Dilma Rousseff: A Beleza da Mulher Presidente do Brasil 2010

by Francisco on terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Francisco Antônio de Andrade Filho



A mulher sábia constrói sua casa, a tola a destrói com as próprias mãos (Prov.14,1).





Que tempos são esses, quando falar da beleza da mulher é destruir seu corpo e sua alma? Vida e morte, uma em contraposição a outra. Vida é morte dos demotucanos. Para eles, a beleza do corpo é feiúra da alma. Pois implica apenas interesses ideológicos da “mídia” golpista em defesa perversa de seu PIG. É a tortura e diluição da liberdade dos brasileiros.


Não é essa a postura divina, revelada na Bíblia, nos recados benéficos da blogosfera, dos simpatizantes e mensageiros da Dilma Rousseff, entre tantos outros internautas, amigos e amigas da primeira mulher presidente do Brasil em 2010

De outro, meditar a beleza da Dilma 13 Presidente do Brasil 2010 é revelar a ética das virtudes desta mulher. Beleza é vida do corpo integrada com seu estado de espírito em paz; alma cheia de ternura e livre da tortura dos carrascos e inimigos da Democracia durante a Ditadura Militar no Brasil. Mulher íntegra e determinada, Dilma é uma guerrilheira corajosa em defesa da emancipação humana. A ela, devemos a nossa liberdade na Democracia nos tempos de hoje.

Dilma Rousseff, a exemplo do Lula, o ”Sem medo de ser feliz – a esperança vence o medo” -, desperta nos cidadãos, coragem, confiança, respeito e responsabilidade junto ao eleitorado da soberania popular. Os dois, apoiados por essa autoridade política, com a ética das virtudes, garantem a beleza de se viver bem em nossa Pátria.

O que mais nos interessa na Dilma Rousseff é a beleza de seu espírito. Se ela, depois da cirurgia plástica, continua bonita, é porque essa beleza já existe dentro dela. Da sua alma, flui uma nova roupagem do belo num corpo saudável. A “Mãe do PAC” é mais bela ainda, de corpo e alma, com a prática das seguintes virtudes: autoconfiança, generosidade, conduta ética, tolerância, espírito alegre, concentração e sabedoria.

Que beleza da mulher é essa? É possível encontrar na Bíblia, fontes reveladas por Deus para se entender e aplicar à beleza da primeira mulher em suas virtudes e em seus deslizes.

Estudiosos afirmam que os Provérbios e o Cântico dos Cânticos – escrituras sagradas dos tempos de Salomão (970-931) antes da era cristã –, revelam virtudes e deslizes da mulher.

Para uma sã meditação e sem preconceito, com forte reflexão, eis alguns tópicos daquela literatura salomônica:



A mulher sábia constrói sua casa, a tola a destrói com as próprias mãos (Prov.14,1).
Uma mulher virtuosa é o diadema de seu marido e a mulher impudica é a cárie nos ossos (Prov.14,12).
Anel de ouro em focinho de porco, tal a mulher bela, desprovida de senso (Prov.11,22).




E no Cântico dos Cânticos, 6.10, li, vendo; meditei com olhos fechados e descobrir o elogio divino à beleza da mulher com estes termos:



Quem é essa que se eleva como a aurora,
Bela como a lua, resplandecente como o sol,
Temível como batalhões?




Por alguns desses instantes de meditação, senti a alegria integral. Corpo e alma, nadando nas águas da sabedoria antiga daqueles ditos de Salomão.

E pensei também em autoridades políticas, com traços virtuosos. Alguns políticos brasileiros reconhecem, também, a beleza desta mulher. Assim, José Alencar, o respeitável e digno vice-presidente da República afirma que Dilma Rousseff “reúne todas as condições para sucessão presidencial em 2010... condições excelentes para o trabalho sério e tem também de sensibilidade social”.

E o senador José Sarney, numa linguagem sacra, mas real, disse que “a ministra é sacerdotisa do serviço público”. E reafirmou:"Estive em praticamente todos os cargos da República e poucas vezes vi alguém tão dedicado à causa pública, tão estudioso dos problemas do Brasil quanto Dilma. Ela tem prestado bons serviços e vai prestar muitos mais".

