A Didática de Ensino Superior e as Novas Tecnologias - Uma Sociedade Educativa

by Francisco on sexta-feira, 26 de março de 2010

por Semíramis F. Alencar Moreira | Blog Educando o Amanhã



 



“Você ensina melhor o que mais precisa aprender”
(Richard Bach - Ilusões, As aventuras de um Messias indeciso)


Se forem observados os alunos do ciclo básico, é claramente percebido o desejo de cada um se tornar um hábil profissional na área pretendida, sejam elas exatas, humanas, biológicas ou tecnológicas.

Estes alunos estão tão desejosos de se libertarem das amarras impostas pela velha e defasada metodologia tradicional que, ao cursarem o terceiro ano do Ensino Médio; prestando os exames vestibulares; eles acreditam que é chegado um novo ciclo de suas vidas, onde encontrarão uma forma mais democrática de ser conduzido seu processo educativo.

Ledo engano. Ao ingressarem nos cursos de graduação, o primeiro sinal de que nada mudou ficou patente na primeira aula: As ordenanças, as pilhas de trabalhos, o calendário confuso de avaliações inúteis e a inoperância de um sistema educacional falho, que não aceita inovações.

Não faz parte das discussões da didática contemporânea à questão de se discutir a tendência da última estação ou o programa televisivo do momento, tampouco o professor deve se recusar a utilizar as estruturas didáticas tradicionais. Ou nos dizeres do educador Paulo freire:

“É próprio do pensar certo a disponibilidade ao risco, a aceitação do novo que não pode ser negado ou acolhido porque é novo, assim como o critério de recusa ao velho não é apenas o cronológico. O velho que preserva sua validade ou que encarna uma tradição ou marca uma presença no tempo continua novo”. (Freire, 1996:35)


Aliando os processos educativos tradicionais com as novas tecnologias, poderá ser possível uma maior interação entre educador e educando além de uma maneira atrativa de se adquirir conhecimento.

A educação pelos métodos tecnológicos pode ser uma boa estratégia para serem obtidos a participação e as respostas mais rápidas às questões relativas às aulas. Estes métodos promovem a discussão e a reformulação dos pontos de vista de maneira descontraída, uma vez que não se encontram enquadrados nas salas de aula, sob o estereótipo do professor como centro das atenções e o quadro negro como testemunha do silêncio discente.

Eis o porquê da grande aprovação dos cursos de graduação e extensão por Ensino À Distância; o aluno poderá estudar no horário em que estiver sem maiores preocupações, obviamente assumindo sua função de pesquisar e apresentar seus trabalhos acadêmicos presencialmente, num determinado período.

Partindo do princípio de que “Educar é uma especificidade humana”. (Freire, 1996:91) e de que educamos aos educandos e a nós mesmos quando o fazemos pelo diálogo; cabe aos docentes superiores de qualquer área indagar: “por que não estabelecer uma “intimidade” entre os saberes curriculares fundamentais aos alunos e a experiência social que eles têm como indivíduos?” (Freire, 1996:30). Muitos educadores discordam da forma dialógica de ensinar, apresentando estas metodologias avessas a um Ensino Superior de qualidade, os denominando fatores de indisciplina na sala de aula.

No entanto, cabe ao docente planejar suas aulas, pautados nos objetivos, conteúdos e estratégias instrucionais; ou seja, a finalidade de sua aula, o conteúdo que será abordado e as estratégias utilizadas tanto para explicar determinada disciplina quanto para verificar o grau de interesse da turma em relação ao tema. Estes objetivos e conteúdos instrucionais culminam num processo avaliativo denominado avaliação mediadora.

Além disso, o docente deveria se guiar pelos critérios de significação, flexibilidade, logicidade e continualidade para que suas aulas não percam o foco do conteúdo exigido pelas grades curriculares. Estes critérios deverão ser observados conjuntamente, ao serem aplicados os métodos tecnológicos em suas aulas.

