Aniversário do PT – Celebrar o Trabalho e sua Humanização

by Francisco on quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

por Francisco Antônio de Andrade Filho



 



No dia 10 de fevereiro deste feliz ano 2010, o Partido dos Trabalhadores/PT comemorou o seu 30º aniversário de fundação. Seus dois líderes, José Eduardo Dutra e Ricardo Berzoini, deram a arrancada das celebrações dessa festa e felizes, afirmaram:


"Celebramos um partido democrático, popular e socialista que soube unir setores diferentes da esquerda democrática”.




O Deputado Federal Marco Maia registra o legado do PT em sua relação com a Democracia. Convicto, fala assim, entre outras verdades:



“Através do PT, os brasileiros tiveram a oportunidade de eleger e reeleger um trabalhador metalúrgico como Presidente de República. Luís Inácio Lula da Silva colocou o Brasil na rota do desenvolvimento econômico, da distribuição de renda e da geração de empregos, além de projetar o País internacionalmente, conquistando o respeito e a admiração das grandes nações”.




Outros líderes desse Partido dos Trabalhadores, tais como, Pedro Wilson Guimarães, Professor da PUC/GO e UFG, e a Senadora Serys, homenageiam os 30 anos vividos pelo PT. Todos se sentem bem em celebrarem o trabalho e sua humanidade.

De minha parte, quero dizer que não sou ainda filiado a esse prestigiado partido político. Entrementes, declaro que meu coração vibra com seus projetos democráticos – embora limitados -, na construção da riqueza social em nosso País. É um partido político que busca no trabalho, a expressão radical de sua humanização

É com esse significado que canto meu hino de louvor aos 30 anos de vida do PT. Celebro seu aniversário ao olhar o trabalho como expressão de sua humanização. É um convite ao filosofar, neste final de semana, lá onde você sentir-se bem e no ato de celebrar a vida.

Na Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada em 10 de dezembro de 1948, lemos:


“Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do seu trabalho, à condições justas e satisfatórias e à proteção.




É no próprio homem que, em seu ato fundamental do trabalho, potencializa o caminho da humanização. Sabe-se que o trabalho é considerado, aqui, como ação transformadora das realidades, numa resposta aos desafios da natureza, relação dialética entre teoria e prática.

Percebe-se que, pelo trabalho, o homem se auto-produz, alterando sua visão de mundo e de si mesmo: do mundo cultural-educativo, do mundo econômico, político, social, com perspectivas éticas e com direitos econômicos da humanização, como prática do capital global.

Com o trabalho o homem se afirma e se nega. Aliena-se e liberta-se. Com meu professor Dermeval Saviani, da UNICAMP/SP, aprendi que o ato de agir sobre a natureza, adaptando-a as necessidades humanas, é o que conhecemos pelo nome de trabalho. Por isto, podemos dizer que o trabalho define a essência humana.

Com efeito, o homem compreende o mundo, quando o transforma pelo trabalho, descobrindo outro sentido do curso histórico: o reino da liberdade só será efetivo quando a natureza for humanizada pelo trabalho. Com isso, abre-se o caminho à consciência da liberdade.

Por esse processo de trabalho, então, o homem se defronta com a matéria da natureza, dotada de leis próprias, sobre as quais o trabalhador age para assimilar utilmente à sua vida as matérias oferecidas pela natureza. Por sua capacidade de conhecer, domina e apreende suas leis para modificá-las.

Por um lado, o trabalho torna-se, portanto, uma expressão contraditória, uma antinomia, uma contraposição, nas palavras de Marx e Engels, n’A Ideologia Alemã, “privação, choupanas, fealdade e cretinice”, degradação, pobreza e sofrimento para os trabalhadores estranhados. Enquanto isso, “maravilhas, palácios, beleza e inteligência”, riqueza, gozo e satisfação para os capitalistas, também alheios de seu produto.

Por outro lado, superadas as barreiras sociais, a atividade humana – trabalho como uma especificidade da prática educativa -, se apresenta como humanização da natureza e processo de emancipação de uma sociedade. O homem encontra aqui a sua liberdade.

Para seus comentários, aqui, no espaço cibernético, pontuo os dois tópicos:

I - Segundo Marx, n’A Ideologia Alemã, afirma-se que não se pode pensar, então, um projeto de emancipação humana desligado da realidade, nem conseguir uma libertação real a não ser no mundo real e com meios reais;

II - É o modo de vida material que condiciona o processo de vida social, política e espiritual. Não “é a consciência dos homens que determina o seu ser, mas, inversamente, o seu ser social que determina a sua consciência” (Karl Marx). É a partir do ser social que vamos entender os processos sociais da globalização capitalista numa perspectiva do trabalho humano.

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