A Sobrevivência Depois da Morte

by Francisco on segunda-feira, 29 de novembro de 2004

Francisco Antônio de Andrade Filho


Compreender a vida do ser humano é compreender seu sentido. Perguntar pelo sentido último da vida é colocar o homem numa atitude de reflexão de sua grandeza. É filosofar a vida e a morte. É encontrar e simbolizar suas condições existenciais de vida, aqui e depois da morte.É fazer viver sua vida, ir em frente, agir, modificar, transformar, buscar objetivos concretos e espirituais do ser humano.

Nesta próxima semana, 2 de novembro, dia de finados, os vivos povoam a Cidade dos Falecidos, onde os vivos se encontram com os defuntos. Almas vivas se abraçam com as imortais.

E à luz da Filosofia, indagamos: por que reverenciamos os mortos? O Filósofo, Dr. José Luiz Ames, responde assim, escrevendo no www.orecado.cjb.net

É precisamente aqui que entra a experiência da morte: na experiência do limite. Na morte nos deparamos com uma situação que nos atinge visceralmente, que toca a totalidade de nosso ser. Diante da morte, a vida se torna pergunta. Enquanto para a satisfação do desejo dependemos de nós próprios, a morte nos aponta para uma situação diante da qual somos impotentes. A morte atesta a impossibilidade do controle humano sobre a vida.

A sobrevivência depois da morte é um problema tão antigo quanto a própria história do homem. Foi uma preocupação constante do homem de todos os tempo.

Os mitólogos explicaram-na numa linguagem fantasiosa e que foge ao espírito científico do homem atual. Os teólogos, numa dimensão de fé, encontraram na Bíblia os mais sagrados e seguros argumentos a favor da imortalidade.

Seja como for, a verdade é que o ser vivo nasce para a vida despontando para a morte. Morte e vida de jovens e velhos representam duas faces da mesma realidade do ser-no-mundo. Só o homem tem consciência de ser-para-a-morte, desse inevitável destino do túmulo que lhe aguarda...sufocante, solitário, silencioso, escuro e úmido. Isso é uma tragédia para o homem que tem dentro de si mesmo uma ânsia incontida de se perpetuar no tempo, uma sede irresistível de não morrer.

Mas, morte tem sentido para a vida. Não há vida sem morte; nem morte sem vida. A vida continua depois da morte. Aqueles que sabem viver bem, tornam-se imortais.Moisés, Lao-Tsé, Sócrates, Jesus Cristo, Tomás de Aquino,Giordano Bruno,Gandhi, Martin Luther King, Vladimir Herzog, Chico Mendes, Josés, Marias, Joaquins, Pedros, brancos, amarelos, pretos, pardos, mulatos, índios...todos vivem.

A morte é um acontecimento necessário para dar ao EU pessoal possibilidade de um pleno desabrochar. A semente que para poder germinar a sua vida e suas potencialidades precisa morrer e por isso se volta para a terra desejando a morte. Assim também o homem para a plenificação do seu ser precisa morrer. É condição para viver a plenitude do seu ser.

E a vida continua...não termina com a morte. Que esta, no entanto, seja para o homem, não uma pesada porta que se fecha sobre si mesma, e sim uma leve cortina que se abre para a eternidade. E quando fatalmente vier, que encontre o homem em comunhão consigo mesmo e vivendo na justiça, no amor e na paz... e sobreviverá depois da morte.

Comentários de didática - propostas e observações aos professores

by Francisco on sexta-feira, 26 de novembro de 2004

Semíramis Alencar

Tudo o que move a nós, professores, tem a ver com a paixão. A paixão por ensinar, por iluminar a mente dos alunos fazendo-os descobrir as verdades de seu mundo. Por esta razão o olhar do professor deve percorrer atento à classe constantemente. Quando não há brilho no olhar do professor também não há no dos alunos.

Alguns conselhos para o docente em inicio de carreira:

• Comportamento Docente - Cuidados

O professor em classe ensina sempre – regra comum, mas com um grande senso de verdade. É uma lei didática que não tem como fugir. Ensina o professor por atos, atitudes; o educando aprende por exemplos e o professor é o seu modelo mais próximo.