Fato importante a ser observado é que não só o professor, mas também os alunos deverão conhecer os objetivos propostos para a situação de ensino-aprendizagem. Isto auxilia o grupo a respeitar as normas de conduta.

Algumas técnicas de discussão em grupo pode ser uma complementação à aula expositiva: os grupos de debate; as fichas de resumo; os esquemas; as palavras-chave; os cartazes elaborados pelos próprios alunos em sala para uma apresentação do tema debatido e, dentre tantas outras estratégias didático-pedagógicas, o debate aberto; isso tudo com a orientação e a prévia preparação do docente para coordenar e mediar tais técnicas.

Entretanto, alguns recursos tecnológicos e eletrônicos da atualidade podem servir de grande valia para o docente superior que deseja incrementar e inovar suas aulas. A começar pelas opões de internet, como análise de reportagens e matérias de cunho jornalístico por meio de listas de discussão via e-mail e debates sobre conteúdos de sites relativos a determinado campo de atuação do educando. Estas estratégias, quando utilizadas em alguma área em especial para o educando, tornando a aprendizagem mais fácil.

Outra tática que suscita dúvidas de alguns educadores sobre sua eficácia são as salas de bate-papo ou chats em que vários alunos e professores poderão trabalhar seus conteúdos multidisciplinarmente, atendendo as metas pré-estabelecidas de seu cronograma e plano de curso para aquele período. Estas discussões via chat, se acompanhadas pelas aulas expositivas e textos de apoio poderão ser proveitosas no sentido de se criar uma síntese do conhecimento apreendido.

Destas técnicas passamos àquelas que nos são mais viáveis do ponto de vista econômico, independente da instituição de ensino superior ser pública ou privada. São os métodos audio-visuais que estão ao alcance de todos. Dentre eles, a televisão exerce grande fascínio e promove uma grande diversidade de programação educativa, em canais voltados para a aquisição do conhecimento.

Uma das técnicas mais fáceis de ser aplicadas e mais agradáveis, tanto para professores quanto para alunos seria; avisa-los sobre determinado programa que será exibido, especificando hora e dia, e pedi-los que formulem uma redação, uma análise crítica ou mesmo um resumo sobre o conteúdo exibido. Este método além de estimular a atividade escrita, é um poderoso instrumento de debates em sala de aula ou associado a outros, caso os professores desejem.

Mas, no entanto estas técnicas e métodos de ensino são nulos quando os professores não se apresentam dispostos a encarar riscos. Um professor que não planeja suas aulas, mesmo que ela seja integralmente expositiva, não conseguirá obter como resposta a aprendizagem.

Uma didática que compreende o saber dos educandos e a prática crítica docente, que expõem questionamentos, analisa o contexto social local e põe estes para pensar e agir dentro de sua comunidade, é a didática que é necessária nos dias de hoje.

Todavia, há o desejo de alguns educadores em manter a educação nos moldes da Didactica Magna de Comenius. Encastelando-se nas torres medievais de seu prestígio, com uma palmatória na mão, fomentados no Stricto Sensu de seu egoísmo docente, que apenas acumula títulos e conhecimentos inócuos, na velha e encardida fichinha.

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Francisco Antônio de Andrade Filho abre um debate nos seguintes termos:

I - Ideologia, é recheada de uma significação ideológica do processo pedagógico. É a dimensão ética na formação do homem.

II - As instituições, para sobreviverem, são asseguradas por diversos mecanismos de produção e reprodução, chamados de “aparelhos ideológicos de Estado”. .A dominação política não se pode efetuar unicamente por intermédio da repressão: a dominação estatal implica a intervenção decisiva da ideologia que legitima essa repressão. As ideologias não existem somente nas “idéias.” Elas realizam-se e encarnam-se nas instituições ou aparelhos. São os aparelhos ideológicos do Estado, isto é, aparelhos que preenchem o papel de Estado sob o aspecto principal da inculcação ideológica: aparelho escolar, religioso, político, sindical, entre outros.