Clóvis Campelo, poeta "Da Mulher A Luta Fica", destaca



A coragem e a beleza,
fica o instinto materno
que faz o Homem eterno
diante da Natureza.




Confiantes nesses traços de beleza, os leitores sentir-se-ão bem em casa com a vitória da primeira mulher presidente do Brasil 2010. O brilho de sua beleza imprimirá uma direção de vida do povo brasileiro. Qual bússola, o belo de seu corpo e de sua alma, apontará os caminhos de um País cada vez mais independente e soberano.

Leia mais: Mulher: virtudes e deslizes no Livro dos Provérbios de Salomão

Os primeiros passos de Dilma Rousseff

by Francisco on segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Marisa Gibson

Seguindo os caminhos do presidente, a ministra da Casa Civil e presidenciável, Dilma Rousseff (PT), aprendeu rápido as primeiras lições e já demonstra muito interesse pelo Nordeste, região que assumiu Lula como um verdadeiro pai. E bastam bons discursos e anúncios de obras, como a refinaria, para que ela possa ocupar o lugar de mãe dos nordestinos. É só uma questão de jeito, no trato com as pessoas. E o primeiro desafio da ministra para superar a vantagem do governador de São Paulo, José Serra (PSDB) na corrida pela Presidência da República, é justamente mostrar-se simpática, se bem que neste quesito, os dois presidenciáveis estão empates: ambos são sisudos demais. Mas, isso Dilma também está aprendendo rápido. Ela, por exemplo, que sempre foi avessa à imprensa, concedeu, antes de chegar ao Recife, entrevistas a emissoras de rádio, por telefone, referindo-se aos jornalistas pelo nome de cada um, revelando que foi muito bem preparada pelos "media training" palacianos. E para quem fez, recentemente, uma cirurgia plástica no rosto, não podendo se expor ao sol, a ordem de serviço noturna para as obras da casa de força da refinaria, em Suape, foi um esforço pessoal grande, mas que deve ter assegurado alguns votos para que ela seja, quem sabe, a primeira mulher presidente do Brasil. A propósito, a cirurgia da ministra denuncia um cacoete dos marqueteiros de que é preciso falsear a realidade para se ganhar uma eleição. E convencidos de que o brasileiro gosta mesmo é de contos de fadas, embonecaram a ministra, coisa aliás que só as elites têm condição de fazer. Mas a ministra é reconhecidamente competente e é nesse campo que deve se centrar o embate com José Serra, que do ponto de vista político é muito mais sustentável e também carrega a bandeira da competência e da austeridade. Para o tucano, no entanto, o Nordeste é uma região adversa, mas se Dilma, guiada pelas mãos de Lula, Eduardo Campos e João Paulo, pode se consolidar como favorita dos nordestinos, o mesmo pode acontecer com José Serra nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, onde ele tem grande aceitação. É evidente que, no desenrolar da campanha, a condição de mulher vai ser explorada até a exaustão para sensibilizar o eleitorado, sobretudo o feminino, a votar em Dilma Rousseff. Os adversários, portanto, que se preparem. Diário de Pernambuco.

Via Blog da Dilma.
Acesse também: Desabafo Brasil e Blog da Dilma

Engenho e Arte

by Francisco on domingo, 18 de janeiro de 2009

Clóvis Campêlo

Quero morrer no fim da vida
qual chama suave que se apaga
ao sopro de uma brisa vaga,
final transmutação contida.

Qual brasa que afinal esfria,
viga que cede sem açoite,
naturalmente como a noite
substitui a luz do dia.

Naturalmente como a água,
que sempre nos mares deságua,
em vapor para o alto parte,

quero morrer no fim da vida.
E pra ser breve a despedida
me dê a vida engenho e arte.

Fausto de Sanctis: para festejar um novo ano 2009 na cidade democrática

by Francisco on segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Francisco Antônio de Andrade Filho

Foram momentos felizes. Entrevista recheada de boa nova para este ano de 2009. Indagações traiçoeiras e sorrateiras dos entrevistadores no programa “É Notícia” da Rede TV. Respostas atentas e conscientes, produzidas por um juiz da Operação Satiagraha. Muita alegria e felicidade com as bênçãos de Deus e mais justiça na cidade democrática.