Se o professor apresenta comportamento socialmente inaceitável, o aluno o reproduzirá, obviamente. Apesar de haver várias exceções para esta regra, o professor deverá ter o cuidado de estudar e se certificar de que seu tomo está devidamente recordado antes de passá-lo aos alunos.

Os apontamentos deverão servir para guiá-lo nos tópicos mais importantes ou nos mais difíceis, pertinentes à cada disciplina e como fonte de pesquisa e maiores informações aos alunos.

A melhor posição para o professor é pôr-se ao fundo da classe e convidar o interlocutor a colocar-se na frente para expor seu ponto de vista. Assim, o aluno tem a oportunidade rara de enfrentar um auditório com a responsabilidade do uso da palavra e da elocução clara.

Há vezes que alguns profissionais de educação esquecem de sua postura em sala de aula, portando-se como se estivessem numa sala de visitas ou numa mesa de bar. Em educação, as atitudes mais simples e os mínimos detalhes nos são falhos, portanto cabe avisar, uma vez que é um comportamento não muito bem visto em qualquer setor da sociedade.


• A voz

O instrumento principal do professor é sua voz, entretanto, a voz muito alta é cansativa e irritante, a voz muito baixa pode não ser ouvida, gerando mal-entendidos, pedidos de repetições, interrupções, equívocos e confusões.Numa aula, como na interpretação de uma peca musical, deve haver colorido, adequação da frase, da mímica, da expressão, aos motivos de cada tema.

A mesma altura da voz denota desânimo e monotonia, fazendo a classe tornar-se dispersiva e desinteressada.Nunca se iguale o mestre ao aluno malcriado. Nem de seus lábios saia palavra que não possa ser repetida. É exemplo do mestre, a grande força formadora.


• O ato de ensinar

O ato de ensinar consiste num esforço de clareza e este é feito para proveito do aluno; mas quando levado a bom termo, aproveita também ao docente. Ensinando, aprende-se. Ser didático é antes de tudo, ser acessível, simples e claro. Como tal deverá ser a linguagem do professor: clara, sem preciosismos, natural.

Convém ter presente ao espírito que a “discriminação” das “matérias” do programa e sua distribuição a professores próprios são decorrências da divisão do trabalho científico e do trabalho didático, mas não significam que tais matérias passar a constituir compartimentos estanques da cultura intelectual ou domínios privativos dos respectivos titulares.

Se assim fosse, se transformaria num mosaico de “ciênciazinhas” justapostas, mas não comunicantes, contra o objetivo da escola que é dar a juventude, uma cultura geral orgânica e sólida e não um quebra-cabeça de informações mais ou menos eruditas e de várias procedências.


• Quanto ao comportamento do discente

É falsa a noção de que disciplina consiste num estado de quietação, de mudez e submissão passiva dos alunos ao professor.

Os atos de indisciplina dos alunos, investigados psicologicamente, são em grande parte resultantes de frustrações na aprendizagem e na vida escolar em geral, a que se juntam as emoções de medo e de cólera, conseqüentes; de mais a mais, um exame de consciência, sincero e imparcial, do professor, poderá persuadi-lo de que muitas de suas manifestações indisciplinares em sala devem ser levadas à conta de deficiência da escola e do próprio docente.

O professor deve estar consciente de que a classe em que leciona não é um palco para sua performance oratória ou uma banca de menestréis que estão a avaliá-lo em seu domínio teórico acerca de sua especialidade. O professor deve estar consciente da arte de educar que ele deve executar.

O professor não deve se irritar com o riso dos alunos por questões comuns ou pequenos gracejos acerca de fatos ocorridos no cotidiano que sejam de menor relevância. Rir com os alunos quando o motivo permite é humano e saudável. Aula é convívio este convívio deve ser dado de forma amena e amistosa garantindo um ambiente produtivo e estimulador.

Salvo em casos em que a classe esteja realizando um trabalho contínuo ou se a classe estiver de livre e espontânea vontade por conta de um trabalho docente qualitativo e de grande interesse por parte dos alunos, é desejável que não haja interrupções de espécie alguma.

Contudo, em nosso sistema de ensino usual, para o bem dos alunos e principalmente do próprio docente, é necessária uma pausa para que seus alunos não se irritem diante de tanta monotonia e não ponha a perder o conteúdo estanque já passado.