III -A escola é a instituição encarregada dessa formação ético-pedagógica, pelo conhecimento e valores que transmite. Para garantir a reprodução dos meios de produção, os sistemas políticos precisam garantir também a reprodução da força de trabalho, garantido, pelo sistema escolar, e pressupõe a submissão à ideologia dominante como meio de preservar os lugares sociais, de acordo com seu interesse.

IV-A educação escolarizada é a responsável principal por esse processo pedagógico em todos os sujeitos das sociedades humanas e, conseqüentemente, pela reprodução das relações de bens político-econômicos que caracterizam estas sociedades. Esta educação é instrumento de reprodução das relações de força vigente na sociedade. Ela permite a reprodução da cultura em suas relações reais de poder, no interior das forças sociais.

V – Além do mais, através da educação, ocorre um processo ideologicamente em dois níveis. Enquanto processo histórico transmite e reproduz conteúdos culturais, impondo-os aos outros e, criando nelas um valor em aceitar a ação pedagógica da cultura. É um instrumento que orienta suas ações. Por outro, como processo ideológico, é um sistema de pensamento que objetiva camuflar através do discurso articulado, as reais relações de violência material e de violência simbólica. É o pensamento pedagógico tentando mostrar sua autonomia e justificar sua validade.

É Tempo de Espiritualidade – festeje sua Páscoa em 2010

by Francisco on terça-feira, 23 de março de 2010

por Francisco Antônio de Andrade Filho



 



A professora Jô abre seus espaços para bons momentos, como este, de espiritualidade no GEAP. Convida a buscar caminhos de felicidade, na Festa de Páscoa.

Páscoa é passagem. É abolição da escravidão do Homem, da Mulher, da Natureza e a conquista de sua emancipação material e espiritual. Significa mudança. Transformação. Tempo de espiritualidade, de celebrar sua Páscoa em 2010.

Páscoa é festa do renascer aqui e agora. Nas aulas da aeróbica, aqui neste habitat onde se vive com saúde integral. Celebre sua Páscoa no templo sagrado de sua casa. Na Cidade com justiça e riqueza social. Na sua vida.

Celebre sua páscoa, fonte de vida. Medite a boa nova de Jesus, filho do casal José e Maria. Sua palavra revela ser Jesus, o homem de uma mensagem que nos liberta e nos enche de vida. Nesse filho de Deus, sinta a vida. Dele aprendemos que é próprio do amor eliminar distâncias, ser verdadeiro e leal, humilde e transformador Não tolera a hipocrisia, defende a verdade. E recebemos a mensagem: não se vive sem Deus, não se vence sem amar.

Feliz Páscoa 2010. Seja amor onde há ódio; verdade onde há factóides; alívio onde há dor; pai onde há filhos. Seja sinal. Seja presença. Ele está vivo. E as forças do bem e da vida triunfarão para a alegria de todos. Homens e mulheres; terra, ar, água e fogo terão uma nova vida. Todo o Universo canta: a escuridão produzida pelos homens não existirá mais. E veio a luz. E o Reino de Deus se instalou bem longe dos poderes sacros, das gaiolas eclesiásticas e políticas.

Feliz Páscoa 2010. Aqui, cito o escritor Luiz Antônio Gasparetto. Ele indica trilhas, por onde somente você descobrirá o melhor para sua vida. Você é convidado a perguntar e a responder: “Quem é você para si mesmo? Você se tem em alta conta? Ou você se acha cheio de defeitos? [...] A vida está lhe tratando como você está se tratando e isto quer dizer que se você se judia quando não gosta de si, pense no que vai fazer com você [...] Por isso, é uma afirmação irresistível! A vida me trata como eu me trato. Os outros me tratam como eu me trato. E como é que você se trata?”