Trata-se de Fausto de Sanctis da VI Vara Federal de São Paulo. Homem corajoso, revestido de um poder com ética e em defesa da soberania popular, passa a mensagem da ética com justiça cidade democrática contra o abuso, arbitrariedade e outros deslizes político-partidários do Supremo Tribunal Federal. Ao De Sanctis e aos demais juízes que o apóiem, dedico as reflexões, a seguir.

Há uma palavra grega, que explica o sentido etimológico da concepção de ética com justiça: “ethos”. Significa “domicílio”, moradia, o abrigo permanente, o país onde alguém habita, a casa onde se mora, as Instituições, onde se constrói, pelo trabalho, a riqueza social; política e econômica; a prática da ética profissional; e a felicidade do gênero humano.

A casa/ética se dá sempre no singular: é a exigência do ser humano de habitar humanamente seu mundo. As morais se dão sempre no plural, porque as formas e modo de habitar o mundo são múltiplos e diferentes. E o que são virtudes? Significa a qualidade ou a ação digna do homem. É a prática constante do bem, correspondendo ao uso da liberdade com responsabilidade. É o hábito de viver bem com outras virtudes, por exemplo, da confiança, do respeito, da integridade.

Nesta linha de meditação, Platão escreve um diálogo Sobre Democracia, onde se descobre e se vivem as maiores expressões éticas da liberdade e da riqueza social. Em diálogo com seu discípulo Glauco, fala da liberdade, assim:


– A que bem te referes?
– À liberdade – repliquei. – Pois, numa cidade democrática ouvirás
dizer que este é o mais belo de todos os bens; daí por que um homem nascido livre não poderia habitar alhures exceto nesta cidade.




Aristóteles (383-322 a.C.), em suas obras O Político e Ética a Nicômaco produz também juízos de valores sobre ética é justiça na cidade democrática, feliz e livre. Esses textos se entrelaçam numa mesma dimensão política, na constituição de uma cidade feliz e livre.

A felicidade humana consistiria em uma certa maneira de viver, e a vida de um homem é resultado do meio em que ele existe, das leis, dos costumes e das instituições adotadas pela comunidade à qual ele pertence. A meta da política é descobrir primeiro a maneira de viver (bios) que leva a felicidade humana, e depois a forma de governo e as instituições sociais capazes de assegurar aquela maneira de viver. Para este filósofo grego, aquele que “fosse incapaz de integrar-se numa comunidade (koinonia), o que seja auto-suficiente a ponto de não ter necessidade de fazê-lo, não é parte de uma cidade (polis), por ser um animal selvagem ou um deus”.

O homem só alcança sua plenitude na comunidade. Ninguém alcança a felicidade solitariamente. Ninguém é feliz sozinho. Nós somos sempre felizes na solidariedade da comunidade política. Nós precisamos da sociedade e Aristóteles tem uma palavra maravilhosa que poderia estar na Bíblia: “o homem que não precisa da sociedade ou é um Deus, ou é um besta”.

Aristóteles analisa uma virtude que é única e exclusiva da sociedade: a virtude da JUSTIÇA, isto é, a virtude da cidadania, de um bem para todos. Toda cidadania está ligada a um conceito de justiça. Então, não adianta que eu reivindique ao Estado, direitos, se eu não convivo numa comunidade onde todos não se tratam com justiça. Dessa forma, nunca haverá tribunais suficientes para resolver nossas causas, porque cada um de nós trapaceia o outro assim que puder. Isso não é uma convivência justa.

Mais adiante, Montesquieu (1689-1755) deixa sua contribuição para os dias de hoje ao afirmar nas Leis do Espírito: “a liberdade é um bem tão apreciado que cada qual quer ser dono até da alheia”. E insiste: “A liberdade política, num cidadão, é esta tranqüilidade de espírito que provem da opinião que cada um possui de sua segurança; e, para que se tenha esta liberdade cumpre que o governo seja de tal modo, que um cidadão não possa temer outro cidadão“.

Mas em que consiste a liberdade política? Ele responde: A liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis permitem. E argumenta: se um cidadão pudesse fazer tudo o que elas proíbem, não teria mais liberdade, porque os outros também teriam tal poder. E alerta: É verdade que nas democracias o povo parece fazer o que quer; mas a liberdade política não consiste nisso A liberdade consiste em fazermos algo sem sermos obrigados assim agir. Pois, continua a pensar, numa sociedade em que há leis, a liberdade não pode constituir senão em poder fazer o que se deve querer e em não ser constrangido o que não se deve desejar.

