escolher seu caminho, contanto que isso não lhe tome o respeito em si, e no próximo. Que mantenha a regra da cultura tradicional, de valores que se adquirem com o crescimento do adulto livre.
Ter Ética Profissional é nada mais do que ter em sua consciência a satisfação de ter cumprido o seu dever e isso nos torna livres por estarmos fazendo o que podemos e devemos fazer, sem constrangimentos ou obrigações e sermos, deste modo, um ser humano mais completo, mais crescido, mais político.
* Temática produzida e apresentada pelos alunos do Curso de Comunicação Social, na disciplina Filosofia Geral, ministrada pelo prof. Dr. Francisco Antônio de Andrade Filho, da Faculdade Maurício de Nassau – Recife/PE
Semíramis Alencar
Falar ou agir? Eis a questão. Os anos 2000 seriam a era da inclusão, disseram. Muito já foi falado, discutido, aprovado e principalmente, reprovado.
Tem sido prática comum deliberar e discutir acerca da inclusão de pessoas portadoras de algum tipo de deficiência: mencionando direitos inerentes a uma deficiência específica, abrangendo todos os direitos de forma generalizada, embrulhando-os, sem maiores cuidados em mostrar detalhadamente estes direitos.
A integração social foi a idéia que guiou a elaboração de políticas e leis e na criação de programas e serviços voltados ao atendimento das necessidades especiais de deficientes nos últimos 50 anos. Este parâmetro consiste em criar mecanismos que adaptem os deficientes aos sistemas sociais comuns e, em caso de incapacidade por parte de alguns deles, criar-lhes sistemas especiais separados.
Assim a sociedade continua basicamente a mesma em suas estruturas e serviços oferecidos, cabendo aos portadores de deficiência serem capazes de se adaptar a sociedade. Todavia, este parâmetro, apesar de protetor, promove a discriminação e a segregação na sociedade. O portador de deficiência passa a ser visto com piedade e não como um ser humano, portador de outras inteligências e aptidões.
Desta forma é proposto o paradigma da inclusão social. Este consiste em tornar toda a sociedade um lugar viável para a convivência entre pessoas de todos os tipos e inteligências na realização de seus direitos, necessidades e potencialidades.
Por este motivo, os inclusivistas (adeptos e defensores do processo de inclusão social) trabalham para mudar a sociedade, a estrutura dos seus sistemas sociais comuns e atitudes em todos os aspectos : educação, trabalho, saúde, lazer, etc...
Sobretudo, a inclusão social é uma questão de políticas públicas, pois cada política pública foi formulada e basicamente executada por decretos e leis, assim como em declarações e recomendações de âmbito internacional (como o Tratado de Madrid)
Por estas razões, surge a necessidade de uma atualização das diversas políticas sociais.Ora se sobrepondo em alguns pontos ora apresentando lacunas históricas, muitas das atuais linhas de ação estão em conflito ideológico com as novas situações, parecendo uma colcha de retalhos.
É necessário mudar o prisma pelo qual são observados os direitos já ordenados e os que precisam ser acrescentados, substituindo totalmente o paradigma que até então é utilizado, até mesmo inconscientemente, em debates e deliberações.
A Pessoa do Professor Enquanto Profissional Educador
by Francisco on segunda-feira, 12 de abril de 2004
Semíramis Alencar
Mais do que nunca, ser professor é um sacerdócio. Porém, em um mundo conturbado onde se teme a tudo e a todos, o professor encontra-se muitas vezes impossibilitado de mostrar um trabalho satisfatório: quer por falta de especializações devido a carência de recursos financeiros, quer por medo de uma sociedade hostil, onde seu trabalho de professor confunde-se com o de doutrinador .
Todavia o professor não seria realmente o educador por excelência? Seus atos, seu comportamento, sua postura ética e personalidade não contribuem na formação de seus alunos? “Educar é conquistar o coração” entretanto para alcançarmos tal desiderato, se faz necessário, antes de qualquer inovação educacional, uma inovação pessoal de cada professor no sentido de humanizar a educação. Conforme foi observado, o afeto, a dedicação e a devoção do educador estão morrendo. Ele passou apenas a cumprir uma carga horária em uma instituição, passando sua disciplina de forma impessoal e, geralmente, sem a plenitude de conhecimentos necessária à formação do educando que se sente desmotivado a aprender, uma vez que suas aulas são enfadonhas e obscuras. O educando perde a segurança do mestre e o mestre perde o entusiasmo de ensinar.
O professor enquanto profissional educador tem a mais importante missão na humanidade: a de guiar as gerações futuras não só no conhecimento científico mas também nos padrões morais que regem a sociedade. Para guiá-la, é preciso que o educador resgate a coragem, a ousadia, a humildade e a solidariedade que permeiam a construção destas vidas: transformando seu meio social, ampliando seus horizontes e orientando suas consciências, conciliando sua disciplina com a realidade daqueles educandos e observando as dificuldades culturais ou subsistênciais que os cercam, realizando assim, a partilha de informações e o intercâmbio de experiências tanto educacional como sociologicamente, participando deste processo humanístico, a gratificação que o educador recebe excederá os planos materiais. Ele terá encaminhado seus pupilos com uma visão mais solidária e compreensiva ajudando a formar uma sociedade mais justa onde a pessoa do profissional educador será sempre lembrada como alicerce de sabedoria e dedicação.