• A liberdade do ensinar

A escola que se aparta da vida, perde sua razão de ser. A escola de hoje não é mais a representante da elite social de outros tempos menos afetuosos onde a ambição familiar de carreira consolidada se fazia a obrigação da escola. a escola de hoje visa criar seres humanos mais bem preparados para o convívio solidário na sociedade e não a competitividade e o capitalismo desumano e excludente.

O aluno tem direito aos esclarecimentos, o professor tem o dever de dá-los. A resposta do professor não deve ser nunca direta e resumitiva sobre a questão. Não deve abafar ou abater o interesse e a curiosidade dos alunos que se revelam nas interrogações. Todavia todo o pedido de esclarecimentos deverá ser formulado para toda a classe e da mesma maneira, deverá o professor responder para toda a classe com clareza, simplicidade, objetividade e humildade sem ostentar conhecimento ou vaidades.

Pode-se dizer que o professor fica conhecendo melhor o aluno que faz as perguntas do que ouvindo deste apenas as respostas. É sabido que os alunos tidos como questionadores são muitas vezes os mais vivos e interessados no estudo, os que menos perguntam ou não tem muito gosto pelo estudo ou mesmo não sentem necessidade de tantos aprofundamentos, uma vez que entenderam a matéria de pronto.

A partir desta diversidade o professor deverá observar que os alunos mais curiosos, de certa forma, conduzem a classe para uma aula mais participativa, ativa e menos enfadonha, como acontece ainda hoje no sistema tradicional das nossas escolas.

O homem pensa porque fala; porque é dotado da palavra que o homem pode elevar-se à reflexão abstrata e construir o seu sistema lógico de conhecimentos. O que é palavra para o professor pode não ser mais do que conversa fiada para o aluno. O vocábulo precisa ser significante para quem o emite e significativo para quem o ouve.


• Deficiências didáticas

Se as perguntas dos alunos interrompem constantemente o fluxo da aula e o raciocínio do professor, é sinal de que o mesmo esteja carecendo de algumas deficiências didáticas.

Quem escreve, lê duas vezes, quem copia o que estuda, estuda duas vezes mais; jargões utilizados de mestre para mestre e comprovados pela maioria dos alunos em todos os tempos.

Todavia, a proximidade do mestre tolhe a espontaneidade e diminui a eficiência do aluno; cabe ao professor, enquanto um aluno desempenha alguma tarefa no quadro, observar o restante da classe, deixando o aluno livre para pensar e desenvolver o exercício sem qualquer tipo de pressão.


• Instrumentos de aprendizagem e materiais didáticos

Para um bom rendimento do processo de ensino-aprendizagem é crucial que o professor tenha uma letra legível, saiba os rudimentos de desenho ou se esforce para obtê-lo. Não é tempo perdido o esclarecimento visual aos alunos sob forma de ilustrações, gráficos, mapas, etc. se o professor não tem o talento para desempenhar estas ilustrações, que encontre uma outra forma impressa de exibi-las.

No entanto, a boa disposição do material gráfico no quadro-negro suscita e dirige o processo da percepção e assim, o da aprendizagem.

O uso do quadro-negro em muitas disciplinas é imprescindível. Como tal também é a atenção do professor no uso deste instrumento tão comum de apoio ao ensino. A ordem conduz a clareza. Para um bom uso do quadro-negro é importante que o professor saiba como dividi-lo e usar bem suas seções e espaços.

O professor consciente de seu oficio sabe que ele não é apenas um fornecedor de idéias pré-fabricadas. Cabe-lhe, portanto, cultivar e inculcar hábitos de ordem, de limpeza, de trabalho, de clareza, atitudes de curiosidade, de iniciativa, de cooperação, ideais de vida humana superior tendo como exemplo, o seu próprio comportamento.

O professor deve proporcionar aos alunos, fontes de pesquisas e leituras além do que está pré-estabelecido no compêndio. Muitas vezes, os alunos se desinteressam das aulas devido às parcas informações disponíveis em seus livros escolares e o desinteresse do próprio professor em proporcionar estímulos para a descoberta de saberes e a elaboração de pesquisas acerca dos assuntos abordados.