E o homem conquistará sua Humanidade, com ou sem Supremo Tribunal Federal. Que o novo 2009 seja de menos ganância de poder sem ética e mais respeito ao Presidente Lula, forte com sua Soberania Popular. Por outro, que alguns Juízes da Suprema Corte não se apeguem à letra da lei, mas ao seu espírito democrático que vivifica o Executivo e o Legislativo. Que a partir da coragem, hombridade e respeito à justiça, sejam motivações de se festejar o ano novo 2009 preparar novos caminhos da Democracia em 2010 com Dilma Presidente.

Leia Mais: Ética e Cidadania em Montesquieu

Blog Dilma Presidente 2010

by Francisco on quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Expressão de Liberdade versus Libertinagem do PIG
Francisco Antônio de Andrade Filho

É possível descobrir a relação entre ética, liberdade e libertinagem na cibercultura dos dias de hoje? Como ela manifesta a conexão do homem e da mulher com sua própria essência, que é a aspiração a liberdade? Seria ética, a postura de indignação e de repulsa dos construtores da Democracia contra a tirania da libertinagem do PIG? Esse Partido cria terror e insegurança em nossa querida Pátria.

Nada tem sido tão discutido na “Aldeia Global”, e de modo polêmico, quanto a relação entre a pluralidade de éticas, das quais não se excluem, nem os valores de liberdade, nem os malefícios da libertinagem nos espaços de comunicação dos Blogs.
Em homenagem ao sucesso do Governo do PRESIDENTE LULA e na forte esperança da DILMA PRESIDENTE 2010, eu crio e reproduzo este momento de meditação, a seguir.

Os blogs criam um novo mundo, um ambiente mental, afetivo e comportamental bem diferente que as gerações passadas: estreitando relacionamento entre pessoas, povos e culturas, fontes de esperanças para todos. É a liberdade de imprensa, poder com ética. Desabafo Brasil. Dilma 13 – Presidente 2010, uma expressão de liberdade, com ética e em diálogo com a “mídia livre e independente”.

De outro, blogs do PIG demotucanos, de modo negativo, atingem a vida do cidadão – a educação em todos os níveis: massificação de uma cultura superficial, violenta, sem ética e imposta pela “mídia”, um novo tempo de perversidade –, a do desrespeito à vida e aos direitos humanos. É a libertinagem do PIG, poder da era digital sem ética. Podres poderes, violentos, mentirosos e nojentos, que atendem apenas aos interesses do mundo econômico: degradação da natureza e aniquilação da vida social – e os interesses da vida humana.
Tanto aqueles quanto esses, devem a liberdade de expressão a essa mulher: Dilma Rousseff.

E com Platão, medito e provoco um debate. Segundo ele, a liberdade num Estado democrático, é “o mais belo de todos os bens”. Como entender, nos dias de hoje, os poderes políticos nacionais e internacionais que, em nome da Democracia, cometem tiranias, massacrando os cidadãos de seu país e de outras nações? E as “tiranias” contra os que “abusam da liberdade”? Como a liberdade poderia levar também à “tirania”? Seria para colocar limites no uso abusivo da mesma liberdade?

Respondo com Baruch de Espinosa (1632-1677) em suas conhecidas obras clássicas intituladas: a Ética (1660) e o Tratado Teológico-Político (1670).

Recordo-me do seu conceito de liberdade como uma expressão ética no plano ético e dos atos, o de que “Deus ou Natureza” (Deus sive Natura) “é causa livre de todas as coisas [...] nos concede um intelecto determinado e uma vontade indeterminada”. Liberdade, aqui, não significa neutralidade face ao erro e ao mal, à falsidade e à falta de solidariedade.