Análise crítica do livro 'Pedagogia Afetiva', de Maria Augusta Sanches Rossini
by Francisco on domingo, 4 de abril de 2004
Semíramis Alencar
"Quando eu era menino, os mais velhos perguntavam:
O que você quer ser quando crescer?
Hoje não perguntam mais.
Se perguntassem, eu diria que quero ser menino."
[Fernando Sabino, escritor mineiro]
A vida em sociedade compreende ser uma vida pautada em direitos e deveres, bens de consumo, gratificações e êxito profissional culminando sempre em dinheiro. A posição social depende do que o indivíduo é, e o que ele pode ofertar à comunidade em que vive. Assim, é natimorta a ingenuidade, o sentimento e o carinho por parte das escolas e da família.
Partindo do processo de exclusão que segrega, desde o descobrimento, em índios, colonos e escravos, para a atual sociedade em que observamos o rico, o pobre e o miserável, convivendo nos mesmos parâmetros de desigualdade do inicio da colonização, a educação apresenta mais uma de suas teorias que pode ser o início de uma conscientização interior no seio da grande família brasileira: A pedagogia afetiva.
O que é a pedagogia afetiva? É a teoria de enternecimento das relações escola-família-sociedade transformando e formando as crianças em indivíduos sensíveis, conscientes, solidários, enfim, indivíduos preocupados com o social e bem estruturados emocionalmente, pois receberam da família e da escola tanto cultura quanto afetividade; atenção e respeito, fundamentos básicos para a mudança basilar da sociedade.
Sendo um componente importante do equilíbrio e da harmonia da personalidade, a afetividade domina a atividade pessoal, tanto instintivamente quanto nas percepções, na memorização, no pensamento, no desejo e na sensibilidade corporal devendo se dar por meio do trabalho com limites, do resgate dos mitos do cotidiano e do desenvolvimento do indivíduo em seus aspectos físicos, cognitivos e psíquicos. Uma criança bem estimulada afetivamente, ao chegar a vida adulta, terá uma capacidade maior de conviver com as fases negativas da vida com determinação e autoconfiança.
Nas mudanças que atravessa a sociedade, de forma cada vez mais complexa e acelerada, quando se faz necessário a absorção de quantidades maiores de informações, a afetividade chega quase a sucumbir. Os filhos desta geração desde o nascimento são entregues a babás, creches e babás eletrônicas (a televisão, o vídeo game, a internet) que mantém e entretém a criança escondida no lar, refugiada dos males da humanidade, enquanto seus progenitores garantem a estabilidade financeira e econômica da família.
A segurança que eles provêem é necessária. Todavia, também é preciso a sua presença, com seus carinhos e punições, com brincadeiras e repreensões; do limite com suave doçura aos jogos de bola do domingo.
É necessário também observar que esta afetividade também deve partir da escola. Não o pieguismo característico do professor que encobre sua incapacidade com palavras carinhosas e gestos inconseqüentes, mas o professor que é mestre e que de fato mostra o caminho: o caminho da justiça, do dever, do conhecimento e da lealdade aos ideais e aos amigos. A escola que educa verdadeiramente preza por cuidar de cada educando como se fosse um filho seu orientando, analisando seus pontos fracos, ouvindo seus dilemas ou suas pequenas curiosidades. É a escola participante da família do educando.
A criança é um ser social. Ao recebê-la na porta da escola, recebe-se também toda a gama de impressões, informações e assimilações bem vivenciadas ou não, bem elaboradas ou não. Como todo ser social, ela também se interessa pelo mundo que a cerca, todavia se depara não só com os aspectos positivos da vida, mas com os negativos: violência, tráfico de drogas, a banalização do amor, a exploração da figura feminina, o consumismo compulsivo entre tantos outros fatores que causam nas crianças uma curiosidade natural além do medo, do espanto, encanto e identificação.
Todos os indivíduos se baseiam em modelos. Entretanto há os modelos bons e os modelos ruins: os modelos são buscados nos momentos em que o indivíduo, em qualquer fase de seu desenvolvimento, se sente curioso ou depressivo. Portanto, a família e a escola devem estar atentas e em sintonia a quaisquer sinais diferentes de comportamento. As mudanças na maneira de agir muitas vezes são um pedido ajuda, que as crianças (e adolescentes) não conseguem expressar claramente, pois não têm domínio sobre suas ações e sentimentos mal canalizados. Na ausência de educadores firmes e equilibrados, as crianças e os jovens procurarão outros modelos com que se identificar, os modelos ruins.
A aprendizagem, como qualquer coisa da vida do ser humano, deve ser prazerosa, deve ser algo que estimule o ser em desenvolvimento a querer aprender sempre mais e com maiores detalhes. Quando a criança é estimulada com carinho e atenção para os estudos, incentivada pelos pais a realizarem as tarefas de casa, a freqüentarem a escola fazendo dela uma continuação de seu lar e na escola; os professores e funcionários promovem um ambiente de confiança, fraternidade e de comunicação, a criança corresponde positivamente: ela aprenderá os conteúdos com maior embasamento e naturalmente se desenvolverá tornando-se um adulto feliz, consciente e saudoso de sua infância que passará os mesmos valores às gerações futuras.
BIBLIOGRAFIA
ROSSINI, Maria Augusta Sanches. Pedagogia Afetiva. Petrópolis, Ed. Vozes, 3ª edição, 2001.