Quero Lula & Dilma – A voz e a vez da Democracia na República do Brasil

by Francisco on domingo, 14 de março de 2010

por Francisco Antônio de Andrade Filho



 




Eis que, sonora e sábia, ecoa a voz de um poder político com ética. Foi em Aracaju, Lagarto e Laranjeiras/SE, dia 13 de junho de 2009. Era voz do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, acompanhado pelo Deputado Jackson Barreto (PMDB-SE), Governador Marcelo Deda (PT) e do Ministro Fernando Haddad, falou para homens e mulhes dessas cidades, assim: "o Brasil não precisa ter terceiro mandato, precisa consolidar a democracia [...] Eu já cumpri a minha obrigação e quero terminar meu mandato feliz e torcer para quem vem depois de mim." E, sem citar nome, enfatizou; “É a hora e a vez das mulheres [...] Eu quero dizer que meu mandato está terminando em 2010, mas eu acho que está chegando a hora e a vez das mulheres."

Além do mais, na abertura da 2ª Conferência Nacional de Cultura, neste último 11 de março, Lula defende o Governo do Povo. Faz dura e competente crítica à imprensa. Afirma que os editoriais publicados pelos jornais brasileiros exibem textos de seus autores"falsos democratas".e se acham a "única voz pensante no mundo". Idiotas. Medíocres. Filiados golpistas. Por isso, em Goiânia, afirma que democracia não é parte do todo. Não é parte de um governo. É sua totalidade. Para Lula, “governar o País não é governar para um grupo e amigos”.

Filósofo, recordei-me dos ditos de Platão em sua “Res-Pública”(Coisa Pública). É curioso, Lula revela em seus discursos, as sábias virtudes do diálogo da Democracia. Sem diploma acedêmico, Lula é filósofo, amigo da sabedoria. Vocês querem conversar comigo sobre isso?

Platão (428-347 a.C.) escreve um pequeno diálogo, intitulado Sobre a Democracia. Nele, Sócrates tem Glauco como interlocutor. Fala da liberdade e da riqueza como as maiores expressões éticas de uma autoridade política. Pensa ética no dia-a-dia da cidade de Atenas.

E quando “os metecos”, isto é, os estrangeiros, cometem abusos da liberdade e da riqueza, Platão justifica a tirania na democracia. Já pensaram, tirania com democracia? Estariam aqui presentes os “falsos democratas” acima referidos pelo Presidente Lula?
É assim que se dá a fala de Platão com Glauco, seu aluno:

– Ora então! meu caro camarada, vejamos os traços sob os quais se apresenta a tirania, pois, quanto à sua origem, é quase evidente que ela vem da democracia.
– É evidente.
– Agora, a passagem da democracia à tirania se efetua da mesma maneira que a da oligarquia à democracia.
– Como?
– O bem a que se aspirava – respondi –, e que deu nascimento à oligarquia, era a riqueza social, não era?
– Era sim.
– Ora, a paixão insaciável pela riqueza e a indiferença que ela inspira por tudo o mais é que perderam este governo.
– É verdade – disse ele.
– Mas não é o desejo insaciável do que a democracia considera como seu bem supremo que perde esta última?
– A que bem te referes?
– À liberdade – repliquei. – Pois, numa cidade democrática ouvirás dizer que este é o mais belo de todos os bens; daí por que um homem nascido livre não poderia habitar alhures, exceto nesta cidade.

Vamos ao debate e aos comentários:

I - Gostaram de ler e de meditar esse trecho do diálogo Sobre Democracia, de Platão?
Agora, eu indago: Em que sentido a “tirania nasce da Democracia?” Vejam bem a expressão do diálogo de Platão (...) “tirania que vem da democracia” Então, faça seus comentários:.

II - Vocês perceberam Platão pensando sobre a riqueza social? Em que entendimento pode-se pensar com Platão a riqueza é um bem? Em outros termos, é ético ser rico? Este “bem” seria uma expressão ética para os dias de hoje? Estaria ele falando aqui da riqueza social em sua significação, conquista da Soberania Popular garantindo o êxito da Democracia? Em que condições? Então, que pensam vocês?