Quando conhecemos “Deus sive Natura” e todas as verdades, somos livres, menos quando falam em nós as paixões, sobretudo a de mando sobre nossos semelhantes.
Podemos ter alguma base para a nossa força livre sem imposição sobre os demais corpos e mentes. Na própria essência divina, existe o alento para a nossa vida. Escreve ele: “basta-nos saber que somos livres e podemos sê-lo; sem oposição alguma que venha do querer divino, que, de outro lado, somos causa do mal” - neste sentido de que nenhum ato poderia ser chamado mal, salvo do ponto de vista de nossa liberdade.

Existe, hoje, o Partido da Imprensa Golpista – PIG, a violência simbólica do poder político. Pior ainda, em nome de uma política minoritária, quer de partidos, quer da imprensa, falada, escrita e virtual, em todas as suas cores; - quer de poderes legislativos e judiciários -, procura expor os membros de um coletivo à conformação de suas palavras aos desejos de mando e de jugo de uns pelos outros.
Infelizmente, nos dias de ontem contra Espinosa, e de hoje, contra outros pensadores críticos e inovadores, aqueles poderes podres encobrem o domínio das mentes e corpos finitos, no dito do filósofo, “transformam homens racionais em animais ou em autômatos”, interessados em troca de favores pessoais.
É o massacre da liberdade humana em troca de prestígio material e de poder na tentativa de destruir a soberania popular – encarnada em LULA -, e na defesa das tribunas do PIG e de alguns setores privilegiados. E tudo isso, nas Tribunas e nas Cortes, “em nome de Deus”. E haja paciência de outros deuses, finitos e autoritários.


Leia Mais: Filosofia no tempo da globalização: modernidade e pós-modernidade

Filosofia no tempo da globalização: modernidade e pós-modernidade

by Francisco on sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Francisco Antônio de Andrade Filho

A Filosofia enfrenta, hoje, os desafios (Japiassu, 1997) da era da globalização "o de pensar-se nos dias de hoje" e "a chamada pós-modernidade", entre outros, de repensar o pensamento científico, não só enquanto atividade de pesquisa e atividade intelectual, mas enquanto atividade social estreitamente ligada, de modo complexo, às estruturas e às conjunturas sócio e econômico-políticas. É o tempo propício de conceber e de se praticar a filosofia: a habilidade de buscar um outro modo de ver e de pensar as realidades em suas múltiplas dimensões, entre as quais as novas teorias da linguagem provenientes das tecnologias da inteligência.

O que é modernidade? O que é pós-modernidade? Qual a relação entre si e dentro de um determinado processo histórico?

Suponho encontrar possibilidades de trabalhar estas questões frente aos desafios à Filosofia na pós-modernidade envolvida nas novas tecnologias dos dias de hoje. Pois, atividade filosófica "não consiste em justificar e legitimar o já passado", mas em elaborar constantemente uma crítica do pensamento sobre ele mesmo. O filósofo, hoje, em sua arte de praticar a filosofia integrada a áreas afins, não tem o direito de permanecer surdo. Produz suas pesquisas não só enquanto tais, mas enquanto "atividade social". Revela estudos e pesquisas. Sabe trabalhar projetos integrados de pesquisa. Tem habilidade de assumir radical e plenamente sua tarefa de "reflexibilidade" capaz de situar temporalmente suas "categorias", suas questões e suas práticas de ensino, pesquisa e extensão.

Sem excluir sua prática, penso poder tomar o capitalismo (ANDRADE FILHO, Francisco Antônio de, 1994) como via de acesso à modernidade. Pois, de nenhuma criação histórica pode se dizer com mais propriedade que seja tipicamente moderna como do modo capitalista de reprodução da riqueza social e inversamente, nenhum conteúdo característico da vida moderna é tão essencial para defini-la como o capitalismo.

Esse caráter peculiar da modernidade configurada pelo capitalismo, de mudança radical revolucionária da história, abre caminho à "emancipação social" do homem. Realidade efetiva e ativa da riqueza moderna, o capitalismo, porém, desvela processo limitado e contraditório. Indispensável para a existência concreta da riqueza social moderna, a mediação capitalista, contudo, corrói. Dilui-se. Não se afirma como condição essencial e única de sua existência, enquanto explora a força do trabalho.

