Semíramis Alencar
A função da escola é formar indivíduos aptos para escrever, ler e se relacionar com outros indivíduos, à partir da compreensão do léxico. Mais do que isso, a escola forma o cidadão para interagir e transformar o seu meio.
Garantir a democracia é tornar a cultura acessível à todos, fornecendo informações necessárias para melhor compreensão do universo em que vivem. Sem a escola não há base cultural mínima necessária para que o indivíduo acompanhe os progressos da sociedade e progrida intelectualmente.
A democratização da cultura começa na escola. Desde as primeiras séries do Ensino Fundamental, quando incentivamos a criança a pensar sobre o seu cotidiano, sobre os núcleos e filosofias que a cercam até, e principalmente, o Ensino Médio quando o aluno já deverá de ter as bases de conhecimento do mundo para que possa agir em sua transformação, no contato democrático com seus semelhantes.
No entanto, a escola deverá estar consciente de que a educação é mais do que o repasse sistemático de informações e conceitos. A escola é onde acontece o preparatório para a vida em sociedade e a formação do ser humano com bases na ética e no conhecimento sócio-histórico de seu país.
Como desenvolver a democracia cultural dentro da escola? à partir das vivências dos próprios alunos, vindas de sua própria comunidade, através de questionamentos sobre suas principais necessidades à níveis municipais, estaduais ou nacionais na medida em que o alunado vai transcendendo os níveis escolares.
A criança tem um interesse natural por sua cultura. Ela manifesta isso à cada momento: ao pedir para uma estória ser contada, ao perguntar pelo passado de seus pais ou avós e para saber suas raízes. A cultura começa a ser democratizada à partir do momento em que a criança divide estas experiências com outras.
Quando adolescente, seu interesse em compreender as tradições e as transformações de sua cidade são de suma importância para a preservação de sua tradição regional e para a fruição das discussões acerca dos problemas sociais daquela comunidade em sentido mais amplo, traçar um paralelo com os problemas sociais do país.
Favorecendo a compreensão da realidade do educando e o incentivando à participação nas questões sociais é que se torna possível a democratização da cultura, possibilitando uma visão ampla e consistente da realidade brasileira e sua inserção no mundo, aliado ao desenvolvimento de um trabalho educativo que possibilite uma participação ativa dos alunos.
Semíramis Alencar
Partindo do pressuposto de que educar é um processo contínuo, não restrito as paredes das escolas, cabe aos educadores criar um ambiente estimulador para que os alunos aprendam por si, descubram o que eles já sabem.
O educador tem o dever de respeitar as experiências anteriores de seus discípulos promovendo os melhores métodos que favoreçam a construção da identidade do educando conduzindo-o à profissionalização, ao mesmo tempo em que informa, desenvolve as habilidades de compreensão, emoção e comunicação que lhes possibilite tornar cidadãos realizados e produtivos.
Aprender depende também do aluno, de que ele esteja pronto, maduro para incorporar a real significação que essa informação tem para ele, para incorpora-la vivencialmente, emocionalmente. O aluno é um cidadão em desenvolvimento, ele só aprenderá o que tiver real significação para sua vida prática.
A personalidade do professor é decisiva para o êxito do ensino-aprendizagem, todavia, muitos não sabem explorar todas as possibilidades da interação. Os grandes temas da educação são coordenados, iniciados e motivados pelo professor, mas pesquisados pelos alunos: simultaneamente, em grupos, em duplas ou individualmente.
É importante educar para a autonomia, para que cada um encontre seu ritmo de aprendizagem, fazendo isso de forma que também eduque para a cooperação, para aprender em grupo, com o grupo e no propósito de auxiliar o grupo, intercambiando idéias, participando de projetos e realizando pesquisas em conjunto.
Os alunos aprofundam suas leituras em casa, com os textos impressos via internet; fazem novas sínteses, levantam novas hipóteses, colocam os problemas que os textos suscitam, os relaciona com a realidade. A sala de aula é a sala de debates onde o professor coordena as discussões, esclarecendo dúvidas e englobando as informações trazidas.
Os cursos oferecidos poderão ser predominantemente presenciais ou virtuais, isto dependerá do tipo de matéria, das necessidades concretas de cobrir a falta de profissionais em áreas específicas ou de melhor aproveitar especialistas de outras instituições que seriam difíceis de se encontrar.
O contato com educadores entusiasmados atrai, contagia, estimula tornando-os próximos da maior parte dos alunos. Mesmo que não haja plena concordância em suas colocações, o respeitamos. Com ou sem tecnologias avançadas é possível vivenciar processos participativos de compartilhamento do ensinar e aprender, através da comunicação mais aberta, confiante, de motivação constante, de integração de todas as possibilidades de aula-pesquisa/ aula-comunicação, num processo amplo de formação inovadora, de integração do objeto de estudo em todas as dimensões pessoais.
As mudanças na educação também dependem de termos administradores, diretores e coordenadores mais abertos que propiciem maior modernização do ensino, ampliando a capacidade produtiva dos novos processos pedagógicos em sua diversidade.