III - Bem atentos, e ainda continuando no mesmo diálogo de Platão, vejam as duas últimas questões sobre este poder democrático com e sem ética, entendido hoje, na sociedade da informática. A liberdade num Estado democrático, segundo Platão, é o mais belo de todos os bens. Como entender, nos dias de hoje, os poderes políticos nacionais e internacionais que, em nome da Democracia, cometem tiranias, massacrando os cidadãos de seu país e de outras nações? E as “tiranias” contra os que abusam da liberdade? Os metecos em Atenas, por exemplo. E quem seriam, hoje, os que estão abusando da liberdade?

IV - Como a liberdade poderia levar também à tirania? Seria para colocar limites no uso abusivo da mesma liberdade?

A Vida lhe Trata Como Você Se Trata

by Francisco on sábado, 13 de março de 2010



 




Francisco Antônio de Andrade Filho resume: trata-se do livro de bolso, de rico conteúdo espiritual, escrito por Luiz Antônio Gasparetto, e publicado pela Editora Vida & Conciência, 3ª Edição, 2002. O Recado da Pesquisa abre seus espaços para bons momentos, como este, de espiritualidade. Convida a buscar caminhos de felicidade. O autor indica trilhas, por onde somente você descobrirá o melhor para sua vida. Com o guia, você é convidado a perguntar e a responder. Para começar bons momentos espirituais, tomo a liberdade de destacar o que segue.



Luiz Antônio Gasparetto escreve:

“Quem é você para si mesmo? Você se tem em alta conta? Ou você se acha cheio de defeitos? Você irá se tratar de acordo com a imagem que você fez de você? Será que esta imagem é real ou só uma ilusão?

A vida está lhe tratando como você está se tratando e isto quer dizer que se você se judia quando não gosta de si, pense no que vai fazer com você.

Afirmar que a vida tem lhe tratado como você tem se tratado é no mínimo uma afirmação intrigante, talvez um desafio para nossa compreensão.

Se conseguirmos perceber o quanto ela é verdadeira, poderemos explicar muito do que passamos na vida, mas mais importante é que poderemos mudar nosso destino mudando o modo de nos tratarmos.

Por isso, é uma afirmação irresistível!

A vida me trata como eu me trato.

Os outros me tratam como eu me trato.

E como é que você se trata?”

As Eleições 2010 e o Papel do Brasil na América Latina

by Francisco on domingo, 7 de março de 2010

por Jorge Vieira | Blog do Jorge



Aproximam-se as eleições no Brasil. Neste ano, o povo brasileiro, mais uma vez, irá às urnas para votar em candidatos que concorrem aos cargos de deputado estadual e federal, senador, governador e à presidência da República. Quanto à importância, seja em nível local ou nacional, todos têm a sua. Por isso, requer muita responsabilidade do eleitor (a) em votar, visto que estará decidindo qual projeto de sociedade será executado durante os próximos quatro anos.

Observa-se que, nos últimos anos, a população tem ficado desencantada com o voto, motivada principalmente pelas denúncias de corrupção envolvendo políticos. Exemplo mais recente, a acusação do famigerado mensalão do partido Democratas (DEM), em que estariam envolvidos o governador e seu vice do Distrito Federal, José Arruda e Paulo Otávio, deputados distritais e secretários, acusados de apropriação de recursos desviados dos cofres públicos.

A veiculação na mídia de corrupção envolvendo políticos e empresários, a frase mais comum que se escuta da massa, é: “não se tem mais em quem votar; procura-se um homem de bem para votar”. Esse discurso, além de machista, fortalece a despolitização do processo político. E, assim, os oportunistas aproveitam-se da ignorância popular para comprar voto e manipular informações para apoderar-se do poder.

Ao contrário da amortização mental embutida em parte da população, a conjuntura eleitoral aponta e coloca em disputa dois projetos de sociedade: por um lado, a volta da receita neoliberal, monitorada pela subserviência política e ideológica aos interesses estadunidenses e do capital internacional; e, por outro, desperta a necessidade de aprofundamento das reformas em curso de Estado, construindo uma estrutura economicamente distributiva das riquezas de forma mais eqüitativa para seus membros.