A conseqüência deste fato é o desleixo na resolução das tarefas escolares e a limitação do processo de aprendizagem que se transforma numa simples decoreba de pontos do livro didático.


• A lectio e a prática de ensino pelo ditado

Uma pratica que ainda é muito difundida entre os professore e aplicada em muitas escolas é a leitura de textos retirados do livro didático adotado pela escola. O professor até pode utilizar este método contanto que permita e estimule o livre exame, o debate, o confronto com outros textos, a crítica, a pesquisa, Porém lamentavelmente não é o que acontece.

O professor acaba retrocedendo à tempos medievais, quando adotava a lectio; a leitura a saber e ser decorada; o mestre naqueles tempos lia e comentava a lição autoritariamente, sem que o aluno fizesse qualquer comentário ou divergisse acerca de sua preleção.

O princípio da autoridade, o culto do compêndio e o magister dixit devem ser banidos das escolas. No mundo hodierno nada retém a verdade nem a detém. Não há uma verdade absoluta, todas as idéias devem ser consideradas e analisadas, dados os interesses da sociedade. A função do livro, da cartilha ou do resumo é meramente supletiva. Somente quando a escola carece de uma biblioteca dotada de boas fontes de consulta é que o compêndio assume importância.

O ditado é a velha prática escolar, cômoda maneira de dar lições, irmã da cópia e serva dos exames, contra a qual têm protestado professores e pedagogos esclarecidos de todos os tempos.

O ditado conduz ao jovem e ao adolescente a preguiça mental, o saber memorístico que serve tão somente para angariar boas médias, sendo descartado rapidamente.

Lógico que o ditado, apenas para fins especiais e em algumas circunstâncias é um recurso útil e importante. Como meio de verificação da aprendizagem, sob forma de sabatina ou exame das línguas vernácula e estrangeira, com fim de averiguar os resultados do ensino.

O ato de ensinar não deve ser concebido como o ato de transmitir idéias por intermédio do puro simbolismo lingüístico ou na voz que é designada para tanto, tampouco é o ato de aprender um mero receber na forma falada, idéias feitas, acabadas e prontas.

Cabe ao professor submeter o objeto de estudo a um tratamento didático, organizando o conteúdo, a exposição, os exemplos, ilustrações e exercícios de forma a oferecer aos seus discípulos, condições necessárias a sua compreensão e suficientes à elaboração de idéias claras e objetivas acerca do objeto de estudo.


• Questionários, sabatinas e argüições avaliativas.

O questionário ou a sabatina deve ser usado com parcimônia para que o processo de verificação da aprendizagem não se torne uma atividade monótona e entediante. Este método deverá surgir como uma forma de suscitar dúvidas e dirigir a atividade mental para que conduzindo a clareza, motivar a reflexão e o estudo.

As perguntas deverão propor os problemas, suscitando a intervenção da inteligência para a descoberta ou construção da resposta. O melhor é que, ao dirigir uma pergunta, que esta para toda a turma, indicando em seguida, o aluno que a responderá.

A repetição é a mãe dos estudos, mas tais repetições são estéreis e devem ser banidas da escola pela sonolência e distração que infundem aos alunos.

A sabatina também não deve ser usada como forma de castigo, como qualquer tipo de punição ou elemento de avaliação definitivo (prova). A pergunta didática não visa exclusivamente à resposta correta. Sua função é mover o aluno em busca de respostas, a partir do pensamento, à atividade, pesquisa e reflexão.


• Os conteúdos programáticos e a ação do docente

O professor, embora deva seguir um quadro cronológico, não deve se tornar obcecado pelos programas a ponto de considerar qualquer esboço, atividade ou explanação, perda de tempo. Para a educação, toda a forma de saber, de aprendizado é válida. A educação começa na escola, com bases nesta instituição, a educação do indivíduo se prolonga no decorrer de sua vida.

O professor vive seu ofício subordinado ao seguimento de horários, grades e currículos e muitas vezes fica encurralado no dever de cumprir os programas de ensino. Sacrificando a qualidade e a quantidade do ensino, compromete também sua postura pedagógica, quando ao fim do ano letivo, cobra de seus alunos um aprendizado inexistente, com bases em seu programa dado de forma ineficaz e ineficiente.