A atitude reflexiva da Filosofia serve como instrumento na arte de pensar e transformar a realidade social de nossos dias, principalmente se se trata de compreender a "moderna sociedade capitalista" (MARX, K. & ENGELS, F., 1982). Esse exercício do filosofar tem sua importância ao mostrar o real significado da modernidade, indo às raízes da questão para apreendê-la como movimento real, movimento contraditório, movimento dialético entre os diversos momentos do político, do jurídico, ideológico, científico e religioso que compõem a totalidade social, tendo como "última instância" a economia. Essa Filosofia tem muito a dizer do "capital global", desvendando o dinamismo, as contradições e as crises desse sistema, também numa perspectiva do proletariado, cujo trabalho constitui o ser humano, em sua sociabilidade, consciência e liberdade.

Assim, entendo a modernidade como um processo histórico. Como conhecer o sentido profundo desse tempo? Ela não é uma elaboração subjetiva, mas uma apreensão do movimento da própria realidade, da materialidade, das condições de existência do homem. É uma "atividade humana sensível... atividade humana como atividade objetiva" (MARX, K., 1982).

A modernidade não é uma idéia em si mesma, mas a idéia como produto humano, a forma pela qual os homens pensam e refletem as suas condições e relações sociais. Ela é essa realidade do mundo do homem, como realidade feita pelo homem. É a coisidade da "sociedade burguesa moderna" (MARX, K. & ENGELS, F., 1987).

É a partir desse conhecimento do processo histórico enquanto totalidade social, na "globalidade" e no conjunto das relações de produção como "base real" (MARX, K., 1982) que se apreendem dialeticamente as formas de consciência que dela se desprendem. Desse "ser social que determina a sua consciência" é que se entendem os processos sociais da globalidade capitalista, nos dias de hoje, e numa perspectiva do trabalho humano. E nasce uma nova questão que desafia à Filosofia: a pós-modernidade. A que idéias e práticas se refere algo tido como pós-moderno?

É um termo que parece significar tudo e nada (ROCHA, 1998). A pós-modernidade é um processo que, por estar ainda acontecendo, pode se desenvolver em várias direções. Ainda é cedo para se avaliar essa época atual.

De qualquer forma, a noção que está em jogo é a do novo, daquilo que está acontecendo no presente. É um mundo em ebulição, onde não há, então, nada definitivo. Tudo é passível de mudança, o que permite a afirmação: "Tudo o que era sólido e estável se esfuma, tudo o que era sagrado é profanado, e os homens são obrigados finalmente a encarar com serenidade suas condições de existência e suas relações recíprocas" (MARX, K. & ENGELS, F., 1987).

A globalização, que hoje conhecemos como prática, é assim percebida. Nascido nas ruínas do Feudalismo, o Capitalismo ultrapassou os limites da Europa Ocidental, implantou-se nas mais diferentes regiões do mundo, como modo de produção dominante na maioria dos países, inclusive, com mais evidência na destruição de outros modos de produção enquanto estava nesse movimento de expansão pelo mundo. Na fala de Marx "A necessidade de um mercado constantemente em expansão impele a burguesia invadir todo o globo. Necessita estabelecer-se em toda a parte, explorar em toda parte... deu um caráter cosmopolita à produção e ao consumo em todos os países... As velhas indústrias nacionais foram destruídas diariamente... encontramos novas necessidades, que requerem para sua satisfação os produtos das regiões mais longínquas".

De fato, urge considerar que, nas últimas décadas, ocorreram grandes revoluções científicas, transformações aceleradas das práticas culturais e político-econômicas. De modo cada vez mais perfeito, embora limitado, o homem produz novas tecnologias. Com elas se relaciona, vive e morre. Fabrica instrumentos da inteligência na pesquisa de técnicas e de objetos técnicos. As biociências produzem as biotecnologias com o poder de continuar investigando a utilização da matéria com a industrialização e com o mercado da vida.

Mais do que nunca o pesquisador (ANDRADE FILHO, Francisco Antônio de, 1999/2000), inclusive o filósofo, recorre às tecnologias da inteligência na área biomédica (BERNARD, 1998). Indaga e encontra respostas nessa "revolução terapêutica" que propiciou os grandes avanços farmacêuticos, ajudaram a debelar doenças mortais e deram maior garantia às cirurgias e transplantes.