O resultado eleitoral coloca também em jogo o futuro da América Latina, visto que o Brasil cumpre papel fundamental em sua geopolítica. A atuação política do governo Lula tem significado, em nível econômico, político e militar, a construção de autonomia frente ao imperialismo estadunidense na região. Basta recordar as eleições democráticas ocorridas em países como a Venezuela, Bolívia, Argentina, Nicarágua e Paraguai, entre outros. Mais também, põe em alerta o apoio do imperialismo ianque ao golpe militar em Honduras e a ampliação de suas bases militares na Colômbia.

O papel do Brasil nos próximos anos, em nível interno e externo, será proativo ou subserviente. O qual dependerá da eleição de quem ocupar a presidência da República e de sua base aliada. Mas, mais importante do que os futuros mandatários, será o voto de cidadania do povo brasileiro, decidindo sobre o seu destino e o dos povos latino-americanos.



* Jorge Vieira é Jornalista.

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Comentários:
(por Francisco Antônio de Andrade Filho)

I – o autor aborda questões das eleições no Brasil neste corrente ano. Assume posturas éticas e as de cidadania em nosso país. De modo especial, ressalta a responsabilidade do eleitor e dos poderes políticos de nossa pátria.

II – Jorge Vieira chama atenção sobre a prática de corrupção envolvendo políticos dos Democratas, O Governador do Distrito Federal. Vejo que não há condições de existir virtude na república se não existir o amor pela pátria e o respeito ao dinheiro público. Ora, o fato é que quando a corrupção toma proporções gigantesca, o povo passa a perder valores como a virtude e a liberdade.

III - Nessa linha, leio O Espírito das Leis de Montesquieu: “ninguém deverá se espantar se votos forem comprados a dinheiro. Não se pode dar muito ao povo sem retirar dele ainda mais; porém para retirar dele é necessário subverter o Estado. Quanto mais o povo pensa aproveitar de sua liberdade, mais se aproximará do momento em que deve perdê-la. Cria pequenos tiranos que possuem todos os vícios de um só. Em breve, o que resta da liberdade torna-se insuportável: surge um único tirano; o povo perde tudo, até mesmo as vantagens”.

IV – Dei um destaque especial ao elogio que o Jorge Vieira fez ao Lula, assim: “A atuação política do governo Lula tem significado, em nível econômico, político e militar, a construção de autonomia frente ao imperialismo estadunidense na região”. Na verdade, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva merece esse e outros elogios. O diálogo do Lula na América Latina – inclusive com os poderes políticos de outras Nações – constitui um sábio discurso. Discurso esse, extenso a todos os que apóiam e vibram com o maior estadista popular do Brasil.

V -Ouvido e reconhecido por líderes políticos e seu povo, Lula se revela hábil em seus projetos de emancipação humana. Publiquei aqui a postura corajosa e vivida do “esse é o cara, adoro esse cara, o político mais popular da Terra” – elogio de Barack Obama no G-20 -, é resultado das sábias palavras de Lula: “Penso que é inexorável, vamos ter uma nova ordem econômica mundial. Porque todos se deram conta de que não é possível coexistir uma política de desenvolvimento produtiva, que precisa gerar empregos, com uma política financeira vivendo de especulação.”

VI - E sobre o capitalismo brasileiro, reafirma a importância de seus projetos políticos no bom combate às restrições das liberdades políticas e econômicas, nestes termos: “Descobri, junto a milhões de outros trabalhadores, que não bastava reivindicar melhores salários e condições de trabalho. Era fundamental lutar pela cidadania e por uma profunda reorganização econômica e social do Brasil”.

Realidade e Desafio à Diversidade Étnica

by Francisco on segunda-feira, 1 de março de 2010

por Jorge Vieira | Blog do Jorge




 




Entre dominação e resistência cultural, a humanidade vive esse dilema ao longo de sua existência. O ser humano, desde o início de sua origem, formou-se construindo diferentes valores, línguas e tradições sociais, políticas, econômicas e religiosas. Como toda cultura é dinâmica, na relação e enfrentamento ou encontro com outras, novos significados e ressignificações emergiram, formando novas culturas e novas cosmologias.