Devemos então conduzir com arte os alunos de forma que estes descubram algo novo por si próprios. Quando o aluno descobre algo novo, fica ansioso e motivado para novas descobertas, dedicando-se ao trabalho com redobrado interesse e afinco, o que lhe proporciona um aprendizado mais deleitoso.


• Igualdade do ensino para todos

Todos os alunos ao olhar do professor, salvo em casos de avaliação da aprendizagem, deverão ser considerados iguais e dados os mesmos incentivos e possibilidades para se expressar. As classes são heterogêneas, cada indivíduo tem suas peculiaridades e condições sejam elas: sociais, econômicas, religiosas, raciais ou físicas. O professor está na escola para proporcionar a educação de todos, sem distinção ou preconceitos.

O ensino deve ser adaptado ao alcance médio da classe. Sempre que a matéria dada permitir, deverá o professor incentivar o trabalho de equipe como uma forma de substituir a aula expositiva. Os trabalhos em equipe constituem um meio favorável à interação social e o desenvolvimento de capacidades que dão suporte ao futuro do aluno enquanto indivíduo seguro e maduro no convívio social quando alcançar a maioridade.

Quando o professorado se detém a minúcias, a discussões bizantinas da metodologia a ser desenvolvida e aplicada em seus alunos, perdem sim, um tempo precioso.

A estas minúcias observamos os conteúdos programáticos, sinopses, sumários e apontamentos desnecessários que apenas servem como um anúncio da matéria que será dada. Num primeiro momento, esta prática é desnecessária ao alunado, pois o que estes precisam é da objetividade e a clareza das informações.

Dar um resumo da matéria antes desta ser dada constitui num contra senso, uma vez que, nada pode haver para resumir. O resumo da matéria deve partir das dúvidas freqüentes e suscitadas pelos alunos, depois de dadas as explicações e explanações acerca de determinado assunto.

O ideal é seguir a didática dos romanos: “non multa, sed multum” não muitas coisas, mas muitas vezes; e de forma diferenciada, inovadora, diferente: “non nova, sed nove” não muitas coisas novas, mas de maneira inovadora.

Para as aulas não começarem de forma cansativa, é interessante formar com os alunos, pequenos grupos de dois ou mais alunos que farão, a cada dia, nos cinco minutos iniciais da aula, um apanhado da unidade de ensino anteriormente estudada; os temas que foram abordados e principais ilustrações ou idéias que ficaram registradas da aula anterior.

Isto porque nenhum assunto novo deve ser apresentado abruptamente. As respostas obtidas dos alunos em relação à aula anterior já dão indicações mais ou menos claras a respeito do que eles já sabem ou pensam sobre o assunto.


• Interdisciplinaridade e transdisciplinaridade.

O professor também deve de estar atento para a transdisciplinalidade e interdisciplinalidade em que estão inseridas suas disciplinas, deve usar como exemplos de sua matéria, assuntos e temas ligados às outras disciplinas.

O erro do professor nesta parte consiste não apenas em isolar sua disciplina como se a escola fosse feita somente para sua visão de ensino, mas deixar de adentrar-se nas disciplinas de outros docentes com a desculpa de não querer interferir na disciplina do colega ou de confundir a mente dos alunos com conceitos que mais cedo ou mais tarde terão de conhecer. Nestas condições, o programa de ensino se transforma em arquipélago de matérias.

Quando os alunos apresentam qualquer dificuldade em apreender o que está sendo dado, cabe ao professor observar seu modo de ensinar, como está abordando sua disciplina, qual o seu sistema de aplicação de exercícios, seus modelos, etc.. De nada adianta impacientar-se com o aluno, encolerizando-se e dando a entender aquele aluno que ele é um caso perdido e que não tem mais jeito.


• O exemplo como forma de aprimoramento didático

É inadmissível a um professor afirmar que um aluno é um caso perdido. Um educador de fato insiste com o aluno até ele aprender, compreender e seguir junto à turma, mas sempre ao lado do professor. Cabe ao professor buscar os meios: assistir aos menos dotados, argüí-los com mais insistência e conversar sobre o que eles têm dúvida, onde surge o problema.

