Francisco Antônio de Andrade Filho
A fonte da felicidade humana reside no Universo da Natureza, sua destruição habita na capacidade de o próprio Homem produzir a violência contra Ela. O segredo da ética da vida - do Bem da Cidade -, do bem político-social é acessado com a senha do dito de Kant, assim: Age exclusivamente segundo a máxima que te leva a querer ao mesmo tempo que ela se torne lei universal.
Na obra Tao Te Ching (Poema 19), Lao-Tsé pensa. Medita. Filosofa e cria novos conceitos:
De mil benefícios goza um povo
quando não se fala mais em ser virtuoso nem santo.
Verdadeira reverência e amor sincero
Medram em uma sociedade
Em que o direito e a moral deixam de ser prescritos.
A ordem não reina em uma sociedade
Onde o interesse determina o agir.
Esses princípios não podem ser prescritos,
Mas devem ser vividos.
Somente onde eles são vivenciados
É que ajudam os homens.
A ética genuína só existe
Onde o homem vive de dentro da sua fonte
E age pela pureza do seu coração;
Onde a genuinidade do seu ser
Se revela em atos desinteressados
E isentos de desejos.
Enquanto isso, nos dias de hoje, filosofamos. Refletimos o sentido da vida feliz. Buscamos a fonte da felicidade, aqui e agora..
Há uma palavra grega, que explica o sentido etimológico da concepção de ética como fonte de felicidade: “ethos”. Significa “domicílio”, moradia, o abrigo permanente, o país onde alguém habita, a casa onde se mora. Nossa casa. As instituições. A Faculdade Maurício de Nassau,onde se constrói, pelo trabalho, a felicidade dos cidadãos, velhos e moços . E aqui, entre outros espaços , verificamos ser o centro do “ethos” (moradia), e conforme Platão, o Bem que nos permite sentirmo-nos bem em casa. A coexistência da ética profissional acarreta o bem-estar na prática pedagógica.
Esse BEM comporta exigências que vão para além de qualquer ser ou situação dada. A partir do “ethos”, o espaço do mundo selecionado se faz habitável, porque criamos hábitos, maneiras constantes de agir, de tratar as coisas da casa, de dividir os espaços, mediante os quais habitamos humanamente o mundo.
Esse termo “ethos” passou a designar a maneira de ser “habitual”, o caráter, a disposição da alma. Caráter é marca, sigilo, timbre ou disposição interna da vontade que a inclina a agir habitualmente, de determinada maneira. “Hábito”, para o bem ou para o mal, virtuoso ou vicioso, é quase segunda natureza, fonte de atos.
E, assim, descobrimos uma das senhas que dar acesso à fonte da felicidade, e a confirmamos nas condições existenciais e limitadas de nossas vidas. Somos felizes. E você?
Um comentário
Boa tarde,
Gostei muito deste texto e gostaría de receber sempre no meu e-mail
Obrigada!!!
by juliete on 4 de agosto de 2009 às 12:31. #