Ainda mais. Com as novas biotecnologias, com essa outra "revolução biológica", de Engenharia Genética (OLIVEIRA, 1997), o pesquisador desenvolve técnicas de diagnóstico e técnicas de manipulação dos dados diagnosticados, e com o Projeto Genoma Humano, abre caminho para o domínio da reprodução biológica.

Os efeitos dessas transformações na produção do conhecimento genético (CLAGUE, 1999) acarretam suas implicações éticas. A clonagem animal e a possibilidade da clonagem humana, entre outras, constituem os avanços da ciência genética. Progressos científicos esses que, segundo a bioeticista Julie Clague, "afetam as atitudes em relação à vida, à morte e à saúde; afetam a disponibilidade concreta dos recursos biomédicos; e afetam também as práticas de pesquisa em muitas culturas onde a maioria da população jamais terá a oportunidade de compartilhar os benefícios da genética avançada".

Na verdade, essas descobertas do tempo atual suscitam mais fortemente suas questões éticas, sociais e econômicas. Bilhões de dólares são investidos pelos países desenvolvidos. Eles esperam daí lucros enormes em termos de aplicações comerciais para suas indústrias biotecnológicas. Exigem a transformação do conhecimento científico em produtos lançados no Mercado Mundial.

Assim, referindo-se às pesquisas genéticas desenvolvidas pelo Projeto Genoma Humano, a mesma Julie Clague cita o filósofo francês Jean François Lyotard, e percebe as relações entre ciência e economia nas sociedades capitalistas avançadas:



"As relações dos fornecedores e usuários de conhecimento com o conhecimento que fornecem e usam está agora tendendo, e sempre mais vai tender, a assumir a forma que já tornaram as relações dos produtores e consumidores de mercadorias com as mercadorias que produzem e consomem, ou seja, a forma de valor. O conhecimento é e será produzido para ser vendido, é e será consumido para ser valorizado em uma nova produção: em ambos os casos, a meta é o comércio".




Dessa reflexão, estenderemos o debate em torno de outros objetos novos que constituem verdadeiros desafios à filosofia. Daqui, partiremos para novos trabalhos em sua relação ético-política na era da informática e da comunicação social.



Bibliografia

* JAPIASSU, H. Um desafio à Filosofia: pensar-se nos dias de hoje. São Paulo: Letras & Letras, 1997.
* MARX, K. & ENGELS, F. Obras Escolhidas. Lisboa : Avante, 1982 (três volumes)
* __________________. O Manifesto Comunista de 1848. Edições Moraes, 1987
* ROCHA, Adriana Magalhães. Pós-Modernidade: Ruptura ou Revisão? São Paulo: Editora Cidade Nova, 1998.
* BERNARD, J. A. Bioética. Editora Ática, 1998.
* OLIVEIRA, Fátima. Bioética: uma face da cidadania. São Paulo: Moderna, 1997.
* CLAGUE, Julie. O conhecimento genético como uma mercadoria – Projeto Genoma Humano, Mercado e Consumidores, in Sowle-Cahill (org.), Ética e Engenharia Genética, Conscilium, 245 (2), Rio de Janeiro: Vozes, 1998, p. 13 (157) a 24 (168).
* ANDRADE FILHO, Francisco Antônio de. O Problema da modernidade no Pensamento Político da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – 1952-1988. (Tese de Doutorado, ICHC, UNICAMP – texto digitado, 1994).
* ANDRADE FILHO, Francisco Antônio de. et. alii. O Recado da Pesquisa (http://www.orecado.org). Indagar, questionar, problematizar - do senso comum à consciência filosófica; Concepção de Liberdade em Montesquieu; Modernidade e suas contradições; O DNA e a justiça social; A Ética no Pensamento Político de Baruch de Espinosa; Bioética: medicina e sua relação com a antropologia filosófica; Informação ou Comunicação?; A questão paradigmática e a atualidade; Existe uma Ética do Serviço?; Bioética e sua relação com o Direito; Eutanásia: a vida produz a morte; Engenharia Genética - algumas implicações ético-filosóficas; Bioética - um novo desafio à Filosofia; O que é Bioética?; O Biofilho; Para Conhecer a Bioética - um novo paradigma da relação entre ciência e tecnologia; Relato de uma Experiência de Estudos e Pesquisas em Bioética; Relação entre Bioética e Psicologia: O Paradigma entre Caim e Abel