Através dos modelos a criança encontra os estímulos visuais que lhes são imprescindíveis uma vez que a criança memoriza melhor aquilo que ela pode ver, tocar, experimentar ou ouvir (audiovisual) assim o processo de ensino aprendizagem estará plenamente favorecido, dirigido a sua atividade perceptiva.

Todo ser humano se guia pelo exemplo desde a mais tenra idade. O professor é um destes modelos em que a criança busca orientar-se. Ao professor cabe a missão de se permanecer integro e sempre ser o elemento de admiração da criança.

O exemplo consiste na alusão a alguma coisa que se compõe ser do conhecimento do interlocutor, ouvinte ou aluno. Por isso mesmo, os melhores exemplos, para fins didáticos, são os que evocam fatos da vida e da experiência real anterior dos alunos.

É desejável que o professor multiplique os exemplos para crer pertençam ao elenco de experiências da vida do maior número de alunos. Melhor ainda seria pedir aos próprios alunos que apontem fatos, situações, tragam objetos, fotos, reportagens sobre determinadas matérias abordadas em classe para um estudo participativo, aprofundado e deleitoso.

Os filmes, seriados, desenhos animados, documentários de redes educativas de televisão constituem ferramentas de fácil acessibilidade e estímulos rápidos, se trabalhados conjuntamente às matérias dadas no decorrer do ano letivo.

A mente da criança é perceptiva, ágil e dinâmica, quando oferecidos os estímulos desta natureza, favorece a imaginação, o gosto pelo aprender a ler e escrever pequenos textos.



Estudo baseado nos livros:

• Didática mínima – Rafael Grisi
• Didática Magna – Comênius
• Didática – Bom para quem aprende, excelente para quem ensina

Relações Humanas na Educação

by Francisco on terça-feira, 23 de novembro de 2004

Semíramis Alencar

O ser humano é uma corrente de relações. Estão encadeadas entre outros elos que interagem em um determinado espaço físico e um universo de inúmeras possibilidades.

Nesse universo infinito de situações, o homem também se descobre e mostra a sua personalidade, o seu “eu” interior, que interage e se adapta ao universo com os outros de forma harmoniosa, permitindo o afloramento de bons sentimentos.

Com estes bons sentimentos florescem também as amizades, as relações amorosas, a cumplicidade todas em consonância com o transcendente, com o sagrado: Deus.

Enquanto seres criados, os seres humanos têm a capacidade de amar, compreender, dialogar, decidir, libertar, socializar-se, uma vez que são seres inteligentes que possuem a capacidade de pensar pois são oriundos de um núcleo social, logo convivem com outros membros.

Cabe ao ser humano aceitar a si mesmo e também aceitar ao outro, com suas divergências ou contradições e desagrados, porque cada ser é único e esta individualidade é o que preserva a autonomia e a transcendência de nossa sociedade.

Na educação, a criança deverá ser estimulada para alcançar os quatro pilares estruturais do aprendizado: aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser.

A escola é onde o conhecimento e as bases da vida em sociedade começam. É quando se começa a conviver com os direitos e deveres, o lazer e a obrigação, a teoria e a prática, bem como o conhecimento de sua própria personalidade.

É na sala de aula que acontece a amizade, a empatia, a inimizade e a antipatia entre seus subgrupos. Ao professor compete promover com seu poder de empatia, a harmonia de convivência entre seus alunos.

O professor, no entanto, deverá estar ciente de sua função de educador, portanto deverá estar constantemente bem informado acerca das mudanças em seu país e em seu estado e município e principalmente procurando novas formas de passar os conteúdos de sua disciplina ao alunado.

A família não está excluída deste processo uma vez que a criança vem de seu núcleo familiar com uma história de vida, uma bagagem de sentimentos e atitudes e costumes provenientes de seu grupo familiar.

A escola aliada a família e a sociedade são as bases para a formação da criança em um adulto consciente, preparado para a vida social e para o mercado de trabalho.

Contudo, é necessário que todo o grupo escolar esteja ciente de que a educação é um elemento transformador de um ser. É preciso que todos saibam que ao semear a educação com devotamento e esperança é que será escrito um futuro digno e justo para a sociedade, que começa com a candura e a suavidade da mão do professor no tracejar das primeiras letras do aluno, conduzindo-o à luz do saber.