Em vista disso, historicamente, a dominação cultural tornou-se uma arma poderosíssima de controle de um povo sobre outro. Ao contrário do que pensa a sociedade em geral, e até setores intelectualizados, cultura não é um elemento particular na vida de um povo; ela compõe o todo, o projeto de vida de um grupo. Com isso, a dominação de um grupo sobre outro, não significa tê-lo dominado politicamente, mas também apropriar-se de sua cosmovisão e de sua utopia.

Entretanto, intrínseco à sua própria constituição e dinâmica, quando a cultura entra em confronto com a outra, pode ocorrer o etnocídio, ou seja, desaparecer com a sociedade que a mantinha; ou, ao contrário, apropria-se dos elementos da outra, transformando-se dinâmico e permanentemente.

Compreender esse processo e respeitar as diferenças tem sido um grande desafio para o ser humano. Embutido em linguagem das mais diversas possíveis, expresso pelo senso comum ou em nome da cientificidade, utilizam-nas para negar a história de extermínio e manter a dominação na atualidade.

O respeito à diferença encontra-se consagrado tanto na legislação internacional quanto na Constituição Federal Brasileira de 1988. Entretanto, mesmo que Estado brasileiro reconheça o princípio constitucional de um país pluriétnico, é imprescindível que seja posto em prática. É nesse contexto que se faz necessária a descolonização do processo monocultural brasileiro.

Em nível da legislação complementar, encontram-se leis federais que determinam a inclusão das temáticas indígenas, dos afro-descendentes, da diversidade sexual e dos direitos da mulher.

Para que ocorra efetivamente a mudança nos parâmetros das relações entre povos e seres humanos, uma nova abordagem precisa ser construída na academia e, conseqüentemente, fazê-la chegar até a população em geral.

Em Alagoas, destacam-se o esforço de entidades não-governamentais, militantes dos movimentos sociais e profissionais da rede pública e privada de educação, como também de instituições universitárias públicas e privadas.

Em nível de Pós-Graduação, vale ressaltar a iniciativa pioneira do Centro Universitário Cesmac, com a oferta do Curso de Especialização em Diversidade Étnica e de Gênero e Comunicação Social, com o objetivo de favorecer a formação acadêmica de profissionais e de cidadãos sobre o conhecimento daqueles segmentos historicamente excluídos, para que sejam reconhecidos como sujeitos históricos. E mais, impreterivelmente, construir uma nova sociedade brasileira, passa pelo conhecimento e respeito à diversidade étnica e de gênero.


* Jorge Vieira é Jornalista.

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Comentários:
(por Francisco Antônio de Andrade Filho)

I - O jornalista Jorge vieira aborda a origem e desenvolvimento das diversas dimensões culturais do ser humano. Critica duramente o domínio cultural de um grupo sobre outro. E se indaga: onde ficaria a liberdade de expressão de uma minoria? O jornalista percebe inteligentemente os desafios da Humanidade nos dias de hoje.

II – Por isso, atento, o autor adverte da possível ocorrência do “etnocídio”, o massacre da cultura original em favor da dominante. Seria uma maior postura de escravidão de uma ideologia de um poder político escamoteando os valores das etnias dos povos?

III – Entrementes, Jorge Vieira apela para a necessidade de se “Compreender esse processo e respeitar as diferenças”. Pois, do contrário, reinaria uma nova função da falseabilidade da dominação e do extermínio da cultura original dos povos.

IV – Nessa linha, aos projetos político-culturais de pesquisa, transformariam esses preconceitos da classe dominante contra os menos favorecidos? Façam seus comentários.

V – É necessário “construir uma nova sociedade brasileira, passa pelo conhecimento e respeito à diversidade étnica e de gênero.”?