Democratização da Cultura na Escola

by Francisco on domingo, 26 de setembro de 2004

Semíramis Alencar

A função da escola é formar indivíduos aptos para escrever, ler e se relacionar com outros indivíduos, à partir da compreensão do léxico. Mais do que isso, a escola forma o cidadão para interagir e transformar o seu meio.

Garantir a democracia é tornar a cultura acessível à todos, fornecendo informações necessárias para melhor compreensão do universo em que vivem. Sem a escola não há base cultural mínima necessária para que o indivíduo acompanhe os progressos da sociedade e progrida intelectualmente.

A democratização da cultura começa na escola. Desde as primeiras séries do Ensino Fundamental, quando incentivamos a criança a pensar sobre o seu cotidiano, sobre os núcleos e filosofias que a cercam até, e principalmente, o Ensino Médio quando o aluno já deverá de ter as bases de conhecimento do mundo para que possa agir em sua transformação, no contato democrático com seus semelhantes.

No entanto, a escola deverá estar consciente de que a educação é mais do que o repasse sistemático de informações e conceitos. A escola é onde acontece o preparatório para a vida em sociedade e a formação do ser humano com bases na ética e no conhecimento sócio-histórico de seu país.

Como desenvolver a democracia cultural dentro da escola? à partir das vivências dos próprios alunos, vindas de sua própria comunidade, através de questionamentos sobre suas principais necessidades à níveis municipais, estaduais ou nacionais na medida em que o alunado vai transcendendo os níveis escolares.

A criança tem um interesse natural por sua cultura. Ela manifesta isso à cada momento: ao pedir para uma estória ser contada, ao perguntar pelo passado de seus pais ou avós e para saber suas raízes. A cultura começa a ser democratizada à partir do momento em que a criança divide estas experiências com outras.

Quando adolescente, seu interesse em compreender as tradições e as transformações de sua cidade são de suma importância para a preservação de sua tradição regional e para a fruição das discussões acerca dos problemas sociais daquela comunidade em sentido mais amplo, traçar um paralelo com os problemas sociais do país.

Favorecendo a compreensão da realidade do educando e o incentivando à participação nas questões sociais é que se torna possível a democratização da cultura, possibilitando uma visão ampla e consistente da realidade brasileira e sua inserção no mundo, aliado ao desenvolvimento de um trabalho educativo que possibilite uma participação ativa dos alunos.

As novas tecnologias no processo educativo

by Francisco on domingo, 12 de setembro de 2004

Semíramis Alencar

Partindo do pressuposto de que educar é um processo contínuo, não restrito as paredes das escolas, cabe aos educadores criar um ambiente estimulador para que os alunos aprendam por si, descubram o que eles já sabem.

O educador tem o dever de respeitar as experiências anteriores de seus discípulos promovendo os melhores métodos que favoreçam a construção da identidade do educando conduzindo-o à profissionalização, ao mesmo tempo em que informa, desenvolve as habilidades de compreensão, emoção e comunicação que lhes possibilite tornar cidadãos realizados e produtivos.

Aprender depende também do aluno, de que ele esteja pronto, maduro para incorporar a real significação que essa informação tem para ele, para incorpora-la vivencialmente, emocionalmente. O aluno é um cidadão em desenvolvimento, ele só aprenderá o que tiver real significação para sua vida prática.

A personalidade do professor é decisiva para o êxito do ensino-aprendizagem, todavia, muitos não sabem explorar todas as possibilidades da interação. Os grandes temas da educação são coordenados, iniciados e motivados pelo professor, mas pesquisados pelos alunos: simultaneamente, em grupos, em duplas ou individualmente.

É importante educar para a autonomia, para que cada um encontre seu ritmo de aprendizagem, fazendo isso de forma que também eduque para a cooperação, para aprender em grupo, com o grupo e no propósito de auxiliar o grupo, intercambiando idéias, participando de projetos e realizando pesquisas em conjunto.

Os alunos aprofundam suas leituras em casa, com os textos impressos via internet; fazem novas sínteses, levantam novas hipóteses, colocam os problemas que os textos suscitam, os relaciona com a realidade. A sala de aula é a sala de debates onde o professor coordena as discussões, esclarecendo dúvidas e englobando as informações trazidas.

Os cursos oferecidos poderão ser predominantemente presenciais ou virtuais, isto dependerá do tipo de matéria, das necessidades concretas de cobrir a falta de profissionais em áreas específicas ou de melhor aproveitar especialistas de outras instituições que seriam difíceis de se encontrar.

O contato com educadores entusiasmados atrai, contagia, estimula tornando-os próximos da maior parte dos alunos. Mesmo que não haja plena concordância em suas colocações, o respeitamos. Com ou sem tecnologias avançadas é possível vivenciar processos participativos de compartilhamento do ensinar e aprender, através da comunicação mais aberta, confiante, de motivação constante, de integração de todas as possibilidades de aula-pesquisa/ aula-comunicação, num processo amplo de formação inovadora, de integração do objeto de estudo em todas as dimensões pessoais.

As mudanças na educação também dependem de termos administradores, diretores e coordenadores mais abertos que propiciem maior modernização do ensino, ampliando a capacidade produtiva dos novos processos pedagógicos em sua diversidade.